18/07/2009

O BARBEIRO DE CHAGAS

O mais novo cordel de Pádua de Queiróz foi feito em homenagem ao Centenário da Descoberta da Doença de Chagas. Vejam o resultado da publicação.









(clique em cima da imagem que ampliará)
Cordel escrito exclusivamente para o Projeto Ciência na Estrada Educação e Cidadania, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz na Bahia ciencianaestrada@bahia.fiocruz.br

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O BARBEIRO DE CHAGAS

Triatoma Infestans
É o meu nome verdadeiro
Mas tenho várias alcunhas
Por esse Brasil inteiro
Bicudo, Procotó, Fincão
Chupança ou mesmo Chupão
Sou o famoso barbeiro.

Por isso eu peço a você
Que leia com atenção
Este trabalho importante
Para a sua orientação
A minha existência propaga
A tal doença de Chagas
Que aflinge a População.

Vou começar essa história
Recordando o passado
Para você no presente
Ficar melhor informado
Para viver no futuro
Se sentindo mais seguro
Saudável e desassombrado.

No Instituto de Manguinhos
Oswaldo Cruz já havia
Erradicado várias doenças
Com as pesquisas que fazia
E já era naquele tempo
Referência e exemplo
De um país que evoluía.
1
Caminhando lado a lado
Com a Ordem e Progresso
Desbravando os Sertões
Vislumbrando o sucesso
Na construção de uma Ferrovia
Algo estranho acontecia
E vou relatar em meus versos.

Os operários da Obra
Sabiam que já não dava
Trabalhar sob a ameaça
Da malária que ceifava
A vida de quem vivia
Na área da ferrovia
Que aos poucos avançava

A malária é uma parasitose
Transmitida pelo mosquito
E também tem vários nomes
Que eu acho esquisito
É paludismo, é maleita
E pra acabar esta desfeita
Procuraram um perito.

Porque existia um homem
Capaz e extraordinário
Para diagnosticar o mal
Que maltratava os operários
Oswaldo cordialmente
Prometeu aquela gente
O que fosse necessário
2
Oswaldo Cruz confiante
Pensou: agora é a vez
Do amigo Carlos Chagas
Que em Mil Novecentos e três
Conseguiu seu doutorado
Após ter demonstrado
Discernimento e sensatez.

Seu Mestre o conhecia
E com muita confiança
Lhe confiou esta empreitada
Como faz uma liderança
E para o Rincão Mineiro
Carlos Chagas, prazeteiro
Partiu cheio de esperança.

Em Mil Novecentos e Sete
No histórico lugarejo
Lassance, Minas Gerais
Ambiente sertanejo
Alojou-se num vagão
Seu Lar a partir de então
Onde mostrou seu desejo.

Mesmo longe da família
E do aconchego do Lar
Seu desejo e pensamento
Somente era Trabalhar
Carlos Chagas aplicado
Logo viu o resultado
De seu trabalho brotar.
3
Em sua faxina diária
Higienizava o ambiente
Tratava de várias pessoas
Que apareciam doentes
Mas ao notar um raro sintoma
Foi fazendo a sua soma
Onde chegou simplesmente.

A essa feliz conclusão
Carlos era mesmo esperto
Notou que muitos chegavam
Picados por um inseto
Bem maior que um mosquito
Porem muito esquisito
Com certeza estava perto.

Catalogou minha espécie
Estudou minha rotina
Porque ele tinha certeza
Que eu causava a ruína
Pra FIOCRUZ fui enviado
Com perícia dissecado
E veja só que Triste Sina.

Acharam em meu intestino
Um tipo de PROTOZOÁRIO
Um ser vivo microscópico
De hábitos parasitários
Eu era um simples vetor
E não o maior causador
Da doença dos operários.
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E de Trypanosoma cruzi
Carlos Chagas batizou
Em homenagem aquele
Que um dia lhe confiou
Essa intricada missão
Naquele distante Sertão
Que com coragem abraçou.

Em Mil Novecentos e Nove
Uma menina doente
Chamada Berenice
Foi a primeira paciente
A Carlos Chagas apresentada
E carinhosamente tratada
Por ele pessoalmente.

E dividiu a doença
Causada pelo parasita
Em fases, aguda e crônica
Como um bom parasitologista
Diagnosticando a tempo
Facilitando o tratamento
Dessa doença esquisita.

E notou que a fase aguda
Poderia ser tratada
Enquanto a fase crônica
Não podia fazer nada
A não ser a prevenção
Como única solução
Ou melhor, uma caçada.
5
A mim que chupo sangue
E que durmo o dia inteiro
E saio somente a noite
Como faz um bom Barbeiro
Que mora em todos lugares
Casas de tijolos e lares
De pau-a-pique e galinheiro.

Naqueles tempos passados
Onde tudo era absurdo
Carlos Chagas publicou
Este seu brilhante estudo
Seu trabalho redobrado
Hoje em dia é um legado
Para o Brasil e o mundo.

Não recebeu o Premio Nobel
Conforme foi indicado
Mas a sua descoberta
Foi a soma do resultado
De uma mente brilhante
Com um trabalho incessante
De alguém capacitado.

As pesquisas avançaram
Conforme passaram os anos
E como reconhecimento
A este médico Sul-Americano
Em homenagem ao doutor
Que mostrou o seu valor
E respeito e ao ser humano.
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7
Chamaram doença de Chagas
Este mal que tenho em mim
Mas não é minha picada
Que faz o homem ter fim
E sim as fezes que eu deixo
No rosto de quem eu beijo
Que adoece mesmo assim.

Hoje, Cem anos depois
Eu ando mais prevenido
Já não ataco somente
O pobre desprotegido
Vitimo a todo momento
Quem mora em apartamento
Quando eu sou atraído.

Para lugares que gosto
De fazer minha moradia
Frestas de paredes ôcas
Ou móveis sem serventia
Em todo lugar que eu chego
Já faço o meu aconchego
E minha prole se cria.

Lá em Santa Catarina
E em Belém aconteceu
No preparo de alimentos
Um Barbeiro primo meu
Foi sem ser percebido
Com cana e açaí moído
E muita gente adoeceu.
8

9
É importante lembrar
Que a FIOCRUZ hoje faz
O mesmo trabalho que outrora
Carlos Chagas foi capaz
Do Rio até Salvador
Vigilantes a esse vetor
Não dão trégua e nem paz.

A exemplo da Bahia
Que eu tenho o conhecimento
Pesquisam nessa doença
Testando medicamentos
O trabalho suplanta a morte
E eu sinto a minha sorte
Se esvaindo no momento.

Só recebe homenagem
Quem trabalha, quem merece
E quem não tem competência
Nem mesmo se estabelece
O bem com o bem se paga
E eu sei que CARLOS CHAGAS
O Brasil jamais esquece.

Um dia na FRIOCRUZ
Ainda ponho minhas patas
Como o último Barbeiro
Que teve a missão ingrata
De ser o único vetor
Fiel e proliferador
Desse mal que tanto mata.

Pádua de Queiroz – 14/03/2009
http://paduadequeirozcordelearte.blogspot.com

SOBRE O AUTOR:
Nada melhor do que o “Barbeiro de Chagas” para contar sua trajetória. Pádua de Queiróz, natural de Baturité – Ceará. Compositor, poeta e cordelista. Por ter reconhecido que a literatura fazia parte de sua vida, dedicou-se a escrever tronando-se um grande cordelista. Possui inúmeros cordéis abordando temáticas variadas, tendo como clássico “Os Quinze e Outras Conquistas”, em homenagem a Raquel de Queiróz e “Quem Acendeu Lampião”, um estudo sócio-político do nordeste brasileiro, na época “CANGACERÍSTICA”.
Faz palestra, compõe músicas e cordel por encomenda. Pádua tem em mente que, o que torna um poeta de coração vivo, é o reconhecimento dos seus trabalhos.
HTTP://paduadequeirozcordelearte.blogspot.com

CAPA E ILUSTRAÇÕES;

Ângelo Roberto, nascido em Ibicaraí (Ba), é cidadão Soteropolitano com título agraciado pela Câmara Municipal de Salvador. Cursou a Escola de Belas Artes da UFBA, sendo artista plástico mestre no bico-de-pena, além de dominar as técnicas de desenhos para cartoons e caricaturas. Autor de dezenas de capas de livros, ilustrador de jornais e revistas, realizou inúmeras exposições na Bahia, no Brasil e no exterior, mais recentemente em Lisboa, na “Casa da América Latina e na Universidade de Coimbra.

Distribuição gratuíta

paduadequeiroz@gmail.com
padua.dequeiroz@hotmail.com
(85)87924575

15/07/2009

VALDEMAR CARACAS - O PIONEIRO

VALDEMAR CABRAL CARACAS - O PIONEIRO


NASCI EM CIMA DA SERRA
ONDE CANTA O VERDELINO
E CRESCI FAZENDO VERSOS
COM TEMAS BEM NORDESTINOS
SOU AMANTE DA HISTÓRIA
E PRESERVAR A MEMÓRIA
É MINHA META E DESTINO.

APESAR DE SER COSTUME
CULTIVADO NO BRASIL
QUE SOMENTE HOMENAGEIAM
MORTOS QUE A PÁTRIA SERVIU
EU QUERO FALAR DA VIDA
INTENSAMENTE VIVIDA
DE QUEM FEZ E CONSEGUIU.

VALDEMAR CABRAL CARACAS
É MEMÓRIA VIVA DA GENTE
POR ISSO PRESTO HOMENAGEM
NAS LINHAS DE MEU REPENTE
A ESTE CABOCLO SERRANO
EM SEUS CENTO E DOIS ANOS
QUE COMPLETA NO PRESENTE.

01

É UM GRANDE CEARENSE
E NÓS TEMOS A OBRIGAÇÃO
DE FALAR A TODA HORA
DE LEMBRAR SUA ATUAÇÃO
NO ESPORTE E NA POLÍTICA
O PIONEIRO CRONISTA
CUMPRIU BEM SUA MISSÃO.

ERA NOVE DE NOVEMBRO
DE MIL NOVECENTOS E SETE
QUANDO TUDO COMEÇOU
E AGORA A MIM COMPETE
FAZER UM RÁPIDO RESUMO
E PRA NÃO PERDER MEU RUMO
PESQUISEI NA INTERNET.

E ENCONTREI SUA HISTÓRIA
PARA A MINHA ALEGRIA
DESDE O PRIMEIRO ENDEREÇO
ATÉ A ATUAL MORADIA
POR ISSO PRESTE A ATENÇÃO
PARA ESTA NARRAÇÃO
QUE EU FAÇO EM POESIA.

02

NA PEQUENA PACOTI
NASCEU O GRANDE VALDEMAR
LÁ NO SÍTIO PAU DO ALHO
SEU BERÇO E PRIMEIRO LAR
E POR FALAR EM PRIMEIRO
OS SEUS FEITOS PIONEIROS
É O QUE EU PRETENDO FALAR.

O SEU PRIMEIRO EMPREGO
NA SAUDOSA R.V.C
NÃO TINHA QUINZE COMPLETO
MAS QUERIA APRENDER
COMEÇOU SUA LABUTA
TRANSFORMANDO SUA LUTA
EM EXEMPLO DE VIVER.

COM A MENTE CRIATIVA
DE VEZ EM QUANDO ESCREVIA
VERSOS E ATÉ PARÓDIAS
TRANSMITINDO ALEGRIA
PARA TODOS OS SEUS AMIGOS
MAS RECEBEU UM CASTIGO
APÓS COMPOR CERTO DIA.

03

UMA PARÓDIA BRINCANDO
E SEU CHEFE ERA O ENREDO
VAlDEMAR CARACAS QUASE
QUE PERDEU O SEU EMPREGO
E POR CONTA DA BRINCADEIRA
FOI ENTÃO DESSA MANEIRA
TRANSFERIDO SEM SEGREDO.

PARA UMA AGITADA CIDADE
DO INTERIOR DO CEARÁ
ONDE CANGACEIROS CRUÉIS
ERAM FÁCEIS DE ENCONTRAR
VALDEMAR ERA OBRIGADO
A ANDAR SEMPRE ARMADO
PRA SUA VIDA PRESERVAR.

ERA UM TEMPO DE ALVOROÇO
NA CAPITAL E NO SERTÃO
NO SERTÃO ERA O CANGAÇO
NA CAPITAL REVOLUÇÃO
EM MISSÃO VELHA ELE ESTAVA
ATENTO E NÃO VACILAVA
PROS CABRAS DE LAMPIÃO.

04

E ESSE PERÍODO DE SERTÃO
LOGO FICOU PARA TRÁS
VALDEMAR CARACAS AINDA
ERA UM BELO E JOVEM RAPAZ
E NA CAPITAL FORTALEZA
MOSTROU COM MUITA FIRMEZA
O QUE ELE ERA CAPAZ.

COMO SEMPRE ERA O PRIMEIRO
EM SUA VIDA TÃO ATIVA
NA CEARÁ RÁDIO CLUBE
FOI NA CRÔNICA ESPORTIVA
REPORTER E COMENTARISTA
DESTACADO NOTICIARISTA
DE GRANDE PERSPECTIVA.

FOI TAMBÉM CORRESPONDENTE
DE JORNAIS DE OUTRO ESTADO
AINDA NOS ANOS TRINTA
DEIXOU PRA NÓS SEU LEGADO
AO COLOCAR SUA MÃO
NA HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO
DO FERROVIÁRIO AMADO.

05

POLÍTICA EM TRINTA E NA SEIS
FOI ELEITO VEREADOR
MAS O GOLPE MILITAR
O SEU MANDATO CASSOU
E A DITA DITADURA
NAQUELA ÉPOCA OBSCURA
CONTRA O POVO SE POSTOU.

NO ANO DE QUARENTA E CINCO
SAGROU-SE ENFIM CAMPEÃO
DO FUTEBOL CEARENSE
COMANDANDO O SEU FERRÃO
E SOMENTE ESSE GUERREIRO
QUE NASCEU PRA SER PRIMEIRO
PODERIA SER ENTÃO.

COMANDANTE DE ZÉ DIAS,
CARANGEJO E BENEDITO,
DONDOCA,CHINÊS E OSVALDO
E VENCEU POR JOGAR BONITO
TOINHO SEGUNDO E ARACATÍ
CHARUTINHO,ALMEIDA E PIPÍ
ERA O ESCRETE FAVORITO.

06

VENCEU FÁCIL O MAGUARY
TRÊS A UM FOI O PLACAR
DEU DE QUATRO NO FORTALEZA
SÓ NÃO DEU NO CEARÁ
POR QUE ESTAVA AFASTADO
OU SERIA DERROTADO
PELO FERRIM DE VALDEMAR.

SEU VALDEMAR FOI PIONEIRO
NA LUTA SOCIALISTA
O PSB HOJE É FRUTO
DE SUA VIDA E CONQUISTA
EM QUARENTA E SETE FUNDOU
O PARTIDO QUE SONHOU
PRA BANCADA CONGRESSISTA.

VALDEMAR CARACAS É DE PAZ
E VIVE COM FELICIDADE
EM SUA VIDA TÃO VIVIDA
LUTOU PELA LIBERDADE
SEU VALDEMAR EU SÓ PEÇO
QUE ACEITE OS MEUS VERSOS
FEITOS COM SIMPLICIDADE.

07

POÉTA PADUA DE QUEIROZ

Padua.dequeiroz@hotmail.com
paduadequeirozcordelearte.blogspot
30/12/2010

Poeta Pádua de Queiroz,é natural

Poeta Pádua de Queiroz,é natural
De Baturité,Ceará
Este poeta,através de sua arte, já faz
Parte da história da nossa gente.
A história contada por esse poeta, é uma viagem no tempo.
Eu já li O 15 E OUTRAS CONQUISTAS, A MARAVILHOSA HISTORIA DA AVIAÇÃO, A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL, O JUMENTOCÍDEO, QUEM ACENDEU LAMPIÃO?, O INDIGENISTA, ALMIRANTE TAMANDARÉ, TRAIDORES E TRAÍDOS.
Entre outros, que me apresentaram.
Personagens brilhantes como, Rachel de Queiroz, Alberto Santos Dumont, Leandro Gomes de Barros, Luiz Gonzaga Virgulino Ferreira da Silva, Jeovah Mendes, Joaquim Marques Lisboa, e tantos vultos de nossa história que agora em nosso tempo vivem esqueci-dos. Mas a poesia de Pádua de Queiroz vem com o propósito de resgatar a memória e os feitos de quem fez da própria vida uma lição de vida.

MARIA MARLI – POETISA CEARENSE

14/07/2009

Poesias de autoria de Lourde Neves Cúrcio

Lourdes já deu um pontapé no nosso blog, abrindo seu coração, enviando poesias para que publicassemos.
Claro Lourdes, teremos o imenso prazer em públicar suas poesias. Convidem seus amigos poetas e peçam para que eles encaminhem suas poesias, que inspiram belos sentimentos.
Não importa de que forma deseja expressar seus sentimentos. Vale a inspiração!

Eis a mensagem na íntegra da leitora do Blog Lourde.

Boa tarde! Estou encaminhando poesias de minha autoria para publicação no blog, caso haja possibilidade.
Desde já agradeço.
Abraços.
Lourdes Neves Cúrcio


A CHAVE DA FELICIDADE

A felicidade é um tesouro
Trancado dentro de um cofre
Cuja chave se procura
Em todos os cantos se vasculha
Numa busca incessante
Por muitos e muitos anos
Às vezes, a vida inteira
E não se consegue encontrar.
O motivo do insucesso
É que a busca é sempre feita
Em meio à riqueza e ao poder
Entre a fama e o prazer
Ou entre o luxo e o dinheiro,
O que ao final sempre gera
A decepção, o vazio...
Pois a chave, na verdade,
Está noutra direção:
Está em meio ao amor
À renúncia, ao perdão
À doação, à humildade
À paz, à simplicidade
À arte de compartilhar
De servir e de ajudar
De louvar e agradecer
De relevar e esquecer
O mal que nos atingiu.
Nisso consiste o segredo
De encontrar na realidade
A chave de um grande tesouro
Chamado felicidade!

* * *
A EXTINÇÃO DA FAUNA

Cadê a ararinha-azul?
Foi extinta da natureza
Por ação dos caçadores,
Temidos depredadores
Que simplesmente a venderam
Para colecionadores.
Cadê o mico-leão-dourado?
Ainda ontem foi capturado
Para ser comercializado.
Cadê a onça-pintada?
É espécie ameaçada,
De algumas regiões
Já foi totalmente extinta,
Teve a pele retirada
Ou talvez esteja acuada
No alto de alguma árvore,
Ou talvez até quem sabe
Tenha perdido seu habitat
Por conta do desmatamento
De forma indiscriminada.
Cadê os outros grandes felinos?
O tigre, o leão e o leopardo
Também já foram abatidos
Ou vivem ameaçados
Sem chance de sobrevivência,
Assim como os gatos selvagens:
A onça-parda e a jaguatirica.
Cadê os insetos e répteis?
Foram vitimas do contrabando,
Da biopirataria
Ou talvez da poluição.
Carnívoros, aves, baleias...
Golfinhos e tartarugas
Sendo extintos com frieza
Pelas mãos do próprio homem
Matando e capturando,
Depredando a natureza.

* * *
SAUDADE

A saudade traz de volta
Momentos outrora vividos
Lembranças que não se apagam
Sonhos jamais esquecidos,
Alegrias e tristezas
Inquietudes e incertezas;
Às vezes aperta o peito
Provocando a dor e o pranto
Diante do desencanto
De um sonho ontem desfeito.

Mas traz também a magia
Dos sentimentos mais puros
Que um dia estiveram presentes
Entre beijos e sussurros,
Agora resta a lembrança
E o coração não se cansa
Descompassado a bater
Diante da felicidade
Razão de toda a saudade
Que hoje ronda o meu viver.

Saudade que traz de volta
Momentos de amor intenso
Ao mesmo tempo é amarga
Contrariando o bom senso;
Da desilusão sinto o gosto
E o pranto rola em meu rosto
Vindo à tona sentimentos
Que brincaram lado a lado
Em momentos alternados
De amor e de tormento.

* * *
S.O.S. PLANETA

Poluição, desmatamento...
É o planeta em perigo
Por ação do próprio homem
Que ao invés de usufruir
Da terra, do verde e do mar,
Degrada o meio ambiente
Ameaça o ecossistema,
Comprometendo a existência
De animais e vegetais
Acuados, indefesos...
Sem meios de sobrevivência.

Tudo dentro do universo
Vive em plena sintonia:
A árvore procura o sol
Os animais buscam plantas
O homem depende da terra
E todos carecem de água;
Pura expressão de harmonia
Entre todo ser vivente
Que coabita o planeta.

A água e o solo perecem
A terra pede socorro!
Enchentes, calamidades...
Espécies em extinção;
O céu se tornou escuro
As águas não são cristalinas
As matas já não são verdes
O ar deixou de ser puro.
São efeitos, com certeza,
Do grande descaso do homem
Para com a natureza.

* * *
APENAS UM SONETO

Eu pensei em demonstrar o meu amor
Exprimi-lo nas estrofes de um poema
Transmiti-lo com eloquência e ardor
Permitir que a emoção fosse seu tema.

Eu pensei em expressar meu sentimento
Na cadência das sílabas em simetria
Flutuar por seus sonhos e pensamentos
Nas asas imaginárias da poesia.

Vi, porém, que o meu amor vai muito além
Dos quartetos e tercetos de um soneto
Tamanha a grandiosidade que ele tem!

Amor imenso como o meu não caberia
Na extensão de um só texto em verso ou prosa,
Pois descrevê-lo inteiro eu não conseguiria.

* * *
MÃE


Para ti, mãe, escrevi este poema
É muito pouco para expressar o que sinto
Talvez seja um grão de areia no oceano
Não traduz todo o meu amor tão profundo
Diante do que para mim fostes no mundo!

A ti devo o que sou e o que tenho
Deste-me a vida, o carinho, a mão amiga
Hoje sei que estás de mim muito distante
Mas enquanto nesta vida eu existir
Tu estarás sempre comigo a cada instante!

Apesar de não poder mais te abraçar
Nem tuas mãos e teus cabelos afagar
Trarei sempre viva em mim tua lembrança
Pude estar ao teu lado desde criança
Em meu peito hás de sempre ter lugar!

Desde a tarde de domingo em que partistes
Dói a saudade e o meu ser se entristeceu
Dentro de mim deixastes imenso vazio
Que faz a lágrima brotar dos olhos meus
Mas reconforta-me, mãe, a grande certeza
De que no céu vives feliz junto de Deus!

* * *
GAIVOTA

Pudera eu cruzar o céu qual gaivota
Voar livre por todo esse imenso mar
Ver o reflexo do sol sobre essas águas
Pelo vento incerto me deixar levar!

Sem destino certamente eu voaria
Tendo o azul do céu e o mar como limite
Por uma aura de paz eu me envolveria
Para trás todo o lamento eu deixaria!

Pudera eu então de vez desvencilhar-me
De tudo aquilo que extenua o meu ser
Bater as asas num gesto de liberdade
Extravasar num grito a dor e a saudade!

Gaivota, com você quero voar
Bailar ao ritmo das ondas desse mar
Imitar a tua graciosidade
Desfrutar de toda a tua liberdade!

Ave marinha, eu teria a singeleza
Da cor branca que envolve tua plumagem
E ao pousar na areia eu adormeceria
Agraciada pela emoção da viagem!

Gaivota, abriga-me em tuas asas
Quero viver esse momento alucinante
Aventurar-me nesse azul exuberante
E contigo voar para bem distante!

* * *
MEU SONETO

O poeta retrata a felicidade
O amor, a ilusão, o sofrimento...
Em palavras transforma seu pensamento
Em poesia transforma a realidade

Insiste sempre em poetizar a vida
Em decantá-la aos quatro cantos do universo
Deixando um pouco de seu ser em cada verso
Extravasando sua emoção reprimida

Lá vai ele solitário em seu mundo...
Na bagagem transportando devaneios
E na alma os sentimentos mais profundos

No caminho sempre encontra seguidores
Com os quais vai partilhando seus anseios...
Risos, prantos, amores e desamores

* * *
LUA

Rasgando o negro véu da noite surge a lua
Eterna musa inspiradora dos poetas
Que o acompanha pelas noites solitárias
Com seus intentos rapidamente se entrosa
Somente para ser cantada em verso e prosa.

Lua discreta que desponta sorrateira
E a face oculta da noite vai descobrindo
Com as estrelas tem grande cumplicidade
Flagram juntas o que é feito às escondidas
Enquanto o sol a sono solto está dormindo.

Lua silente, testemunha dos amantes
Ouvidora de suas juras e sussurros
Conhecedora de seus velados segredos
E de seus tantos devaneios incessantes.

Lua que brinca de se esconder do sol
E ao redor da terra gosta de viajar
Lua atraente que o homem busca alcançar
Para um por um de seus mistérios desvendar.

Lua que é tema de inesquecíveis canções
Violeiros por ela são inspirados
Há quem diga que ela acalenta sonhos...
Há que afirme que ela é dos namorados.

Irresistível tomar um banho de lua
Apreciar o belo luar do sertão
Dedilhar a viola enluarada
Deixar a lua se transformar em canção.

Lua que rege, que governa, que domina...
Que embriaga, que inspira e que seduz,
Seja crescente, cheia, nova ou minguante
Seja do ébrio, do poeta ou dos amantes.

* * *
UM SONETO À NATUREZA


Quero ver de novo o verde dessas matas
Ver essas águas abundantes, cristalinas,
Poder banhar-me nesses rios e cascatas
Saciar a minha sede nessas minas.

Quero banir essa cortina de fumaça
Que deprecia o azul do céu e do mar
Ver preservadas essas imensas geleiras
Garantindo a vida do urso polar.

Quero ver flores adornando esses canteiros
Peixes, baleias e golfinhos resguardados
A arara azul liberta do cativeiro.

Pena que o homem ainda não tenha consciência
Do patrimônio que a ele foi confiado
E não lute em prol da sobrevivência.

* * *
SONETO DA PRIMEIRA ESTRELA


No horizonte desponta a primeira estrela
Despertando sonhos e reavivando a esperança
Impossível olhar o céu sem percebê-la
Sem comprazer-se ante esse clima de bonança

Primeira estrela, flamejante e alvissareira
Faça reinar a paz no mundo conturbado
Que os homens vivam a irmandade verdadeira
E que o amor entre eles seja cultivado

É o que te peço, estrela, neste momento
Em que precedes tantas outras que virão
Para adornar o manto azul do firmamento

Sei que recebes, minha estrela, mil pedidos
Pois dessa abóbada celeste és florão
A deixar nossos corações enternecidos

* * *
O BRASIL QUE EU VI DE PERTO

Percorri parte desse imenso Brasil
E ficaram registradas na memória
Suas paisagens de beleza exuberante
Suas riquezas, sua cultura e sua história!

Desembarcando no Rio Grande do Sul
Porto Alegre, litoral, serra gaúcha...
Suas hortênsias e sua vinicultura
Sua bela e peculiar arquitetura!

Avistei a capital catarinense
Revestida do azul do céu e do mar
Preciosidades litorâneas e serranas
Com a neve lá no alto a deslizar!

Curitiba, Ilha do Mel, cataratas...
É o Paraná reverenciando a natureza
Serra do Mar vista da janela do trem
Que a cada curva exibe o tom verde da mata!

Apreciando o panorama paulista
Visitei estâncias hidrominerais
Lá na serra a Suíça Brasileira
Litoral com Ilhabela e muito mais!

Alcancei assim que prossegui viagem
A costa verde e as mais fascinantes ilhas
Rio de Janeiro, sua orla, suas nuances...
Sua cadência envolta em mil maravilhas!

Encontrei nas terras de Minas Gerais
Expressivas raridades culturais
Suas montanhas a abrigarem relíquias
E copiosas fontes de águas minerais!

Posteriormente, rumo ao Espírito Santo
Enveredei-me enfim pela rota do sol
Vendo o azul predominando aos quatro cantos!

Viajando em direção a Goiás
Profusão de atrativos naturais
Observei a aconchegante Caldas Novas
E as mais puras nascentes de águas termais!

Fui chegando na Capital Federal
A obra-prima de Niemeyer conferi
As trilhas da arte e da cultura percorri!

Em Bonito eu me encontrei com a natureza
Em suas águas cristalinas mergulhei
E a fauna aquática de perto admirei!

Já no Nordeste conheci o Sul da Bahia
Perfazendo a rota do descobrimento
Porto Seguro e sua alegria dominante
Suas praias e seus ricos monumentos!

Um pouco adiante ouvi o som dos tambores
Entre atabaques, afoxé e candomblé
Descortinei Salvador com sua magia
E seu cenário que a todos contagia!

Recife e Olinda mais além eu avistei
Entre folguedos, frevo e maracatu
Com seus corais, águas tranqüilas, mar azul!

Mais fortemente eu percebi brilhar o sol...
Coqueiros, mangues e mares ao meu redor
Lá estava eu na exuberante Maceió!

Quando enfim cheguei à Cidade do Sol
Eu me inseri no mais lindo cartão postal
Em meio às dunas deslumbrantes de Natal!

De repente eu me senti no paraíso
Pensei mesmo que acordada eu sonhava:
Eram as praias do Ceará que eu avistava!

* * * *
(direitos autorais Lourde Neves Cúrcio

11/07/2009

DOIS PRIMOS SONHADORES

ASSIM COMEÇA O TRABALHO
DE DOIS PRIMOS SONHADORES
UM QUE EXPRIME NA ARTE
OS SEUS SONHOS, SEUS AMORES
OUTRA QUE ALAVANCA O MUNDO
MOSTRANDO A CADA SEGUNDO
COMO COLHER BELAS FLORES.

MARIA VOCE MERECE
TUDO DE BOM QUE EXISTE
E ESSE TUDO DE BOM
É AQUILO QUE ESPANTA O TRISTE
HOJE EU ME SINTO FELIZ
PORQUE MEU O CORAÇÃO DIZ
MARIA - SINONIMO: PERSISTE

Pádua de Queiróz