30/12/2010

MEU AMIGO VENTO

Obrigado irmão vento por me dar neste momento
este presente tão lindo.
Obrigado meu irmão por devolver-me a inspiração
que eu havia perdido.

Vou pedir poema a Lua e com a canção que é tua
vou compor um hino ao amor.
Ao amor e aos animais, as crianças e a paz
para espantar a dor.

A dor de um mundo sangrento, pois tu meu amigo vento
tu sabes do que eu falo agora.
Tu vagueias sem destino, sopra o rosto do menino
que abandonado chora.

Apague o fogo da terra aceso pela tal guerra
que divide a humanidade.
E espalhe este meu canto, ao negro, ao índio e ao branco
porque amar é liberdade.

E mostre também a harmonia que o nascer de um novo dia
nos proporciona sem imposto.
Vá meu amigo vento, não deixe que a dor e o tormento
molhe mais meu jovem rosto.

Autor: poeta Pádua de Queiróz.

O SOLDADO ATOR

AS PESSOAS ME PERGUNTAM
COMO SE EU FOSSE UM RÉU:
VOCÊ É CONTRA MILITARISMO
E POR QUE VIVE NUM QUARTEL?
EU RESPONDO: SOU ATOR!
SÓ ESTOU FAZENDO O MEU PAPEL.

E ME FAZEM MAIS PERGUNTAS
QUE ROUBAM MINHA ALEGRIA:
VOCÊ FALA EM IGUALDADE
E VIVE NA HIERARQUIA,
COMO PODE ALGUÉM VIVER
DO CONTRÁRIO QUE QUERIA?

EU RESPONDO: SOU ATOR!
E NÃO BRINCO COMO UM MENINO.
EU SÓ REPRESENTO UM ATO
DA PEÇA DO MEU DESTINO.

Pádua de Queiróz - do livro "PÁTRIA AMADA" - 1995

A PAZ


A PAZ



NÃO POSSO ESCUTAR A CANÇÃO QUE A BOMBA ENTOA

NÃO POSSO ACEITAR O SOFRIMENTO DE OUTRA PESSOA

NÃO POSSO VIVER NESTE MUNDO SANGRENTO E TRISTE

ENQUANTO EU NÃO ENTENDER, O POR QUE, QUE A GUERRA EXISTE.



EU JÁ FUI SOLDADO

E ARMADO APRENDI A MATAR

UM INIMIGO POSSIVEL

QUE INVISIVEL NÃO PUDE ODIAR.

HOJE SOU POETA

E POR CERTA NÃO SEI MAIS LUTAR

NÃO TENHO INIMIGOS

E OS AMIGOS ME ENSINAM A AMAR.



EU QUERO DIZER QUE A PAZ É AINDA MAIS IMPORTANTE

E QUE A ARTE É VIVER, MUITO MAIS DO QUE UM SIMPLES INSTANTE.

EU POSSO FAZER MEU IRMÃO SE SENTIR MAIS SEGURO

SEM NUNCA ESQUECER QUE A PAZ NOS GARANTE O FUTURO.



Pádua de Queiróz.

29/12/2010

PROFESSOR PINHEIRO - O AMANTE DA CULTURA

POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ E O ENTÃO VICE GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ PROFESSOR PINHEIRO - POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO CODEL "PROFESSOR PINHEIRO POESIA E GRATIDÃO"(MARÇO/2010)JÁCOME PASTORE(TV CEARÁ), POETA PÁDUA DE QUEIROZ, PROFESSOR PINHEIRO(VICE GOVERNADOR) E O DIRETOR DA TV FORTALEZA.

Poeta Pádua de Queiróz






Um certo amigo me disse


e eu fiquei pensando bem


o futuro a gente faz


se apostarmos em quem


sabe dizer sem demora


o valor que o voto tem.






Sou poeta e eleitor


e vou dar minha opinião


Jácome Pastore, amigo


eu sei você tem razão


Porque só caça com gato


quem não possue um cão.






Por isso não vendi meu voto


e não troquei com ninguém


apostei no professor


que de cór sabe também


que o poder da decisão


no dia da eleição


é o valor que o voto tem.






Com o professor Pinheiro, eleito deputado estadual, ouvi do poeta Herminio campos o seguinte comentário:" poeta Pádua de Queiróz, agora a nossa cultura popular, já tem representatividade na assembléia lesgislativa, nome melhor poderia haver." Ainda conversando com meu amigo e colega poeta falei ainda: "imagine, poeta se o "homem" fosse secretário da cultura."


Deus com toda certeza estava ouvindo aquela nossa conversa, porque no dia seguinte o PROFESSOR PINHEIRO foi nomeado como o novo SECRETARIO DA CULTURA DO ESTADO CEARÁ. com toda certeza, agora teremos vez, voz e grafia. PARABENS PROFESSOR PINHEIRO!!!

O PAI DE UM NOVO DIA


Quem traçou a linha do horizonte,
Dividindo assim o Céu e o mar?
Quem acendeu o Sol tão escaldante,
Que ao nascer dar mais vida ao meu lugar?
Quem guia perdido Navegante,
Que num Porto seguro deseja atracar?
Quem inspira o poeta nesse instante,
Para em versos e prosas perguntar:
Quem é este ser tão importante,
Que nos fez tão somente para amar?


Fez o amor,
E do amor ele fez a vida
E da vida fez a PAZ e a HARMONIA.
Mas será que exista quem duvida
Que DEUS É O PAI DE UM NOVO DIA?

autor: Pádua de Queiróz


Desejo de todo coração a todos aqueles que me ajudaram e continuam me ajudando, nesta lida maravilhosa de escrever poesias, um FELIZ 2011, repleto de realizações... pense em tudo o que é bom, e tudo o que é bom se realizarar.
FELIZ ANO NOVO, MINHA MARIA QUEIRÓZ!!!

PRECE A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - PADROEIRA DO BAIRRO VILA MANUEL SÁTIRO

* Letra de música composta por PÁDUA DE QUEIRÓZ - exclusivamente para a festa da padroeira no Bairro de Vila Manuel Sátiro, em Fortaleza.... Sucesso absoluto!!!

PRECE A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ
Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe da gente
Hoje eu canto alegremente
E eu vou dizer porque:
Não tenho medo de seguir o meu caminho
Porque eu nunca estou sozinho
E confio em Você.
Felicidade, hoje mora em meu peito
Com você tudo é perfeito
Minha fé é grande assim
Faz muito tempo eu ainda era criança
Que eu tenho a confiança
Que Você cuida de mim.
Salve Rainha, Avé-Maria me proteja
Sob o teto dessa igreja
Minha casa de oração.
Onde eu espero minha Graça alcançar
Diante de seu Altar
Eu peço por meu irmão,
Que agora vive por aí abandonado
Pelas DROGAS escravizado
Sem saber que seu amor
Também liberta, porque foste MÃE DILETA
De Meu Mestre, Meu Profeta,
Meu JESUS, Meu Salvador!
Nossa Senhora das Graças
Eu levo no coração.
E minha Comunidade
Tem a sua proteção.

16/04/2010

REDE BAHIA REVISTA DIA 18 DE ABRIL - JONY TORRES SOBRE LITERATURA DE CORDEL

Uma reportagem de Jony Torres sobre Literatura de Cordel vai ser exibida neste domingo, 18 de abril, no programa "Rede Bahia Revista". Horário: às 23h30 (logo depois do seriado "SOS Emergência"). Entrevistados: Bule-Bule, Antônio Barreto, Leandro Tranquilino, Jotacê Freitas e Wladimir Cazé

22/02/2010

CARNAVAL DE SALVADOR

CARNAVAL DE SALVADOR

Antonio Barreto, cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.

Dei uma de jornalista
Em Salvador da Bahia
E fui consultar o povo
Pra comentar a folia
Que se chama Carnaval
Uma festa cultural
Que declina a cada dia.

Busquei a neutralidade
Sem fazer intervenção
Apenas eu transformava
Com muita dedicação
Tudo em versos de cordel
E anotava no papel:
Conforme vocês verão:

— O carnaval tá careca
E fingindo que tem trança !
Muitos a ganhar dinheiro
Engordando sua poupança
E o pobre do folião
Precisa de um dinheirão
Pra poder entrar na “dança”.

— O carnaval era público
Porém tornou-se privado.
Toda a espontaneidade
Acabou-se com o mercado
De gente gananciosa
Prepotente e vaidosa:
Um esquema bem fechado.

— Hoje o clima é de apartheid
Feito o Muro de Berlim.
De um lado o povo simples
E do outro Camarim:
Criação de uma elite
Que passou a dar palpite
E fazer coisa ruim.

— Agora ninguém me engana:
Já não podemos pensar
Neste Carnaval baiano
Como festa popular
Já que a praça, que é do povo
Tem agora um “Kartel novo”
Pra excluir, pra faturar !

— Já existe fazendeira
Empresário, explorador
Donos de rede de hotel
Gente vil, bajulador
Matando essa bela festa
Que o mundo inteiro atesta:
Carnaval de Salvador.

— No Recife prazenteiro
Não tem corda ou escravidão.
Ninguém paga pra brincar
Lá quem manda é o folião
Mas aqui em Salvador
Não há ética nem pudor:
Tudo é privatização.

— Os artistas e empresários
Que comandam o carnaval
Eu não vou citar os nomes
Dessa prole tão banal
Figuras tão conhecidas
Porém não comprometidas
Com o lado social.

— Em perfeito e alto astral
Fico com Moraes Moreira
Artista conceituado
Que enxergou a baboseira:
A ganância, a hipocrisia
Dessa gente da Bahia
Prepotente e ‘aberteira’.

— Vai morrendo a tradição
Da nossa rica cultura
Pouco a pouco os blocos-afros
Caem na “rua da amargura”
Porque a força do mal
Que comando o carnaval
Já domina a Prefeitura.

— O empresário fatura
Sem visar o social.
Já criou-se um apartheid
Nesse belo carnaval
Que em vez de ser do povo
Já pertence a esse novo
Megaesquema industrial.

— Na perda da tradição
Lá se vão o afoxé,
O sambinha, o ijexá,
A magia, o candomblé
Que perderam seu espaço
Para o tal do “pagodaço”
E a elite do axé.

— Logo eu estarei em Marte
Longe de tanta artimanha.
Veja agora que o Rei Mono
Não precisa ter mais banha !
O processo é político
De prefeito paralítico
Que só pensa em barganha.

— Cada um compra seu “lote”
No circuito Barra-Ondina
Monopolizando espaço
Que logo terá piscina !
Camarotes suntuosos
Dos artistas vaidosos
Cuja luz não me fascina.

— Aumentando a hipocrisia
Criaram os tais “cordeiros”
Pessoas submetidas
Aos blocos de interesseiros
Que fazem do pobre: escravos
E lhes dão alguns centavos
Para serem seus obreiros.

— Quem ousar cortar o mal
Da Máfia pela raiz
Logo será destruído
Vai ser mais um infeliz
Pois o “plano” é muito forte:
Eles sabem dar o corte
Porque são pessoas vis.

— Muitas cenas de mau gosto
São vistas à luz do dia
Em cima dos Camarotes
Onde rola a mordomia
Das grandes “celebridades”
As famosas “majestades”
Do Carnaval da Bahia.

— Mas também há folião
Que não tem discernimento
E acaba endeusando
Certo bando de ‘jumento’
Que faz música sem critério
Só leva o dinheiro a sério
Visando enriquecimento

— Cadê a preservação
Da cultura africana
Que muito contribuiu
Pra essa festa baiana?
Perdemos nossa beleza
E o critério, com certeza
Por causa da ratazana.

— Na voz dos ‘grandes artistas’
Desse nosso carnavá
Essa estória de dizer:
“ onde tem povo tô lá”:
Isso é mentira pura
Eles vão pela usura
De ganhar muito bambá !

— As ruas e avenidas
Estão sendo dominadas
Por blocos e trios elétricos
Das estrelas ”endeusadas”.
E os afoxés da gente
Raiz afrodescendente
Desfilam nas madrugadas.

— Não me venham com lambança
Ainda sou pipoqueiro
Folião independente
Não quero ser chicleteiro.
Tenho cérebro, não sou besta
(segunda nunca foi sexta !)
Tampouco sou pagodeiro.

— E da forma que prossegue
Essa louca trajetória
No futuro não se assuste
De um Carnaval sem glória
Que ficará registrado
E muito pouco lembrado
Nas páginas da nossa história.

— Os empresários têm manha
Pra matar a tradição...
Antes era o Carnaval
Festa da população
Hoje é tudo demarcado
Pelo tal Poder Privado:
Que se lasque o folião !

— Gosto mesmo é de Gerônimo
Tapajós, Ilê, Missinho
Luiz Caldas, Olodum
Dez mil vezes Armandinho
Botando pra rebentar
Trilhando Dodô e Osmar
Com Aroldo, André e Betinho.

— Sou Muzenza, Sarajane
A Mudança do Garcia
Filhos de Gandy, Ara Ketu
Walter Queiroz: poesia !
Apaches e muito mais:
Carnaval de glória e paz...
Quem jamais esqueceria ?!

— Só queria um por cento
Da riqueza de Guanaes
De Sangalo, de Chiclete
Etecéteras e tais...
Êta indústria de dinheiro
Deste Carnaval fagueiro
Alienante demais !

— 60 anos de Trio
Nós precisamos louvar
Porque os nossos heróis
Chamados Dodô e Osmar
Tão chorando lá no céu
Diante do escarcéu
Que acabaram de instalar.

E aqui Barreto encerra
Esses versos de cordel
Desejando que essa Festa
Tenha mais sabor de Mel
E a praça do povão
Volte a ter animação
Sem a onda do “Kartel”” !

FIM

Salvador, Carnaval de 2010