17/11/2018

CONHEÇA BATURITÉ - PÁDUA DE QUEIRÓZ

CONHEÇA BATURITÉ



Baturité pra turismo
Tem grande potencial
O turismo Ecológico,
Religioso e cultural
Conheça Baturité
Cidade histórica que é
Patrimônio nacional.

Venha comigo fazer
Um “Tour” nesta poesia
Da zona Rural a Urbana
Conhecimento e alegria
Sei que você vai gostar
Mas antes quero explicar
Que em nossa Geografia.

Serra de Guaramiranga
No mapa nunca existiu
Na Região do Maciço
No Nordeste do Brasil
Foi na terra das bananeiras
Do café e das cachoeiras
Em Baturité que surgiu.

A cidade de Guaramiranga
Que fica no topo da serra
Foi distrito desmembrado
Quem omite o fato erra
A história é que diz isso
Que a cidade-mãe do Maciço
É Baturité, minha terra.

Então deixemos este assunto
Pra quem deseja mudar
O que a história escreveu
Ninguém pode apagar
“SERRA DE BATURITÉ”
Pelo Turismo da fé
Vamos juntos caminhar.

Vejam igreja da Matriz
Ainda hoje preservada
Em mil setecentos e sessenta
E dois foi inaugurada
É santuário que acalma
E a Nossa Senhora da Palma
A ela foi consagrada.

E mesmo sendo um templo
Para culto e oração
Serviu para outros fins
Durante a Revolução
Do Equador que eclodiu
Do Nordeste do Brasil
E teve como função.

De depósito para pólvora
E todo tipo de armamento
É a edificação mais antiga
Que eu tenho conhecimento
É de uma beleza ímpar
Conservada e sempre limpa
Não sai do meu pensamento.

Quando a seca dos dois setes
Assolou o meu Ceará
Tamanho foi o flagelo
Que tomou conta de cá
Vinha gente do sertão
E de toda Região
Para não morrer por lá.

Então nosso Imperador
Homem culto e consciente
Quando soube da miséria
Da seca que impunimente
Maltratava o seu povo
Assinou um decreto novo
Pra ajudar aquela gente.

“Que venda o último brilhante
Da minha coroa real
Mas não deixe um cearense
Perecer do grande mal
Ninguém vai morrer de fome
Nesta seca que consome
O recurso natural.”

Ai então se formou
Uma frente trabalhista
Construindo grandes prédios
Açudes a perder de vista
Que em troca de comida
Água pra manter a vida
No período Imperialista.

Em Baturité ergueram
Com a força dos retirantes
E trabalhadores locais
Os prédios mais importantes
Em três anos, um desafio
O “Palácio entre rios”
E outro mais adiante.

A Igreja de Santa Luzia
De beleza que comove
Inaugurada em Mil
Oitocentos e setenta e nove
No governo Imperial
Que vislumbrou afinal
Que o trabalho resolve.

Nós já tínhamos a linha férrea
Mas a obra estava lenta
Além da seca, faltava
A mão de obra que sustenta
Um empreendimento moderno
Devido ao escasso inverno
Nenhuma Nação aguenta.

Sei que “a seca dos dois sete”
O destino nos impôs
E diante tal fato
A população se propôs
Mesmo com dificuldade
O trem chegou na cidade
Em mil oitocentos e oitenta e dois.

Os retirantes da seca
Se empenharam na labuta
Dia e noite sem cessar
Numa épica e grande luta
Concluíram a ferrovia
Veio o trem, chuva, alegria
E vencemos a disputa.

Cada tijola assentado
Temos histórias a contar
Imaginem “Cem Milheiros”
Que romance iria dar
Esta eu vou resumir
Mas não posso omitir
Ocorreu no meu lugar.

No bairro do Putiú
De vista para a estação
O padre Bernardino
Deu a sua autorização
Para construir uma capela
Bem formosa e singela
Para o povo em oração.

Agradecer a CRISTO REI
A vida, a paz e o amor
O Senhor Anderson Ferro
Foi um grande colaborador
Doou a imagem de Maria
Que ele então possuía
E a de Cristo Redentor.

No ano mil novecentos
E quatorze se iniciou
A obra do grande templo
Que nos alicerces parou
Devido a escassez
De tijolos e dessa vez
Um homem se apresentou.

Era Pórfirio Bandeira
Que morava em frente a linha
E explicou para o Padre
Que em sua propriedade tinha
O material necessário
Para o trabalho diário
Na construção da igrejinha.

O padre disse: meu filho
Já dar para começar.
Quantos tijolos você
Se dispõe a nos doar?
Falou olhando pra cima:
Até a cruz nós termina
Pode mandar ir buscar!

Cabe lembrar que essa época
O mundo estava virado
A Primeira grande guerra
Na Europa tinha estourado
E a Sedição de Juazeiro
Do padre Santo Romeiro
Eclodiu em nosso estado.

Eu só sei que neste tempo
De um fato ocorrido
Pelas tropas de “jagunços”
Baturité foi invadido
O Putiú foi poupado
Porque ali foi encontrado
Dois caixotes escondidos.

Contendo as imagens doadas
Para o altar da capela
Os jagunços recuaram
Vendo imagens tão belas
Pondo fim no pesadelo
Partiram pra depor Rabelo
Sem deixar muitas sequelas.

A data da inauguração
Pesquisando me enrolei
Dizem que foi em dezessete
Ou dezenove eu não sei
Duas datas diferentes
Mas confesso minha gente
É verdade o que eu falei.

No início do Século Vinte
Baturité vivencia
Um movimento religioso
Com o jovem Ananias
E o Vigário local
Que de forma sensacional
Construíram com ousadia.

Num espaço de nove anos
A Escola dos Jesuítas
O nosso Círculo Operário
Com intuito paternalista
O instituto Auxiliadora
Que de forma inovadora
Era algo surrealista.

E o Colégio Domingos Sávio
O nosso Ananias Arruda
Ao lado do Monsenhor
Manoel Cândido, tudo muda
Investiu na educação
Através da religião
Pra não precisarem de ajuda.

No mundo da educação
Baturité era referencia
Jovens de outros Estados
Fixavam residência
E com essa atitude
Os princípios da Virtude
E as lições das Ciências.

Recebiam durante as aulas
Para toda vida levar
E grandes nomes surgiram
Na história do Ceará
Godofredo e Júlio Maciel
Desempenharam seu papel
Como filhos deste lugar.

Além de Stênio Gomes
Que foi nosso Governador
Entre tantos baturiteenses
Que provaram o seu valor
Mas graças a ousadia
De Abnegado Ananias
E Manoel Cândido, o Monsenhor.

Foi Ananias Arruda
Que teve a ideia e fez
Outra magnifica obra
E seu povo dessa vez
No turismo religioso
Ostentava orgulho
Com tamanha altivez.

Um monumento a Virgem
Maria Mãe de Jesus
Com o olhar pra cidade
Como quem guia e conduz
O povo de Baturité
Para os caminhos da fé
Com sua Divina luz.

Visite a nossa cidade
Temos muito a mostrar
O museu ferroviário
E logo ao lado estar
Uma replica parecida
Da máquina que trouxe vida
Ao povo deste lugar.

Eu ainda era menino
Mas me lembro muito bem
Na Praça do Putiú
Não cabia mais ninguém
Foi um dia extraordinário
Que marcava o centenário
Que chegou o primeiro trem.

Foi uma máquina a vapor
Que trouxe a composição
De passageiro e de cargas
Da capital ao sertão
Movimentando a economia
E o que a região produzia
Com o café e o algodão.

Hoje a antiga estação
Abriga a nossa cultura
Além de um belo museu
No presente hoje figura
Entre os mais belos que há
No Estado do Ceará
Por sua arquitetura.

No Quilombo do Evaristo
Os nossos antepassados
Repousam os restos mortais
Recentemente encontrados
Num Eco museu expõe
Para todos o que propõe
Estudar o grande achado.

O mirante do cruzeiro
Este eu sei que é imperdível
Proporciona ao turista
Uma paisagem incrível
Foi sonho idealizado
E também concretizado
Por alguém que achou possível.

Construir uma cruz de ferro
Simbolizado a fé
De um povo que faz história
De um povo forte que é
Símbolo desta região
Humilde e de bom coração
Filhos de Baturité.

Fred Solon, sacerdote
Nos deixou este legado
O mirante do cruzeiro
É bastante visitado
Com vistas para o mosteiro
E Baturité inteiro
E eu fico maravilhado.

O parque das cachoeiras
A barragem “Tijuquinha”
A “cachoeira do Urubú”
E uma mata tão fresquinha
O “Poço da Moça” e do “Tacho”
Tem beleza que eu só acho
Aqui na minha terrinha.

Para quem gosta e aprecia
Nossa Biodiversidade
Pode então fotografar
Toda variedade
Do orquidário natural
Desfrutando a liberdade.

De ouvir o canto dos pássaros
Do sabiá ao verdelino
Ouvir o estalar das asas
Do beija-flor pequenino
Tatu peba, Cuandu,
Tejo, Mocó e Jacú
Mil tesouros Nordestino.

Se eu pudesse nascer
Outra vez eu pediria
Para o Senhor do Universo
Novamente esta alegria
De ser poeta serrano
Baturité não me engano
É inspiração, é poesia.

Nossa cidade é tão rica
Devemos mais conhecer
O passado estar presente
Em tudo podemos ver
A história de um povo
Quem veio venha de novo
E muito mais vai aprender.

IN MEMÓRIA DE MEU AVÔ MATERNO
PORFÍRIO BANDEIRA DE QUEIRÓZ

Baturité,Ce Pádua de Queiróz – 17.11.2018





































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