20/07/2008

NOSSO LAR

Quando li pela primeira vez "Nosso Lar", me senti maravilhado diante da deslumbrante narrativa que o espírito André Luiz ditou e que foi psicografada pelo bondoso e amável Francisco Cândido Xavier, sobre a sua experiência de vida após a morte.

Ao terminar de lê-lo, senti-me no dever de repassar aquele livro a alguém. Dez anos depois, adquirir por empréstimo aquele livro que novamente reli e mais uma vez me senti no dever de repassá-lo, porém de uma forma diferente.

Nosso Lar, em literatura de Cordel, é um agradecimento do poeta aos espíritos de André Luiz e Francisco Cândido Xavier, que me ensinou através de sua obra que o dom mais precioso que nós seres humanos possuímos e que nos foi ofertado pelo autor da criação é a Vida.
(Poeta Pádua de Queiróz)

NOSSO LAR

Direito autoral Pádua de Queiróz

Jesus Cristo, eterno Pai
do amor e da bondade,
Pai do Espírito que semeia
em vida a caridade.
Eu te peço, meu Senhor
Inspire-me com teu amor
que transcende a eternidade

Para que eu possa em versos
repassar essa mensagem
verdadeira que transmite
a fé, o amor e a coragem.
A morte é renovadora,
e a vida é reveladora
de nossa eterna viagem.

A vida, a morte e a alma
encontrei em Nosso Lar,
livro psicografado
para assim nos ensinar,
que toodo ser é igual
e o amor universal
para que todos possam amar.

O amor é fonte inesgotável
de vida que flui intensa,
vida que bem vivida
ao bom espírito compensa,
através da eternidade
no caminho da verdade
a graça da paz imensa.

Somente alcança a paz
quem vive na retidão,
praticando a caridade
sem distinguir o irmão.
Viver não é sacrifício
se nos abstermos do vício
e do rancor no coração.

Chico Cândido Xavier
piscografou a história
que o espírito André Luiz
nos contou cheio de glória.
De como ele aqui viveu
e também como sofreu
para conquistar a vitória.

Filhos de pais generosos
André, muito inteligente,
viu em vida o sucesso
fluir tão naturalmente,
e sem muito embaraço
conquistou o seu espaço
viveu no lar felizmente.

Tranquilo financeiramente
gozou dos bens que colheu,
como médico aqui na terra
só preocupou-se com os seus.
Em seu círculo familiar
trancou-se sem observar
o dom que ganhou de Deus.

Este dom que recebemos
é a vida pra viver,
com toda família humana
que nos faz compreender
que nas obras de caridade
encontramos a verdade
e o significado de ser.

Não se preocupe com o irmão
de uma maneira fraterna
André nem sequer percebeu
que a vida é eterna.
ao entregar-se aos vícios
prazeres vãos, fictícios
encontrados na taberna.

Mas um dia nosso irmão
que era ainda tão moço,
de tanto beber e fumar
chegou ao fundo do poço.
Desencarnou sem saber
que iria conhece
da verdade o alvoroço.

E nas zonas inferiores
do plano espiritual,
conheceu a realidade
vagando feito um animal,
e sem saber aonde ir,
vendo o mal lhe perseguir
se perguntava afinal:

... Que lugar é este aqui,
escuro e frio que estou?
tenho fome, tenho sede,
sinto frio, que horror!
Por que tanta dor e pranto?
Caminho, mas, no entanto,
eu não sei aonde vou.

Onde etsou meu Deus do Céu?
Por que será que estou sofrendo?
O que fiz pra padecer,
este momento morrendo?
Não conheço este lugar,
Pra quem devo apelar?
Já estou enlouquecendo!

Em meio à escuridão
sem parar de caminhar,
e pra aumentar seu tormento,
André passou a escutar
vozes de todos os lados
que o deixavam assombrado,
com uma dúvida no ar.

Suícida criminoso e infame!
Ouvia de todos os lados.
Os vultos negros surgiam
lhe deixando apavorado.
E naquela escuridão
compreendeu a situação
ao sentir-se abandonado.

Só não podia entender
os insultos que el e ouvia:
criminoso, suicida...
nada disso procedia.
Pois lembrou-se do hospital
quando em estado terminal
a doença lhe vencia.

E deixou seu corpo físico
sem vontade de partir.
Naquela paisagem escura
cansado de resistir,
com um olhar de esperança,
igualmente a uma criança,
rogou a Deus para intervir.

E naquele mesmo instante
tudo mudou de repente,
a escuridão dissipou-se
e surgiu em sua frente,
a figura de um velhinho
que lhe afagou com carinho
sorrindo paternalmente.

Então o amargo pranto
que ele havia derramado
transformou-se em alegria,
deixando André emocionado.
Quando enxcergou o brilho
do velho que disse: - Filho,
não se sinta abandonado.

André reuniu suas forças
e perguntou ao velhinho:
- Quem sois vós, que então me trata
com tanto amor e carinho?
- Clarêncio, é o meu nome!
Respondeu-lhe aquele homem,
Que surgiu em seu caminho.

- Sou apenas teu irmão
e vim para te ajudar,
permaneça agora calmo
é preciso descansar.
Vamos logo, sem demora,
precisamos ir embora
de volta para nosso lar.

Apoiado em seu cajado
que intensa luz reluzia,
Clarêncio chamou dois homens
que à distância mantinha
para transportar André Luiz
esgotado , porém feliz,
para o lar da harmonia.

Transportado numa maca
como um ferido comum,
conduzido pelos homens
que sem esforços algum,
guiados por seu benfeitor
adentraram no interior
daquele lugar incomum.

Dois jovens vieram trazendo
uma túnica de linho branco,
levaram André para um leito
cheio de luz e encanto.
- Guardem nosso tutelado!
Lhes pediu o velhinho armado
que o resgatou do pranto.

E se foi dizendo adeus,
prometendo então voltar.
André, muito agradecido,
Endereçou-lhe um olhar
de gratidão e respeito
e deitado em seu leito
pôde então repousar.

Ao lado dos enfermeiros
com muita admiração
perguntou: - De onde vem
essa luz que vejo então?
Um enfermeiro respondeu:
- Essa luz quem acendeu
foi o pai da criação.

É o mesmo sol que você
via no círculo carnal.
É a divina matriz da vida
aqui no plano espiritua.
Ela brilha diferente
porque você vê e sente
com uma rica percepção visual.

Foi aí que André Luiz
em profunda cogitação,
recordou que nunca olhara
para o sol com admiração.
E como um cego venturoso
quer ver a natureza orgulhoso
depois de anos na escuridão.

Depois lhe serviram um caldo
que alimentou sua alma,
agindo como um remédio
que conforta e que acalam.
Sentindo-se quase refeito,
ouviu penetrar em seu leito
uma música doce e calma.

E sem perguntar mais nada
mas com um olhar indagador,
André olhou para o enfermeiro
que lhe esclareceu com amor:
-É chegado o fim do dia
e essa música anuncia
que o crepúsculo chegou

E aqui em nosso lar
reúnem-se todos os espíritos,
nesta hora consagrada
à Nosso Senhor Jesus Cristo.
Agora repouse em paz,
eu voltarei logo mais,
descanse, irmão, eu insisto.

De uma forma suplicante
lhe pediu para acompanhar,
mas o enfermeiro lhe falou:
- Muito fraco você está.
Porém, se sente disposto
eu não farei contragosto
me acompanhe, vamos lá.

Ao chegar a tal recinto
onde todos já oravam,
viu setenta e duas figuras
que a um velhinho cercavam.
Em respeitoso silêncio
André reconheceu Clarêncio
ao centro em que todos estavam.

Terminando a oração
retornou para o seu leito,
ao lado de seu irmão
já se sentia refeito.
André encontrou alento
pra todo seu sofrimento
no lar do amor perfeito.

Após um profundo repouso,
Clarêncio o foi visitar,
acompanhado de um médico
para o André examinar.
Chamava-se Henrique de Luna
Que foi diendo em suma:
- Irnão, é de se lamentar!

Eu lamento, meu irmão,
por você ter praticado
o suicidio do corpo
como está confirmado.
André, disse ao doutor:
- Eu acho que o senhor
só pode estar enganado.

Creio que haja engano
eu lutei pra não morrer,
lá na casa de saúde
tentendo a morte vencer.
Por mais de quarenta dias
senti dor e agonia
vi meu corpo percer.

Sofri duas operações
por problemas intestinais,
a doença me dilacerava
eu não aguentava mais.
Não tinha como escapar,
vi minha vida acabar
para enfim achar a paz.

Mas o medico continuou
deixando André mais confuso:
- Meu irmão, o seu problema
foi consequência de abuso
do cigarro e da bebida
que encerrou a sua vida
que você não fez bom uso.

Você jogou fora a dádiva
maior da humanidade,
que foi a ti confiada
pelo Pai da eternidade.
Seu menosprezo pela vida
fez de você suicida
no plano da espiritualidade.

Os prazes que encontraste
na terra foi ilusão,
suicida incoscinente
digo-lhe com toda razão.
E André envergonhado
foi novamente amapardo
por Clarêncio, seu irmão.

André Luiz compreendeu
a extensão da leviandade
no momento em que sofria
a torturante realidade.
E recebeu do seu benfeitor
um abraço reconfortador
de quem ama de verdade.

E as palavras generosas
que Clarêncio lhe falou,
revelou-lhe que a morte
que sua vida ceifou
não era o fim da existência
e com a voz da experiência
Clarêncio continuou:

- Confie em Nosso Senhor
e em nossa dedicação,
juntos vamos trabalhar
com amor e devoção,
a vida aqui não se encerra
muitos vivem lá na terra
sua mesma situação.

Você é meu tutelado,
com prazer vou te ensinar
os trabalhos que realizamos
para nos aperfeiçoar.
Sou seu irmão,seu amigo,
este é seu novo abrigo
Que chamamos "Nosso Lar".

André Luiz aprendeu
que um século era um dia,
que o trabalho alimentava
o espirito que evoluia,
e que o mais importante
era ajudar seu semelhante
a viver em harmonia.

Eu dedico eses versos
ao jovem que tem meu apreço,
no seu exemplo e trabalho
a minha alma eu aqueço.
Eterno Pedro, meu irmão,
seguar a sua mão
eu nem sei se eu mereço.

Fortaleza, 1 de julho de 2006 (Pádua de Queiroz)

CEARÁ SPORTING CLUBE - CORDEL E FUTEBOL


Direito autoral Poeta Padua de Queiróz - ano 2006

RAÇA DE CAMPEÃO


Literatura de Cordel
Raça de Campeão

O VOVÔ  pegou um jeep
E se mandou pro Castelão,
Mas no meio do caminho
Atropelou um leão.
A T.U.F., logo fez drama
Ligaram  para o IBAMA,
Mas veja que decepção.

O Diretor do IBAMA
Que atendeu ao chamado,
Foi dizendo: neste trote
Só quem cai é abestado!
Ligue pra outro setor,
Tô indo para a CEARAMOR
E já estou atrasado.

Foi um tal de Ribamar
Que insistiu na ligação,
Pra delatar ao IBAMA
O competente Vozão,
Que estava sendo acusado
De ter enfim atropelado
Em plena rua um leão.

Do outro lado da linha
Atendeu o secretário
Dizendo pra Ribamar:
Eu não sou nenhum otário!
Amigo deixe de besteira,
Que na Fauna Brasileira
Leão não é Temerário.

Eu te digo com certeza
Por favor não fique triste,
Ribamar esse seu bicho
Nem no Ceará existe.
Aqui tem Canario, Gavião,
Jumento e até Tubarão
Sua denúncia não consiste.

Este relato leitor,
Não passa de gozação
Estou cansado de ver
Tamanha desmoralização.
O time de Fortaleza
Sempre tem a certeza
De na justiça ser campeão.

Não trabalha como deve
Trabalhar o vencedor,
Quem não lembra de Zezinho
O grande goleador,
Que com um gol fenomenal
Adiou a tal final
Que o adversário arregou.

Mas a realidade é outra
Justiça so a Divina,
Jesus Cristo é o Juíz
Verdadeiro que ensina,
Que quem trabalha direito
Alcança glória e respeito
E o adversário se inclina.

Mesmo que o adversário
Gaste mais de um milhão,
Mesmo que só consiga
Fora de campo ser campeão
E seja cheio de estrelas
Nunca será parelha
Pro melhor da região,

Agora vou narrar o jogo
Que prevaleceu a verdade,
No dia nove de abril
As quatro horas da tarde,
O Voi escalado
Desde o domingo passado
Sem polêmica, sem alarde

O Tecnico do alvinegro
José Teodoro Bonfim,
Para o jejum de três anos
De repente ter um fim,
Escalou no Ceará
Pra vitória conquistar
Dessa maneira assim:

No gol o paredão Adilson
Que foi muiti criticado,
Quando na primeira fase
Devido aos maus resultados,
Agora estava inteiro
Nas costas o número primeiro
Por ele seria levado.

Arlindo Maracanão,
Com Sérgio que foi Tricolor,
Nas laterais jogariam
Cobrindo ou sendo armador
Clécio e Preto na zaga
Com Léo Gago na rebarba
Era o Trio Defensor.

Leanderson e Jorge Henrique
Com Luis Fernando sobrando
Ao lado de Aleluia
O meio foi se formando.
Vinicius, o grande craque
Isolado no ataque
Como um tanque atirando.

O time estava formado
Só faltando definir,
O time adversário
Comandado por Jair
Que não era muito sério
Pois fez oaior mistério
Bota aqui e tira ali.

Só decidiu no final
A escalação do plantel
Como sabendo o segredo
Que abelha fez o mel
Por causa de um tal Mazinho
Mercenario e infiel.

Quando o apito trilou
A torcida do Vozão,
Já gritava em alto tom:
É campeão, campeão!
Arlindo e Aleluia,
Davam até banho de cuia
No gramado do Castelão.

A zaga do Alvinegro
Parecia está treinando,
Adilson lá nos três Paus
Até pensamento pegando.
Termina o primeiro tempo
Então começa o tormento
Do adversário chorando.

Quem tinha o tal homem Raio,
Se esqueceu de rezar
Para o Santo São José,
Padroeiro do lugar,
Mandar nuvem carregada
Que raio sem enchurrada
Raramente cairá.

O raio que não caiu,
O leão que só miou
Nada podia afetar
O Vovô da CEARAMOR,
Que junto com Maurição
Gritava é campeão,
Clodoaldo e matador!

Zé Teodoro sensato,
Sabia que não era preciso
Utilizar o pesadelo.
Do seu arque-inimigo
Quando Vinicius marcou
O gol que então acabou
O sonho de seus ex-amigos.

Foi então que aconteceu
O que todo mundo esperava
O Tanque ria de um lado,
Do outro o Raio chorava.
Eugênio vitorioso,
Ribamar triste e choroso
Nem mesmo acreditava.

O árbitro encerrou o jogo,
O vozão ergue a taça,
A união goza a alegria.
A soberba chora a desgraça
E a moral da história:
Só consegue a Vitoria
Quem tem fé , amor e raça.

Eu dedico este cordel
Pra quem faz acontecer.
Pra quem luta e não desiste,
Pra quem sabe e que viver.
Ao povo do meu país
Alvinegro mais feliz
Estes versos é pra você.

(Pádua de Queiróz, 10 de abril de 2006)