23/11/2008

A TERRA ESTÁ ESQUENTANDO E A CULPA É DO HOMEM. AUTOR: WALTER MEDEIROS

A terra está esquentando e a culpa é do homem

Muita coisa nesta vida
Já conseguiu me chocar
Me fez rir e fez chorar
E continuei na lida;
Mas agora vou narrar
O pior fato que há
Na nossa terra querida.

Não é de se apavorar
Mas é bem preocupante
Pois um problema gigante
Acabam de anunciar;
É dose prá elefante
Pois deu no alto-falante
Que a terra vai esquentar.

Não se trata de rompante
Pois quem disse foi a ONU
Nem se deve perder sono
Ou ver algo delirante;
Se a terra não tem dono,
Dióxido de carbono
É pior que meliante.

Falam também no metano
E no óxido nitroso
Um efeito horroroso
Para o habitat humano;
O calor calamitoso
Que já é muito danoso
Aumenta a cada ano.

Não é conto de trancoso
Mas é de bem e de mal
Catástrofe ambiental
É bom ficar bem cioso;
Rádio, tv e jornal
Divulgaram tudo igual
Sem ter mais vez prá dengoso.

E olhe que é parcial
Essa conclusão enfática
Sobre mudança climática
Deveras fenomenal;
Parece coisa galática
Mas tem uma matemática
Ruim prá planta e animal.

Explicando a problemática
Dizem que em dois mil e cem
Ninguém viverá tão bem
Já dá prá pensar na prática;
Esse tempo que se tem
Terá quatro graus além
Numa era sorumbática.

Falam em mais um porém
Sobre as camadas polares
Que perderão seus lugares
Pois esquentarão também;
Derreterão sob olhares
Dos filhos que aqui deixares
E a quem queres muito bem.

Vai ter coisa até nos mares
Que já têm seus perímetros
Cinquenta e oito centímetros
Já te mandam calculares
Usarão até multímetros
Pois a tensão dos voltímetros
Será medida nos ares.

Mais de dois mil cientistas
Assinam o relatório
Não é um dado simplório
É de encher as revistas
Apesar do falatório
De um ianque inglório
Prá quem tudo é terrorista.

Nada ali é irrisório
Pois as secas e tufões
Terão mais situações
Sem nada de ilusório;
Diversas populações
Terão suas aflições
Afetando até cartório.

O aquecimento global
Não é nada por engano
É culpa do ser humano
Que destruiu manguezal;
Desse jeito, ano a ano
Algo pior que profano
Fez assim o maior mal.

Já faz quase doze anos
Que se falou em Kyoto
Não era coisa de boto
Mas sobre erros humanos
Gases, fumaça, esgoto,
Não é coisa de garoto
Mas faltam americanos.

O tal do efeito estufa
Cujo estrago já se viu
Teve ilha que sumiu
Onde tambor não mais rufa;
Geleira também caiu
E muita gente sentiu
Quem escapou disse “ufa!”.

O relatório saiu
Algo precisa mudar
Para da terra cuidar
Começar pelo Brasil
Bastava não desmatar
Para muito ajudar
Já seria nota mil.

Quando quiser viajar
Evite ir de avião
Pois em qualquer estação
Ele vai gás espalhar;
Andar de carro, então,
Se não tiver solução,
Motor sempre revisar.

Dessa forma, cidadão,
A mudança começou
Nosso clima esquentou
Temos um novo padrão
Tempestades de horror
Muita gente já pegou
E pode ter mais, então.

A ciência observou
Que essa variação
Teve a participação
Do homem que relegou
Por causa de ambição
Destrói da terra o pulmão
Que Deus um dia criou.

Não é qualquer impressão
Capaz de gerar enganos
Pesquisaram em mil anos
Região por região
Então daqui a cem anos
Caso sejam mais insanos
Não sei como será não.

A ONU tem grande plano
Para enfrentar o problema
Estuda um grande esquema
Até o fim deste ano
Uma coisa prá cinema
Que pode levar o lema
De salvar o ser humano.

Pensando nesse sistema
Vamos raciocinar
Como essa terra será
Na praia de Ipanema
Quarenta graus ao luar
Mais quatro graus aumentar
Aí vai ser um problema.

Acho que vou terminar
Deixo a bola com você
Para não enlouquecer
Vou parar de matutar;
Para quem conseguiu ler
Quero apenas dizer
Que só quem viver verá.

FIM---.

Este cordel pode ser reproduzido, desde que citada a autoria.. Acesse outras histórias no site Poemas de Cordel (http://paginas.terra.com.br/arte/cordel/ap13.htm) .
A terra está esquentando e a culpa é do homem (Extrato)--- Walter Medeiros - http://paginas.terra.com.br/arte/cordel/ap13.htm

19/10/2008

Discussão de Zé Tabaco com o doutor saúde

Gonçalo Ferreira da Silva

...
O nosso Zé do Tabaco
é fumante inveterado
que quando acende um cigarro
já tem outro preparado
e sente grande prazer
em dizer que é viciado

....
(Dr Saúde)
Se você acha que pode
fumar livre em qualquer roda
que fumar é elegante
saiba que com esta moda
o seu direito terminao
nde você me incomoda

...
(Zé do Tabaco)
Eu posso ser contra o mundo
e o mundo ser contra mim
vou continuar fumando
porque sou feliz assim,
a nicotina e o sarro
vão comigo até o fim

....
(Dr Saúde)
Quem não fuma, meu amigo,
inteligência revela,
quem não fuma tem a pele
suave, corada e bela,
quem não fuma sai da vida
não é arrancada dela.

(Calendario - Março 2006 - Publicado no Cadernos de Saúde Pública - Escola Nacional de Saúde Pública Fundação Oswaldo Cruz)

27/07/2008

A PASSAGEM DE LAMPIÃO EM TABULEIRO DO NORTE


"A AMIZADE SUPLANTA O TEMPO

OS DIAS PASSAM E OS AMIGOS FICAM"


IN MEMÓRIA
DE GUMERCINDO CLÁUDIO MAIA.


Gumercindo Cláudio Maia
Que escreveu seu Tabuleiro,
Sua gente e sua história
Num estudo verdadeiro,
Despertou-me a atenção
Quando áquela Região
Visitou um cangaceiro.


Naquela manhã de Junho
Entraram no povoado,
De Tabuleiro de Areia
Cangaceiros comandados
Pelo facínora conhecido
E por todos tão temido
Por seu jeito endiabrado.

Quem conhece o perfil
De Virgulino Ferreira,
Sua vida, sua história
Sabe que é verdadeira,
Pois movido por vingança
Fez do crime a esperança
Da justiça derradeira.

Gumercindo em seu livro
Relatou a ilustre visita,
Do grande Rei do cangaço
Naquela terra bonita.
Francisquinho da espera
Ao deparar com a fera
Disse então sem fazer fita:

Pode descer, Capitão!
Minha casa sa é,
Para toda cabroeira
Tem leite, beijú e café,
Fumo de rolo e feijão,
Carne de bode e pirão,
Água, sombra e muita fé.

O bando era tão grande
Que dividiram em três,
Foi Antônio Alves Maia
Que recebeu por sua vez,
No armazém que possuía
Um dos grupos que queria
Beber sem virar freguês.

A venda de Néco Pacheco
O outro grupo recebeu,
Compraram perfume barato,
Sabão, querosene e breu,
Corda de junco e chinela,
Lamparina, pano e veia,
E imagem da mãe de Deus.

Na casa de Franscisquinho
Todo mundo estava contente,
Um dos cabras deu a ele
Bons cigarros de presente,
Outro cabra pensativo
Foi dizendo: - meu amigo,
Me escute, de repente.

Se alguém for pra Mossoró
Deve fazer romaria,
Na cova de Menino de Ouro
Que nos deixou certo dia,
Por intermédio da bala
Que calou sua fala
E findou sua valentia.

Menino de Ouro era
O mais valente do bando,
Pois somente respeitava
Lampião em seu comando.
Quatorze, era sua idade
Mas tinha a ferocidade
De um demônio atirando.

Então naquela harmonia
Cangaceiro e cidadão,
Compartilhava histórias
Na mais perfeita união.
Tomavam muita cachaça
Soluçavam e achavam graça
Naquele belo sertão.

Porém tinha um morador
Chamado de Zé Vidal,
Que tinha em sua propriedade
Um belo e forte animal,
E assim para não perder
Mandou seu filho esconder
No meio do matagal.

Ao chegar no matagal
O jovem se deparou,
Com o Capitão Virgulino
Que logo lhe perguntou:
- pra onde tu vai, meu velho
com essa cara de misério?
E ele não amarelou:

- vim esconder meu cavalo
para o senhor não tomar.
Lampião disse: não tema.
Seu cavalo eu vou levar,
Eu gostei muito da cor
Depois mande um portador
Que eu devolvo o "animá".

Realmente Lampião
Devolveu o animal,
Embora muito cansado
Pra tristeza de Zé Vidal.
Mas cumpriu o prometido
Mesmo sendo um bandido
Tinha palavra e moral.

Ao contrário da polícia
conhecida por volante,
Caçadores de cangaceiros
Eram brutais e ignorantes,
Na lei da perversidade
Ao chegarem numa cidade
Saqueavam num instante.

Não respeitavam ninguém
Criança, padre e senhora,
Com o aval do governo
Do Ceará e de fora,
Pra difamar LAMPIÃO
Praticavam no sertão
A violência que devora.

Pois enquanto Virgulino
Se divertia em Tabuleiro,
Os macacos do Governo
No encalce do cangaceiro,
Semeavam dor e medo
Roubando-lhe então sossego
Deixando o sangue no terreiro.

E Lampião desconfiado
Da paz naquele lugar,
Chamou a cobra "Moreno"
Dizendo: vou me mandar!
Chama os outros, e vambora
Os macacos não demora
Logo, logo vão chegar.

E pela estrada do governo
Atual PADRE ACELINO,
Desapareceu o bando
Do Capitão Virgulino.
Se mandou pra Iracema
Cidadezinha pequena
Do seu sertão nordestino.

No Ano de Vinte e Sete
No dia treze de agosto,
Um grupo de cangaceiros
Com outro comando no posto,
Em Tabuleiro de Areia
Fez vogar a LEI DA PEIA
Da violência e desgosto.

Pedro Chaves Pitombeira
Eu escrevi estes versos
Do livro de Gumercindo
Recordando Virgulino
O cangaceiro perverso.
Como Gumercino foi
Historiador de primeira

As coisas do TABULEIRO
Vivenciou e é verdadeira
Eu apenas homenageio
Sua obra à minha maneira.
Porém quero terminar
Interrogando a você:
Teria sido o cangaço

O sangue que fez sofrer,
Meu TABULEIRO DE AREIA
Bom lugar pra se viver?
Eu tenho outra opinião,
Insensato eu não sou.
Responda-me amigo PEDRO
Agora quem saqueou.


(Manaus, Amazonas - 27 de dezembro de 2006)

Antonio Padua Borges de Queiróz



20/07/2008

NOSSO LAR

Quando li pela primeira vez "Nosso Lar", me senti maravilhado diante da deslumbrante narrativa que o espírito André Luiz ditou e que foi psicografada pelo bondoso e amável Francisco Cândido Xavier, sobre a sua experiência de vida após a morte.

Ao terminar de lê-lo, senti-me no dever de repassar aquele livro a alguém. Dez anos depois, adquirir por empréstimo aquele livro que novamente reli e mais uma vez me senti no dever de repassá-lo, porém de uma forma diferente.

Nosso Lar, em literatura de Cordel, é um agradecimento do poeta aos espíritos de André Luiz e Francisco Cândido Xavier, que me ensinou através de sua obra que o dom mais precioso que nós seres humanos possuímos e que nos foi ofertado pelo autor da criação é a Vida.
(Poeta Pádua de Queiróz)

NOSSO LAR

Direito autoral Pádua de Queiróz

Jesus Cristo, eterno Pai
do amor e da bondade,
Pai do Espírito que semeia
em vida a caridade.
Eu te peço, meu Senhor
Inspire-me com teu amor
que transcende a eternidade

Para que eu possa em versos
repassar essa mensagem
verdadeira que transmite
a fé, o amor e a coragem.
A morte é renovadora,
e a vida é reveladora
de nossa eterna viagem.

A vida, a morte e a alma
encontrei em Nosso Lar,
livro psicografado
para assim nos ensinar,
que toodo ser é igual
e o amor universal
para que todos possam amar.

O amor é fonte inesgotável
de vida que flui intensa,
vida que bem vivida
ao bom espírito compensa,
através da eternidade
no caminho da verdade
a graça da paz imensa.

Somente alcança a paz
quem vive na retidão,
praticando a caridade
sem distinguir o irmão.
Viver não é sacrifício
se nos abstermos do vício
e do rancor no coração.

Chico Cândido Xavier
piscografou a história
que o espírito André Luiz
nos contou cheio de glória.
De como ele aqui viveu
e também como sofreu
para conquistar a vitória.

Filhos de pais generosos
André, muito inteligente,
viu em vida o sucesso
fluir tão naturalmente,
e sem muito embaraço
conquistou o seu espaço
viveu no lar felizmente.

Tranquilo financeiramente
gozou dos bens que colheu,
como médico aqui na terra
só preocupou-se com os seus.
Em seu círculo familiar
trancou-se sem observar
o dom que ganhou de Deus.

Este dom que recebemos
é a vida pra viver,
com toda família humana
que nos faz compreender
que nas obras de caridade
encontramos a verdade
e o significado de ser.

Não se preocupe com o irmão
de uma maneira fraterna
André nem sequer percebeu
que a vida é eterna.
ao entregar-se aos vícios
prazeres vãos, fictícios
encontrados na taberna.

Mas um dia nosso irmão
que era ainda tão moço,
de tanto beber e fumar
chegou ao fundo do poço.
Desencarnou sem saber
que iria conhece
da verdade o alvoroço.

E nas zonas inferiores
do plano espiritual,
conheceu a realidade
vagando feito um animal,
e sem saber aonde ir,
vendo o mal lhe perseguir
se perguntava afinal:

... Que lugar é este aqui,
escuro e frio que estou?
tenho fome, tenho sede,
sinto frio, que horror!
Por que tanta dor e pranto?
Caminho, mas, no entanto,
eu não sei aonde vou.

Onde etsou meu Deus do Céu?
Por que será que estou sofrendo?
O que fiz pra padecer,
este momento morrendo?
Não conheço este lugar,
Pra quem devo apelar?
Já estou enlouquecendo!

Em meio à escuridão
sem parar de caminhar,
e pra aumentar seu tormento,
André passou a escutar
vozes de todos os lados
que o deixavam assombrado,
com uma dúvida no ar.

Suícida criminoso e infame!
Ouvia de todos os lados.
Os vultos negros surgiam
lhe deixando apavorado.
E naquela escuridão
compreendeu a situação
ao sentir-se abandonado.

Só não podia entender
os insultos que el e ouvia:
criminoso, suicida...
nada disso procedia.
Pois lembrou-se do hospital
quando em estado terminal
a doença lhe vencia.

E deixou seu corpo físico
sem vontade de partir.
Naquela paisagem escura
cansado de resistir,
com um olhar de esperança,
igualmente a uma criança,
rogou a Deus para intervir.

E naquele mesmo instante
tudo mudou de repente,
a escuridão dissipou-se
e surgiu em sua frente,
a figura de um velhinho
que lhe afagou com carinho
sorrindo paternalmente.

Então o amargo pranto
que ele havia derramado
transformou-se em alegria,
deixando André emocionado.
Quando enxcergou o brilho
do velho que disse: - Filho,
não se sinta abandonado.

André reuniu suas forças
e perguntou ao velhinho:
- Quem sois vós, que então me trata
com tanto amor e carinho?
- Clarêncio, é o meu nome!
Respondeu-lhe aquele homem,
Que surgiu em seu caminho.

- Sou apenas teu irmão
e vim para te ajudar,
permaneça agora calmo
é preciso descansar.
Vamos logo, sem demora,
precisamos ir embora
de volta para nosso lar.

Apoiado em seu cajado
que intensa luz reluzia,
Clarêncio chamou dois homens
que à distância mantinha
para transportar André Luiz
esgotado , porém feliz,
para o lar da harmonia.

Transportado numa maca
como um ferido comum,
conduzido pelos homens
que sem esforços algum,
guiados por seu benfeitor
adentraram no interior
daquele lugar incomum.

Dois jovens vieram trazendo
uma túnica de linho branco,
levaram André para um leito
cheio de luz e encanto.
- Guardem nosso tutelado!
Lhes pediu o velhinho armado
que o resgatou do pranto.

E se foi dizendo adeus,
prometendo então voltar.
André, muito agradecido,
Endereçou-lhe um olhar
de gratidão e respeito
e deitado em seu leito
pôde então repousar.

Ao lado dos enfermeiros
com muita admiração
perguntou: - De onde vem
essa luz que vejo então?
Um enfermeiro respondeu:
- Essa luz quem acendeu
foi o pai da criação.

É o mesmo sol que você
via no círculo carnal.
É a divina matriz da vida
aqui no plano espiritua.
Ela brilha diferente
porque você vê e sente
com uma rica percepção visual.

Foi aí que André Luiz
em profunda cogitação,
recordou que nunca olhara
para o sol com admiração.
E como um cego venturoso
quer ver a natureza orgulhoso
depois de anos na escuridão.

Depois lhe serviram um caldo
que alimentou sua alma,
agindo como um remédio
que conforta e que acalam.
Sentindo-se quase refeito,
ouviu penetrar em seu leito
uma música doce e calma.

E sem perguntar mais nada
mas com um olhar indagador,
André olhou para o enfermeiro
que lhe esclareceu com amor:
-É chegado o fim do dia
e essa música anuncia
que o crepúsculo chegou

E aqui em nosso lar
reúnem-se todos os espíritos,
nesta hora consagrada
à Nosso Senhor Jesus Cristo.
Agora repouse em paz,
eu voltarei logo mais,
descanse, irmão, eu insisto.

De uma forma suplicante
lhe pediu para acompanhar,
mas o enfermeiro lhe falou:
- Muito fraco você está.
Porém, se sente disposto
eu não farei contragosto
me acompanhe, vamos lá.

Ao chegar a tal recinto
onde todos já oravam,
viu setenta e duas figuras
que a um velhinho cercavam.
Em respeitoso silêncio
André reconheceu Clarêncio
ao centro em que todos estavam.

Terminando a oração
retornou para o seu leito,
ao lado de seu irmão
já se sentia refeito.
André encontrou alento
pra todo seu sofrimento
no lar do amor perfeito.

Após um profundo repouso,
Clarêncio o foi visitar,
acompanhado de um médico
para o André examinar.
Chamava-se Henrique de Luna
Que foi diendo em suma:
- Irnão, é de se lamentar!

Eu lamento, meu irmão,
por você ter praticado
o suicidio do corpo
como está confirmado.
André, disse ao doutor:
- Eu acho que o senhor
só pode estar enganado.

Creio que haja engano
eu lutei pra não morrer,
lá na casa de saúde
tentendo a morte vencer.
Por mais de quarenta dias
senti dor e agonia
vi meu corpo percer.

Sofri duas operações
por problemas intestinais,
a doença me dilacerava
eu não aguentava mais.
Não tinha como escapar,
vi minha vida acabar
para enfim achar a paz.

Mas o medico continuou
deixando André mais confuso:
- Meu irmão, o seu problema
foi consequência de abuso
do cigarro e da bebida
que encerrou a sua vida
que você não fez bom uso.

Você jogou fora a dádiva
maior da humanidade,
que foi a ti confiada
pelo Pai da eternidade.
Seu menosprezo pela vida
fez de você suicida
no plano da espiritualidade.

Os prazes que encontraste
na terra foi ilusão,
suicida incoscinente
digo-lhe com toda razão.
E André envergonhado
foi novamente amapardo
por Clarêncio, seu irmão.

André Luiz compreendeu
a extensão da leviandade
no momento em que sofria
a torturante realidade.
E recebeu do seu benfeitor
um abraço reconfortador
de quem ama de verdade.

E as palavras generosas
que Clarêncio lhe falou,
revelou-lhe que a morte
que sua vida ceifou
não era o fim da existência
e com a voz da experiência
Clarêncio continuou:

- Confie em Nosso Senhor
e em nossa dedicação,
juntos vamos trabalhar
com amor e devoção,
a vida aqui não se encerra
muitos vivem lá na terra
sua mesma situação.

Você é meu tutelado,
com prazer vou te ensinar
os trabalhos que realizamos
para nos aperfeiçoar.
Sou seu irmão,seu amigo,
este é seu novo abrigo
Que chamamos "Nosso Lar".

André Luiz aprendeu
que um século era um dia,
que o trabalho alimentava
o espirito que evoluia,
e que o mais importante
era ajudar seu semelhante
a viver em harmonia.

Eu dedico eses versos
ao jovem que tem meu apreço,
no seu exemplo e trabalho
a minha alma eu aqueço.
Eterno Pedro, meu irmão,
seguar a sua mão
eu nem sei se eu mereço.

Fortaleza, 1 de julho de 2006 (Pádua de Queiroz)

CEARÁ SPORTING CLUBE - CORDEL E FUTEBOL


Direito autoral Poeta Padua de Queiróz - ano 2006

RAÇA DE CAMPEÃO


Literatura de Cordel
Raça de Campeão

O VOVÔ  pegou um jeep
E se mandou pro Castelão,
Mas no meio do caminho
Atropelou um leão.
A T.U.F., logo fez drama
Ligaram  para o IBAMA,
Mas veja que decepção.

O Diretor do IBAMA
Que atendeu ao chamado,
Foi dizendo: neste trote
Só quem cai é abestado!
Ligue pra outro setor,
Tô indo para a CEARAMOR
E já estou atrasado.

Foi um tal de Ribamar
Que insistiu na ligação,
Pra delatar ao IBAMA
O competente Vozão,
Que estava sendo acusado
De ter enfim atropelado
Em plena rua um leão.

Do outro lado da linha
Atendeu o secretário
Dizendo pra Ribamar:
Eu não sou nenhum otário!
Amigo deixe de besteira,
Que na Fauna Brasileira
Leão não é Temerário.

Eu te digo com certeza
Por favor não fique triste,
Ribamar esse seu bicho
Nem no Ceará existe.
Aqui tem Canario, Gavião,
Jumento e até Tubarão
Sua denúncia não consiste.

Este relato leitor,
Não passa de gozação
Estou cansado de ver
Tamanha desmoralização.
O time de Fortaleza
Sempre tem a certeza
De na justiça ser campeão.

Não trabalha como deve
Trabalhar o vencedor,
Quem não lembra de Zezinho
O grande goleador,
Que com um gol fenomenal
Adiou a tal final
Que o adversário arregou.

Mas a realidade é outra
Justiça so a Divina,
Jesus Cristo é o Juíz
Verdadeiro que ensina,
Que quem trabalha direito
Alcança glória e respeito
E o adversário se inclina.

Mesmo que o adversário
Gaste mais de um milhão,
Mesmo que só consiga
Fora de campo ser campeão
E seja cheio de estrelas
Nunca será parelha
Pro melhor da região,

Agora vou narrar o jogo
Que prevaleceu a verdade,
No dia nove de abril
As quatro horas da tarde,
O Voi escalado
Desde o domingo passado
Sem polêmica, sem alarde

O Tecnico do alvinegro
José Teodoro Bonfim,
Para o jejum de três anos
De repente ter um fim,
Escalou no Ceará
Pra vitória conquistar
Dessa maneira assim:

No gol o paredão Adilson
Que foi muiti criticado,
Quando na primeira fase
Devido aos maus resultados,
Agora estava inteiro
Nas costas o número primeiro
Por ele seria levado.

Arlindo Maracanão,
Com Sérgio que foi Tricolor,
Nas laterais jogariam
Cobrindo ou sendo armador
Clécio e Preto na zaga
Com Léo Gago na rebarba
Era o Trio Defensor.

Leanderson e Jorge Henrique
Com Luis Fernando sobrando
Ao lado de Aleluia
O meio foi se formando.
Vinicius, o grande craque
Isolado no ataque
Como um tanque atirando.

O time estava formado
Só faltando definir,
O time adversário
Comandado por Jair
Que não era muito sério
Pois fez oaior mistério
Bota aqui e tira ali.

Só decidiu no final
A escalação do plantel
Como sabendo o segredo
Que abelha fez o mel
Por causa de um tal Mazinho
Mercenario e infiel.

Quando o apito trilou
A torcida do Vozão,
Já gritava em alto tom:
É campeão, campeão!
Arlindo e Aleluia,
Davam até banho de cuia
No gramado do Castelão.

A zaga do Alvinegro
Parecia está treinando,
Adilson lá nos três Paus
Até pensamento pegando.
Termina o primeiro tempo
Então começa o tormento
Do adversário chorando.

Quem tinha o tal homem Raio,
Se esqueceu de rezar
Para o Santo São José,
Padroeiro do lugar,
Mandar nuvem carregada
Que raio sem enchurrada
Raramente cairá.

O raio que não caiu,
O leão que só miou
Nada podia afetar
O Vovô da CEARAMOR,
Que junto com Maurição
Gritava é campeão,
Clodoaldo e matador!

Zé Teodoro sensato,
Sabia que não era preciso
Utilizar o pesadelo.
Do seu arque-inimigo
Quando Vinicius marcou
O gol que então acabou
O sonho de seus ex-amigos.

Foi então que aconteceu
O que todo mundo esperava
O Tanque ria de um lado,
Do outro o Raio chorava.
Eugênio vitorioso,
Ribamar triste e choroso
Nem mesmo acreditava.

O árbitro encerrou o jogo,
O vozão ergue a taça,
A união goza a alegria.
A soberba chora a desgraça
E a moral da história:
Só consegue a Vitoria
Quem tem fé , amor e raça.

Eu dedico este cordel
Pra quem faz acontecer.
Pra quem luta e não desiste,
Pra quem sabe e que viver.
Ao povo do meu país
Alvinegro mais feliz
Estes versos é pra você.

(Pádua de Queiróz, 10 de abril de 2006)

14/07/2008

SÉRGIO TEIXEIRA - PERSEVERANÇA UMA HISTÓRIA, UMA LIÇÃO


Eu nasci em Quixadá
há puco tempo atrás,
pouco porque ainda sou
um belo e jovem rapaz,
se tenho um cabelo branco
é sinal que no entanto
hoje eu desfruto a paz

Já não me doem os calos
que eu ganhei da enxada,
plantando feijão e milho
na terra por mim brocada.
Se esse era meu destino
Mesmo sendo um menino
não via razão em nada.

Eu sempre gostei de bola
reconheço meu talento,
quando atravessava um campo
me mexia o pensamento:
se largava a enxada
e ia bater pelada
ou seguia o meu intento.

Mamãe tinha que comer
e papai me esperava
eu seguia para o roçado
enquanto a bola rolava,
eu só olhava para o chão
preparando a plantação
que minha gente semeava.

Mas um dia eu decidi
partir para outro lugar,
fui morar em Fortaleza
Capital do Ceará
na casa de um parente
que morava antigamente
no bairro Tabapuá.

Quem quer ter algo na vida
tem que ser mesmo afoite,
sob o sol quente andar
e voltar pra casa a noite,
o sem muito embaraço
conquistar o seu espaço
tendo a fome como açoite.

Mesmo procurando emprego
não deixei de estudar,
com uma bicicleta emprestada
ou então a caminhar,
em porta e porta eu batia
e para a minha agonia
era em vão eu procurar.

Foi então que conheci
um oleiro que me deixou,
ajudar na olaria
e este ofício me ensinou,
ali eu lhe auxiliava
porém sempre eu procurava
um emprego que cessou.

Depois de um duro dia
de trabalho com o oleiro,
já não dava pra ficar
ganhando pouco dinheiro,
então fiquei a pensar
em voltar pra Quixadá
e trabalhar dia inteiro.

O oleiro me deu um agrado
que eu decidi investir,
em uma roupa bacana
para que eu pudesse vestir
dentro de um velhor trapo
eu estava aos farrapos
cansado de insistir.

No sábado eu fui ao Centro
comprar um short pra viajar,
de volta pra minha terra
que era mesmo o meu lugar,
e com o pensamento além
parei em frente ao Armázém
e comecei a matutar:

Eu vou pedir emprego
pois nada tenho a perder
se nada eu tenho aqui
para mim sobreviver,
mas eu só escuto "NÃO"
vou voltar pro meu Sertão
lá eu tenho o que comer.

Mas algo em mim dizia:
vá rapaz, peça um emprego!
foi quando criei corahem
superando o meu medo,
e cheio de esperança
com muita PERSEVERANÇA
disse ao vendedor em segredo:

Amigo você não tem
uma vaga pra trabalhar?
O vendedor atencioso
respondeu:vou lhe levar,
para falar com o gerente
pode ser que de repente
ele possa lhe ajudar.

Quando o gerente me viu
com o meu jeito do matuto,
meus dedos cheios de anéis
mal vestido e cabeludo,
disse: volte segunda-feira
mas corte essa cabeleira
que acertaremos tudo.

Aquela segunda-feira
eu jamais vou esquecer,
ganhei meu sonhado emprego
onde eu tinha que fazer,
enrolar e desenrolar pano
e para meu desengano
me deu vontade do correr.

As minhas mãos já doiam
e de tanto eu me abaixar,
sentia uma dor nas costas
dificil de suportar,
e pensei mais de uma vez
mais de duas, mais de três
em voltar pra Quixadá.

Me lembrei lá do roçado
a enxada, o calo na mão,
o Sol quente castigando
meu triste e seco Sertão,
percebi que no Armazém
tinha sombra e água também
um emprego e um patrão.

Despois disso nunca mais
eu pensei em desistir,
e foi enrolando pano
que vi o sucesso surgir,
trabalhando com vigor
pois pra mim não faltou
coragem para resistir.

Se passaram alguns anos
o gerente me chamou
deu-me tesoura e metro
promovendo-me a vendedor,
logo eu fui mais audaz
destaquei-me dos demais
demonstrando meu valor.

Hoje eu ainda estou
neste ramo de tecido,
mas as marcas da enxada
ainda tenho comigo,
e trago no coração
JUATAMA, meu Sertão
que foi meu primeiro abrigo.



S eus amigos hoje fazem
E sta pequena homenagem
R ecordando sua vida
G rande como sua coragem
I ncluídos nesta arte
O nde embarcam numa viagem.

P ara profissionalmente
A madurecerem tambem
R eceba meu verso e prosa
A ceite meus parabens
B om, continue sendo
E spirituoso e sincero
N o caminho da verdade
S iga feliz , eu espero

Fortaleza, 10 de agosto de 2006
direito autoral Pádua de Queiróz

10/07/2008

RACHEL DE QUEIRÓZ, O 15 E OUTRAS CONQUISTAS





Meu Jesus de Nazaré
Que sofreu impiedosamente
Pelos pecados do mundo
Numa cruz tão cruelmente,
Mais uma vez eu te peço
Me inspire neste meu verso
E assim mostrar fielmente.

Que tudo no mundo é possível
Se houver determinação,
Se for fiel a seu Deus,
Se amar a sua nação,
Se tiver muita vontade
De vencer com humildade,
Trabalho e obstinação.
O ser humano na história
Tem mostrado o seu valor
Na ciência e na cultura
Grande legado deixou.
Este ser racional
Quando não faz nenhum mal
Prova que é merecedor.

Eu vou criar um exemplo
De uma mulher brasileira,
Que venceu o preconceito,
Rompeu todas as barreiras.
Através de muito estudo
la consegue de tudo
Empunhando a Bandeira.

A Bandeira da Verdade,
Da cultura e do Saber,
a nossa Literatura
É impossível esquecer,
na Fase do Modernismo,
Na área do Regionalismo
Fez seu nome conhecer.

Ela que tinha o Dom
Do fio do Pensamento
Escreveu a sua terra,
Seu povo em seu sofrimento.
Naquele Verão Feroz
Nasceu Rachel de Queiróz
Pra dar seu depoimento.

Muita gente então vivia
Sem ter o conhecimento,
Dos estragos que a Seca
Causava a cada momento
Quando a chuva não caia
O nordestino padecia
Sem água e sem alimento

Foi fugindo de tal seca
Que ela deixou seu lugar,
Foi pro Rio de Janeiro
Depois, Belém do Pará
Aos setes anos de idade
Rachel sentia uma vontade
De aprender, de estudar.

Aos nove anos retorna
A sua terra natal,
Aos quinze anos se forma,
No antigo curso normal,
Tornando-se uma professora
Porém a nossa escritora
Queria algo especial.

Naquela época a Mulher
Não tinha nenhum valor,
Era logo censurada
E vista com muito horror,
Se ela manifestasse
Ou pelo menos sonhasse
Contra o homem se opor.

Se opor significa
Fazer o que o homem fazia,
Ou pensar da mesma forma
Era alvo de zombaria
A mulher se limitava
Ao lar que tão bem zelava
Ou mal - vista ela seria

Rachel dedicou-se à leitura
E a escrever apontamentos
Que não mostrava a ninguém
Aguardando o momento
De provar a sociedade
Que à mulher na verdade
Qual homem pensa igualmente.

No ano de vinte e sete
No jornal "O Ceará” ·
Com um pseudônimo escreve
E pede para publicar
Uma carta de protesto
Que foi vista com sucesso
E a convidaram a trabalhar.

No jornal por muitos anos
Como uma colunista,
Onde cunhou com palavras
A arte do jornalista,
E assim, Rachel de Queiroz
Escrevendo a sua voz
A liberdade conquista.

Era agosto de Trinta
Com tiragem de mil exemplares
Publica o livro "O Quinze” ·
Conquistando os populares
O livro é tão bem recebido
Que logo se torna o mais lindo
Nas escolas e nos lares

O livro "O Quinze" lhe rendeu
Muita homenagem e respeito.
Rachel abril as fronteiras
Simplesmente do seu jeito.
Para o povo japonês,
Israelense e francês
Escreveu sem preconceito

Na Alemanha também
“O Quinze" foi publicado,
Até o Norte - Americano
Ficou muito encantado.
Mas a sua maior glória
Foi entrar para a história
Por sua obra, seu legado.

No ano de setenta e sete
Na Academia de Letras
Tornou-se a primeira mulher
Naquela instituição eleita.
Agora ela era imortal
Grande orgulho Nacional
Sob nenhuma suspeita

Hoje em nossa escola
Será homenageada
A mulher mais cearense
Que sempre será lembrada,
Por sua determinação
Trabalho, organização
E coragem ilimitada.

Por que Rachel de Queiróz
É o nome de nossa escola?
Porque é um grande exemplo
Para pormos na cachola.
Rachel de Queiróz morreu?
Não. Ela permaneceu
Na sua obra que consola.

Quem está longe de casa,
Ou sente dificuldades
De superar obstáculos
Em nossa sociedade,
Quem vive desamparado,
Excluído e abandonado
Sem amor, sem liberdade.

Eu dedico este trabalho
Ao olhar estudantil,
Olhar que ver o futuro
Da minha terra, Brasil.
Eu também sou estudante
E sei que o mais importante
É a educação juvenil.

Receba esta homenagem
Através de minha poesia.
Como é bom estar aqui
Hoje cheio de alegria.
Escola Rachel de Queiroz
Lar da sabedoria.

Pádua de Queiróz06/04/2006(À professora Núbia)

08/07/2008

SANTOS DUMONT E A MARAVILHOSA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO

Um belo dia, conversando com Pádua, até porque estreitamos nossa amizade de primos devido ao seu amor pelo cordel, poesia. Conversar com Pádua é uma coisa louca. Posso até dizer que é um delírio. Ele fala de sua vida com tanta simplicidade e amor. Olha que o cabra é sofrido viu! Mas mesmo assim traz em seu coração pureza.
Eu realmente sou fã de meu primo. De reptente ele diz: Maria. Eu, bem rapidinho, junto com meu irmão (amigo) Stellson, fizemos um cordel em homenagem aos 100 anos da aviação. É em homenagem a Santos Dumont.

Você previsa ler para ver o como está bonito. Então eu dizia. Mande agora Pádua para mim. Eu vou tentar publicar na Câmara. Mas minha prima eu sou anti tecnologia. Não tenho condições de ter e nem sei usar. Como eu vou mandar. Eu também estou desempregado e não tem nenhum ral para lhe enviar pelo correio.
Pôxa primo. Não me deixe frustada. Espere prima. Stellson está aqui do meu lado dizendo que vai na casa de um amigo que tem esse troço aí de computador e vai mandar para você. Olha prima. Está bonito que está danado.
E então demorou quase 15 dias para eu receber o cordel. Agora dedico a vocês.

Então aqui está o cordel.

Maria Queiróz




DIREITO AUTORAIS DE PADUA DE QUEIROZ/STELLSON DIONNE

Neste ano comemoramos
o centenário da Aviação
e no repente do verso
eu homenageio,então
ALBERTO SANTOS DUMONT
com respeito e gratidão.

Quando DEUS fez o mundo
criou também a ciência
para o homem compreender
o valor da existência
progredindo dia-a-dia
com trabalho e sapiência.

E com isso o Ser Humano
travou grandes desafios
contra a Mãe Natureza
fazendo pontes nos rios
desbravando Oceanos
embarcado em navios.

Por conta de tal desejo
e sua fértil imaginação
evoluiu experimento
no ramo da aviação
até asas foram usadas
no alto de uma construção.

Enquanto ele não voava
só existia um jeito
pra tirar os pés do chão
e sentir-se satisfeito
criavam então estórias
de heróis alados e seus feitos.

Como 'Nas mil e uma noites'
estórias do Oriente
em que a Rainha SHERAZADE
contava antigamente
que lá o homem voava
num tapete velozmente.
- 01 -
Ele apenas precisava
desejar aonde ir
que o seu tapete mágico
o levava por aí
era assim que ele voava
nos tempos do GRÃO- VIZIR.

Quem não se lembra de ÍCARO
filho de DÉDALO, o grego
que construiu suas asas
no absoluto segredo
para fugir do Rei MINOS
que só lhe causava medo.

ÍCARO conseguiu fugir
mas não teve muita sorte
a cera de sua asa
não resistiu ao sol forte
e caiu no Mar EGEU
para os braços da morte.

Antes da Idade Média
o homem já conhecia
muitas estórias de bruxas
adeptas da feitiçaria
que voavam sempre a noite
sob o poder da magia.

Essas bruxas eram mágicas
bem diferentes das fadas
que voavam no firmamento
sem tapetes e sem asas
elas usavam vassouras
mágicas que tinham em casa.

Eu agora me recordo
do PAVÃO MISTERIOSO
uma máquina inventada
por um mago engenhoso
a pedido de um rapaz
que vivia ansioso.
- 02 -
Pois este jovem rapaz
estava apaixonado
por uma linda princesa
de um distante Reinado
e voou pra conquistar
o seu amor desejado.

Ninguém contribuiu mais
no ramo da ficção
para inspirar o homem
ír além da imaginação
do que o francês JULIO VERNE
e suas estórias de balão.

JULIO não foi somente
um mero e simples escritor
foi também um visionário
um grande conhecedor
um estímulo para o homem
tornar-se um aviador.

Eu contei algumas estórias
que eu recordo no momento
onde nota-se o desejo
e também o pensamento
do Ser Humano, de
conquistar o Firmamento.

Deixemos a mitologia
e as lendas para trás
vamos viajar na HISTÓRIA
do homem que hoje faz
projeto de colonizar:
Marte, Venus e outros mais.

Foi na Idade Média
que deu-se então o início
religiosos inventavam
cada dia um artificio
máquinas imitando pássaros
saltando de precipício.
- 03 -
Os poucos que tinha sorte
conseguiam até planar
outros nem sobreviviam
para a experiência contar
porque com a própria vida
era o preço a pagar.

Devido à tão alto preço
muito invento nem saía
e ficava só no papel
pois o inventor temia
e quem tentasse voar
no chão o corpo jazia.

Até LEONARDO DA VINCI
num projeto trabalhou
ele que era arquiteto
e um brilhante pintor
no ramo da Aeronáutica
também experimentou.

Depois de muitos estudos
chegou ele a conclusão
que só se podia voar
se tivesse propulsão
para realmente ter êxito
a cada nova invenção.

Um dia LEONARDO DA VINCI
arquivou o seu projeto
pára-quedas, helicóptero
um tão estranho objeto
e dedicou-se a pintura
e o trabalho de arquiteto.

No início do Século XVIII
BARTOLOMEU DE GUSMÃO
brasileiro que morava
na corte do Rei DOM JOÃO
apresentou seu invento
em forma de um balão.
- 04 -
Aquele Rei português
de PASSAROLA,chamou
e parecia um pássaro
o que ele inventou
e ainda o apelidaram:
GUSMÃO , o padre voador.

Contam duas versões
do aeróstato de GUSMÃO
sobre o dia do teste
diante do Rei DOM JOÃO
vou contar-lhe a do êxito
e a outra da decepção.

Foi na sala das embaixadas
no dia da exibição
devido ao gás inflamável
pegou fogo o tal balão
ameaçando a segurança
da família de DOM JOÃO.

A outra história que eu sei
é a do êxito do brasileiro
que testou o seu balão
bem no meio do terreiro
subiu com ele aplaudido
pelo povo estrangeiro

Mas por pouco,muito pouco
o nosso padre GUSMÃO
que era simpatizante
dos cristãos novos de então
quase foi para a fogueira
acesa da INQUISIÇÃO.

GUSMÃO inventou o método
para subir o balão
descobriu que era o ar quente
o segredo da ascensão
ainda hoje é questionado
este mérito da questão.
- 05 -
Oitenta anos mais tarde
caiu no esquecimento
BARTOLOMEU DE GUSMÃO
e todo seu conhecimento
e também atribuíram
para outros o seu invento.

Outros também reinventaram
o pára-quedas de DA VINCI
que foi usado primeiro
por JACQUES GUARNERINCE
que saltou de um balão
a Mil metros e vinte.

O francês HENRI GIFFARD
foi o primeiro a conseguir
adaptar em um balão
uma máquina e subir
sobre a cidade Paris
e lentamente dirigir.

Como eu já relatei antes
o desejo de voar
é exclusivo do homem
que não para de sonhar
começa então o desafio
do mais pesado que o ar.

É aí que a nossa história
toma agora um novo rumo
para encontrarmos DUMONT
que revolucionou o mundo
através de seu trabalho
e um dedicado estudo.

Ele que era leitor
de histórias de balão
e reconhecia os feitos
de BARTOLOMEU DE GUSMÃO
adorava JÚLIO VERNE
que escrevia ficção.
- 06 -
Seu pai HENRIQUE DUMONT
era um grande engenheiro
aliou sua profissão
ao ramo de cafeeiro
mas um dia adoeceu
e partiu para estrangeiro.

Junto com DONA FRANCISCA
e o sexto filho ALBERTO
embarcaram pra Paris
em busca do remédio certo
pra curar-se da enfermidade
pois a morte rondava por perto.

Lá em Paris, ALBERTO
ficou muito encantado
aquela Capital francesa
respirava por todo lado
moda, ciência e arte
que lhe deixou interessado.

Como eu já relatei antes
o desejo de voar
é exclusivo do homem
que não para de sonhar
começa então o desafio
do mais pesado que o ar.

Aos dezenove anos
por seu pai é emancipado
e numa escola francesa
é então matriculado
mas a morte de seu pai
lhe deixa muito chocado.

após a noticia triste
ALBERTO então abraçou
as pesquisas Aeronáuticas
na qual ele tanto sonhou
e como um bom aprediz
num balão ele embarcou.
- 07 -
depois de muito estudo
ALBERTO decidiu fazer
o seu próprio balão
para toda Paris ver
quando sofre um acidente
bem na hora de descer.

Além do número um
muitos outros construíram
mas foi com o número seis
que ele então conseguiu
conquistar o PRÊMIO DEUTSCH
que o mundo inteiro aplaudiu.

Saiu em todos os jornais
a façanha do brasileiro
e nome de SANTOS DUMONT
e de seu país brejeiro
a Europa se curvara
para este estrangeiro.

Aos trinta e três anos de vida
SANTOS DUMONT INVENTOU
o primeiro avião
que a vida revolucionou
graças ao seu grande invento
pequeno o mundo ficou.

A primeira aeronave
chamava-se 14 BIS
foi em mil novecentos e seis
na cidade de París
que o SER HUMANO realizou
o seu vôo mais feliz.

Quase tiram-lhe o mérito
da sua bela invenção
como fizeram outrora
com BARTOLOMEU DE GUSMÃO
mas o povo parisiense
registrou a ascensão.

Devemos sempre estudar
Incessantemente o passado
Onde o homem e seus feitos
Nunca serão olvidado
Nesta história da aviação
EU DIGO, MUITO OBRIGADO.
- 08 -

F I M

Fortaleza 23 de agosto de 2006

HERDEIRO DE GUERREIRO INFANTE

*SD FN FL PÁDUA DE QUEIRÓZ


Meu fuzil é um fruto colhido
De uma árvore que a guerra plantou.
Se estou com ele eu não temo o perigo
Nos caminhos por onde eu vou.

Sigo sempre pensando na paz
Eliminando os filhos da guerra
Eu armado não temo quem faz
Bang-bang, e que fala que é fera.

A Selva agora eu meu lar
Minha mãe é a onça pintada
Minha vida agora é matar
Guerrilheiro fazendo emboscada.

Eu só penso em morrer combatendo
Pois seria o meu maior orgulho
Mas quando eu vejo o inimigo morrendo
Eu me esqueço de pensar no futuro

Eu não sou seu melhor combatente
Porém sou seu grande amante
Tenho força e coragem na mente
Porque sou herdeiro de um guerreiro infante.

Ao meu irmão segundo Sargento FN.IF.PQDT.SL – BORGES


DIREITO AUTORAL: PÁDUA DE QUEIRÓZ
(PUTIÚ - BATURITÉ - CEARÁ)

ALMIRANTE TAMANDARÉ - BI-CENTENÁRIO

 



ALMIRANTE TAMANDARÉ

PARA ATRAVÉS DA MINHA ARTE
DESEMPENHAR MEU PAPEL
ESCREVENDO EM SETE PÉS
E FORMAR ESTE CORDEL
SEM FORÇAR MINHA MEMÓRIA
VOU RESUMIR UMA HISTÓRIA
DA MANEIRA MAIS FIEL.

EU SOU PÁDUA DE QUEIRÓZ
MINHA PALAVRA É RIMADA
EU RIMO NADA COM TUDO
EU RIMO TUDO COM NADA
HOJE EU ESTOU CONTENTE
PRA FALAR NO MEU REPENTE
DE UMA FIGURA IDOLATRADA.
01


NA MARINHA DO BRASIL
POR OFICIAIS E PRAÇAS
TAMBÉM NO ÂMBITO CIVIL
QUE RECONHECE SUA GRAÇA
A CORAGEM FAZ O HOMEM
PASSA TUDO MAS SEU NOME
ETERNIZA, NUNCA PASSA.

NO PANTEÃO DOS HERÓIS
DA PÁTRIA ESTÁ ESCRITO
O NOME DO ALMIRANTE
QUE LUTOU E FEZ BONITO
A GRANDEZA DOS SEUS FEITOS
EU SEI, NÃO CABE DIREITO
SE ESCREVER NO INFINITO

ESSA SINGELA HOMENAGEM
NÃO PARTIU DESSE POETA
NA MARINHA DO BRASIL
COM CERTEZA ESTÁ REPLETA
DE GENTE QUE RECONHECE
O VALOR QUE ELE MERECE
POR SUA CONDUTA RETA.
02


NA MARINHA TODOS SABEM
QUE É PRECISO PRESERVAR
A MEMÓRIA DE TAMANDARÉ
PARA ASSIM INSPIRAR
O OPERÁRIO MARINHEIRO
E O COMBATENTE FUZILEIRO
QUE NASCEU PARA LUTAR.

A SOBERANIA AS VEZES
SE CONQUISTA COM SUOR
DO TRABALHO DE SEU POVO
OU NA HIPÓTESE PIOR
NO SANGUE QUE MANCHA A TERRA
DERRAMADO PELA A GUERRA
PARA A PAZ ALCANÇAR.

PERSEVERANÇA É O TEMA
QUE ESCOLHI PARA ESCREVER
CITANDO COMO EXEMPLO
PRA QUEM DESEJA VENCER,
A VIDA DE UM BRASILEIRO
ETERNO HERÓI, MARINHEIRO
QUE DEDICOU SEU VIVER.
03


EM DEFESA DO BRASIL
NUMA FASE CONTURBADA
DE REVOLUÇÕES E CONFLITOS
VIU SUA PÁTRIA AMEAÇADA
NAS GUERRAS DA INDEPENDÊNCIA
COM CORAGEM E SAPIÊNCIA
SUA BRAVURA FOI DESTACADA.

QUEM VISLUMBRA A PAZ
NUNCA PARA DE LUTAR
OBSTÁCULOS NÃO EXISTEM
QUANDO SE QUER ALCANÇAR
O OBJETIVO ALMEJADO
SOMENTE É CONQUISTADO
SE MUITO PERSEVERAR.

EM MIL OITOCENTOS E SETE
NO RIO GRANDE NASCIA
JOAQUIM MARQUES LISBOA
QUE UM DIA SE TORNARIA
O HOMEM MAIS RESPEITADO
POR SEUS SERVIÇOS PRESTADOS
EM PROL DA SOBERANIA.
04


ELE QUE DESDE CRIANÇA
BRINCANDO À BEIRA-MAR
APRENDEU COM O SEU PAI
A ARTE DE NAVEGAR
DEPOIS INICIOU SEUS PLANOS
INGRESSOU AOS QUINZE ANOS
NA CARREIRA MILITAR.

E ASSIM LANÇOU A SEMENTE
QUE O TEMPO FEZ NASCER
UMA ÁRVORE CHAMADA HONRA
QUE O SEU TRABALHO FEZ CRESCER
REGANDO COM O PRÓPRIO SUOR
PRA NUM FUTURO MELHOR
O FRUTO DA PAZ COLHER.

NA MARINHA DO BRASIL
DOS DEMAIS SE DESTACOU
POR SEU VOLUNTARIADO
ALTRUÍSMO E DESTEMOR
MESMO EM COMBATE SANGRENTO
PROSSEGUIA O SEU INTENTO
DE GRANDE PACIFICADOR.
05


ELE NEM SEQUER PENSAVA
QUE EM SUA PRIMEIRA VIAGEM
COMO PRÁTICO DE PILOTO
SOFRERIA UMA ABORDAGEM
MAS NA FRAGATA NITERÓI
PARECIA UM VELHO HERÓI
COMBATENDO COM CORAGEM.

ESTE PRIMEIRO COMBATE
IMPRESSIONOU O ALMIRANTE
JONH TAYLOR QUE PERCEBEU
QUE HAVIA EM SEU PRATICANTE
CORAGEM E PERSEVERANÇA
E O BRILHO DA LIDERANÇA
DE UM FUTURO COMANDANTE.

EM MIL OITOCENTOS E VINTE E TRÊS
ESTE COMBATE OCORREU
NAS COSTAS DO ESTADO BAIANO
QUE O BEM PREVALECEU
E JOAQUIM MARQUES LISBOA
PROVOU QUE NÃO FOI A TOA
QUE SUA MARINHA O ACOLHEU.
06


EM SEGUIDA MARQUES LISBOA
INGRESSOU NA ACADEMIA
DA MARINHA BRASILEIRA
NA QUAL ELE PRETENDIA
FORMAR-SE UM OFICIAL
QUE ERA O SEU IDEAL
MAS LOGO ADIARIA.

O SEU SONHO DE SUBIR
UM DEGRAU EM SUA CARREIRA
E PARTIU PRA PERNAMBUCO
EMPUNHANDO A BANDEIRA
DA JUSTIÇA, DA VERDADE,
DA HONRA E DA LIBERDADE
DE SUA PÁTRIA BRASILEIRA.

PORQUE LÁ EM PERNAMBUCO
NA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
LUTAVA UM IRMÃO SEU
COM CORAGEM E DESTEMOR
MANUEL MARQUES NA LUTA
TRAVOU SUA ULTIMA DISPUTA
DEMONSTRANDO TER VALOR.
07


A REVOLUÇÃO TEVE FIM
PORÉM MARQUES ENLUTADO
RETORNOU PRA ACADEMIA
VIU SEU SONHO REALIZADO
A RECEBER A PATENTE
DE SEGUNDO TENENTE
E EM SEGUIDA INCORPORADO.

NA FRAGATA DONA PAULA
PRA LUTAR NA CISPLATINA
VOLTANDO CREDENCIADO
POR FAZER VALER SUA SINA
COM BRAVURA E COMPETÊNCIA
ALIADA A INTELIGÊNCIA
LOGO UMA GUERRA TERMINA.

QUANDO FALAMOS DE HERÓIS
SÓ RELATAMOS SEUS FEITOS
ESQUECENDO QUE NA HUMANIDADE
NÃO EXISTE ALGUÉM PERFEITO
JOAQUIM MARQUES ERA IGUAL
A TODO SER RACIONAL
COM SUAS VIRTUDES E DEFEITOS.
08


SUA VIRTUDE FOI SABER
SOBRESSAIR DO PERIGO
COMO O QUE OCORREU
SOB O JULGO DO INIMIGO
NA EXPEDIÇÃO A PATAGÔNIA
PADECEU DE INSÔNIA
APRISIONADO E PERDIDO.

AO CONSEGUIR ESCAPAR
E SALVAR SEUS COMPANHEIROS
QUE JUNTOS FORAM MANTIDOS
NA GUERRA COMO PRISIONEIROS
DEPOIS COM AUDÁCIA E TINO
DOMINOU O BARCO ARGENTINO
QUAL UM VERDADEIRO GUERREIRO.

SEU DEFEITO FOI TRATAR
SEUS OPOSITORES VENCIDOS
QUE TIVERAM UM TRATAMENTO
DIFERENTE DO INIMIGO
MARQUES, PRIMEIRO TENENTE
RESPEITOU AQUELA GENTE
COMO SE FOSSEM AMIGOS.
09


ESTE FATO NUMA GUERRA
ERA IMPOSSÍVEL DE SE VER
MARQUES LISBOA ERA JUSTO
NÃO PERMITIA ACONTECER
QUALQUER TIPO DE TORTURA
DAQUELES QUE POR VENTURA
NADA PODIAM FAZER.

ESTE ERA O SEU DEFEITO
MAS SOMENTE ELE SABIA
TRATAR TODO MUNDO IGUAL
COM RESPEITO E HARMONIA
NÃO SABIA SER CRUEL
MAS SE MANTINHA FIEL
QUANDO AO IMPÉRIO SERVIA.

VÁRIOS FEITOS DE BRAVURA
FEZ DE MARQUES UMA LENDA
QUE LHE VALEU VÁRIOS TÍTULOS
HONRAS DE MÉRITOS E COMENDAS
E A MARINHA BRASILEIRA
ENTÃO FORTE E ALTANEIRA
NÃO PERDIA UMA CONTENDA.
10


O BRASIL NAQUELA ÉPOCA
TINHA TRÊS GRANDES GUERREIROS
CAXIAS QUE É PATRONO
DO EXÉRCITO BRASILEIRO
O ALMIRANTE BARROSO
QUE LUTAVA ORGULHOSO
CONTRA O INIMIGO ESTRANGEIRO.

BRASIL TÃO RESGUARDADO
LUTAVA FORA E INTERNAMENTE
FOI AI QUE DESTACOU-SE
O MAIOR DOS COMBATENTES
AUDAZ, FORTE E VIBRANTE
DA PÁTRIA UM GRANDE AMANTE
ALTRUÍSTA E INTELIGENTE.

SE EU AQUI FOR NARRAR
OS SEUS FEITOS DE CORAGEM
ONDE COM MUITA BRAVURA
DESTACOU-SE SUA IMAGEM
DE HERÓI IMBATÍVEL
ESTRATEGISTA INFALÍVEL
DIGNO DE TODA HOMENAGEM.
11


DO GOVERNO AMERICANO
BRASILEIRO E PORTUGUÊS
RECEBEU O RECONHECIMENTO
ATÉ DO IMPÉRIO INGLÊS
QUANDO SALVOU DE UM TUFÃO
A SUA EMBARCAÇÃO
SEM MEDO E SEM TIMIDEZ.

MUITAS PÁGINAS ERAM PRECISO
PARA ENTÃO ESCREVER
VISCONDE, CONDE E MARQUÊS
COM O SEU JEITO DE SER
AMIGO DOS MARINHEIROS
E O PAVILHÃO BRASILEIRO
FEZ O MUNDO CONHECER.

MARQUES LISBOA QUE ERA
DEDICADO E FIEL
PEDIU A À DOM PEDRO II
EM SEU HUMILDE PAPEL
DE IRMÃO E FILHO AMADO
LICENÇA PARA O TRASLADO
DO CORPO DE MANUEL.
12


QUE FOI MORTO NA BAIA
CHAMADA TAMANDARÉ
NA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
POIS AINDA TINHA FÉ
DE VER SEUS RESTOS MORTAIS
AO LADO DOS FALECIDOS PAÍS
MAS O IMPERADOR ATÉ.

ALÉM DE AUTORIZAR
ESTE EXEMPLO FRATERNAL
DEU-LHE O TÍTULO DE MARQUÊS
MINISTRO DO PODER NAVAL
POR SUA SIMPLICIDADE
E SEU GESTO DE HUMILDADE
E AMOR UNIVERSAL.

QUANDO O MARECHAL DEODORO
A REPUBLICA PROCLAMOU
DESPEDIU-SE DE DOM PEDRO
E MUITO TRISTE ELE FICOU
MUITO TRISTE E ABATIDO
VIU PARTIR O SEU AMIGO
PORÉM NÃO ABANDONOU.
13


O SEU CARGO DE MINISTRO
DO TRIBUNAL MILITAR
ATÉ OS SEUS ÚLTIMOS DIAS
TRABALHOU PARA HONRAR
MORREU NO RIO DE JANEIRO
O MAIOR DOS MARINHEIROS
DEIXANDO DE LUTO O MAR.

NO DIA TREZE DE DEZEMBRO
DATA DE SEU NASCIMENTO
FOI DEDICADO AO MARINHEIRO
COMO AGRADECIMENTO
DO POVO DE SEU PAÍS
INDEPENDENTE E FELIZ
DA GUERRA E DO SOFRIMENTO.

EU NASCI NO CEARÁ
NA SERRA DE BATURITÉ
FUI SOLDADO FUZILEIRO
SERVI COM AMOR E FÉ
SOB SOL E RALAÇÃO
EU BUSQUEI INSPIRAÇÃO
NO ALMIRANTE TAMANDARÉ.
14


HOJE EU SOU POETA
COM SANGUE DE FUZILEIRO
QUE ESCREVE COM A RAZÃO
E O ESPÍRITO DE BRASILEIRO
QUE NESTE ANO EM FESTA
NA CIDADE E NA FLORESTA
HOMENAGEIA SEU MARINHEIRO.

EU PRESTO ESTA HOMENAGEM
NAS ESTROFES DE MEUS VERSOS
NESTE SEU BICENTENÁRIO
DO ETERNO HERÓI, E CONFESSO
QUE ONDE HOUVER UM MARINHEIRO
OU UM COMBATENTE FUZILEIRO
JOAQUIM MARQUES ESTÁ POR PERTO.

SUA VIDA É UM LEGADO
DE LIÇÃO E PERSEVERANÇA
SONHAR NÃO É O BASTANTE
QUEM LUTA SEMPRE ALCANÇA
A PAZ, UM FUTURO DIGNO
SEM ÓDIO, SEM INIMIGO
DE RENOVADA ESPERANÇA.
15

MARQUES DE TAMANDARÉ
AMARINHA, SEU VIVER
RELEMBRA AQUI SEUS FEITOS
IMPOSSÍVEIS DE ESQUECER
NESTE SEU BICENTENÁRIO
HOMENAGEIA SEU ANIVERSÁRIO
AGRADECIDA PORQUE

BRAVAMENTE DEFENDEU
RAZÃO, AMOR E LIBERDADE
A PÁTRIA HOJE IMPONENTE
SABE DA NECESSIDADE
INVESTIR NA SUA HISTÓRIA
LEGADO DE HONRA E VONTADE.

DIREITO AUTORAL PÁDUA DE QUEIRÓZ

(PUTIÚ - BATURITÉ - CEARÁ)