12/07/2021

XEREM - O PAI DO FORRÓ

 

XEREM, O PAI DO FORRÓ

 

Quem é o pai do forró

Que o povo vive dançando?

Esta é a questão do momento

É o papo que está rolando

Suei muito minha camisa

Mas findei minha pesquisa

Eu vou lhe mostrar rimando.

 

O forró não é um ritmo

Nem um gênero musical

E sim um termo derivado

Do inglês para o regional

Quando o povo ia dançar

Na capital potiguar

O forró ou o “for all”.


Se bem que o meu inglês

É para espantar maluco

Não sou dono da verdade

I am not “caduco”

O forró nasceu em natal

Mais o dia nacional

Se comemora em Pernambuco.

 

Festa que era promovida

Pela tropa americana

Durante a segunda guerra

Mundial da raça humana

E os artistas da região

Tocavam com animação

Todo final de semana.

 

Esta é a história contada

Por um amigo entendido

Pesquisador do forró

E que é muito conhecido

Só não consigo entender

Porque ele foi esquecer

De um fato ocorrido.


Pois no ano trinta e sete

Antes da segunda guerra

Um registro fonográfico

Por um artista da serra

Foi feito naquele ano

Desse fato eu não me engano

E o cabra era da minha terra.

 

Pedro de Alcântara Filho

Era o nome do cantor

Nascido em Baturité

Minha terra, meu amor

Seu nome artístico Xerém

Brilhou no cinema também

Foi músico e compositor.

 

Embora Xerém não fosse

De TOP ou primeira linha

Ele foi e sempre será

Orgulho da minha terrinha

Mas pergunto aos brasileiros

Quem foi que nasceu primeiro

Foi o ovo ou a galinha?


Já batizaram o forró

E deram-lhe a paternidade

Ao grande Luiz Gonzaga

Que até hoje sinto saudade

O seu baião era bonito

Mas o “Forró de Mané Vito”

Só foi gravado mais tarde.

 

Primeiro o “forró na Roça”

Por Xerém foi gravado

E o “Forró do Mané Vito”

Só doze anos passados

O grande “Ri do Baião”

Foi fazer a gravação

Confesso não estou errado.

 

Em afirmar que Xerém

Com certeza é o pai

Do forró que o povo dança

Num gostoso vem e vai

Xote, baião e xaxado,

Coco, calango arretado

Um dançador bom não cai.


PÁDUA DE QUEIRÓZ




SÃO JOÃO BATISTA - O PRIMO DE DEUS

 

SÃO JOÃO BATISTA, O PRIMO DE DEUS

 

Por que no mês de Junho

Homenageamos São João?

E a fogueira no terreiro

Por que hoje é tradição?

E quem trouxe ao Brasil

Esta comemoração?

 

Uma festa para um Santo

Que admiro e estimo

Nos versos do meu cordel

Eu escrevo enquanto rimo

Porque São João Batista

De Jesus Cristo é primo.

 

Filho de Santa Isabel

E filho de Zacarias

Nasceu no final de junho

Vinte e quatro foi o dia

Sua mãe fez uma fogueira

E assim avisar Maria.


Sua prima que esperava

O messias, o Salvador

Que nasceria em Dezembro

Mas João foi o Precursor

Para anunciar ao mundo

A vinda do Redentor.

 

João viveu no deserto

E conforme estava escrito

Falava de um novo reino

De um amor infinito

E nas águas do rio Jordão

Batizou jesus Cristo.

 

Ele viveu numa época

De oprimidos e opressores

Sua verdade causava

Escândalo aos devedores

Então foi decapitado

Por cruéis perseguidores.


Sua cabeça exibida

Numa bandeja ornamentada

Cumpriu enfim sua missão

Conforme determinada

Pelos profetas de Deus

E a escritura sagrada.

 

Jesus Cristo, o Nazareno

Seu ministério seguiu

No deserto nunca mais

A voz de João se ouviu

E a partir do século quarto

A Santa igreja incluiu.

 

No calendário os festejos

Juninos em comemoração

A data de nascimento

Do profeta São João

Que entre os santos católicos

Tenho grande devoção.


Ao contrário de outros santos

Em que se homenageiam o dia

De sua morte e martírio

Lembramos com alegria

O aniversário de João

Filho de Zacarias.

 

Foram os padres Jesuítas

Oriundos de Portugal

Que trouxeram para o Brasil

No período Colonial

Na época essa novidade

Para cultura local.

 

Os indígenas agradeciam

Aos seus deuses a colheita

Com a catequização

Que estava sendo feita

A festança junina

Entre o povo foi aceita.


Como a fartura era tanta

Que dessa terra brotava

O povo miscigenado

Na colheita se animava

Agradecendo a São João

Antes da festa rezava.

 

Em mil oitocentos e oito

Com o bloqueio continental

A corte de Dom João Sexto

Chegou lá de Portugal

Abrindo um leque com o povo

E a corte imperial.

 

Uma carona com o santo

Nossa cultura pegou

No nordeste brasileiro

A festa enraizou

Cordel, quadrilha e forró

São João adotou.


Hoje a festa está completa

É cultura e tradição

Santo Antônio e São Pedro

Ao lado de São João

Formam a “Tríade Junina”

Na minha religião.

 

Estes três santos católicos

Já viraram patrimônio

Cultural na minha pátria

Pedro, João e Antônio

Dizem que fazem chover,

Batiza e faz matrimonio.

 

Eu já andei pelo mundo

Respirando outros ares

Pesquisando e aprendendo

As culturas populares

Mas igual a minha terra

Não vi em outros lugares.


Seis meses fico esperando

Ansioso este evento

Em Campina Grande e Caruarú

Faça Sol, chuva ou vento

As festas do mês de Junho

É o grande acontecimento.

 

Todo ano eu brinco e danço

Levando então meu cordel

Porque de São João Batista

Eu sou um servo fiel

Viva o primo de Deus!

Viva o filho de Isabel.

 

São João na capital

São João no Interior

São João festa do milho

São João do agricultor

São João dos Jesuítas

São João do Criador.


Que viveu em uma terra

De um rei cruel e sagaz

E eu vivo com os Jesuítas

Que já fez e ainda faz

Um elo de ligação

Do povo ao príncipe da paz.

 

As festas de São João

Sim, foi esta companhia

De jesus que inseriu

Aqui, trazendo alegria

E respeito a este santo

Que levava harmonia.

 

A voz clamou no deserto

E o mundo todo escutou

E foi Santo Antônio que disse

E São Pedro confirmou

Vamos amar nosso povo

Como São João amou.

 

Baturité, 08.07.2021


Esferogravura de Pádua de Queiróz




O CORDEL NO MOSTEIRO DOS JESUÍTAS - BATURITÉ/CE

 O CORDEL NO MOSTEIRO DOS JESUÍTAS


Um menino de origem pobre

Nasceu lá em Ibiapina

Hoje em Baturité

Com humildade ensina.

Começou os seus estudos

Com as irmãs “josefinas”

 

Seu sentimento fraterno

Estampado no sorriso

Me fez ver que a santa igreja

Na terra é meu paraíso

Oração, fé e amor

Tenho a paz que eu preciso.

 

Obrigado padre Eugenio

Meu bom padre Jesuita

Por valorizar a arte

Pelo apoio ao artista

E por estender a mão

Ao poeta cordelista.

 

Nasci em Baturité

No alto da igrejinha

E rimando, canto o quanto

É feliz a vida minha

Pense num cabra matuto

Pra amar sua terrinha

poeta Pádua de Queiróz

Padre Eugenio Pacelli, Poeta Pádua de Queiróz e Geilson Oliveira(Secretário Fundação de Cultura de Baturité)

Pádua de Queiróz

Pádua de Queiróz e Silvia Sales (Aquarela Turismo)


Esferogravura de Pádua de Queiróz - Padre Eugenio Pacelli

Auto-esferogravura - Pádua de Queiróz


Esferogravura - Pádua de Queiróz "A 106"



Pádua de Queiróz

08.07.2012