14/12/2011
ANA MARIA DO NASCIMENTO
HONORATO E FRANCISQUINHA - LIÇÃO DE AMOR E VIDA
AUTOR: PÁDUA DE QUEIRÓZ
baseado no livro de Ana Maria do Nascimento: "MISCELANEA DE SAUDADE"
Eu peço ao Deus poderoso
Que fez meu belo sertão
Iluminar minha mente
Com a luz da inspiração
Para que eu possa rimar
E fielmente contar
Uma história de união.
Como fez Ana Maria
Nascimento, ao recordar
A história de seus pais
Com orgulho soube ilustrar
MISCELÂNEA DE SAUDADE
Para mim é na verdade
Um exemplo pra se levar.
Hoje eu uma sinto saudade
Agradavelmente sem dor
Mas quem sentiu a partida
De quem lhe deu sempre amor
Com o peito dilacerado
Já bastante castigado
Contra mim vai se opor.
Mas antes eu aconselho
Essa bela história ler
Pois a saudade é agradável
E vou mostrar pra você
Basta lembrar bons momentos
Quando a dor e o sofrimento
Jamais pôde nos vencer.
Ao lado de um grande homem
Há sempre uma grande mulher
Um casal sempre unidos
Não temem o mal que vier
O amor suplanta a morte
Muito embora que a má sorte
Tente levar o que puder.
No ano de trinta e seis
Honorato desposou
Sua bela Francisquinha
Que feliz o aceitou
Para viver a seu lado
E o casal apaixonado
Só o tempo separou.
E deste abençoado casal
Oito filhos vieram ao mundo
Regalos do Eterno Pai
Gerados do amor profundo
Mas dos filhos que nasceram
Só três permaneceram
Desfrutando a cada segundo.
A figura protetora
Com o seu olhar paterno
O carinho e a atenção
E os cuidados materno
De Francisquinha e Honorato
Que com zêlo e muito trato
Respeitavam o Pai Eterno.
Lá na sua ARACOIABA
Onde cantam os passarinhos
O doce lar deste casal
Era uma espécie de ninho
Feito de amor e paz
Honorato foi capaz
De cuidar com seu carinho.
Por cinquenta e oito anos
Francisquinha e Honorato
Provaram a Deus e a todos
Que mereceram de fato
Dividirem o mesmo teto
Com carinho e com aféto
Porque fizeram um pacto.
Com o amor e a verdade
Com Deus e o seu lugar
A vida deste casal
Alguém sempre há de lembrar
Seus gestos de caridade
De respeito e humildade
Conjugando o verbo amar.
Está escrito na Bíblia
Quem doa deve esquecer
E assim esse casal
Durante o seu viver
Doou mais do que a vida
A sua gente sofrida
Sem esperar receber.
Algo em troca por seus atos
A não ser a satisfação
De ver a alegria estampada
No rosto de cada irmão
E adotaram com alegria
Pra viverem com harmonia
Sete filhos de coração.
Que me perdoem os grandes
Mas ser pequeno é essencial
Que valor teria a vida
Deste ilustríssimo casal
Se desprezassem a pobreza
Pra bajularem a nobreza
Qual seria sua moral?
Qual lição daria aos filhos
Naquela terra sofrida
Onde o rico e o pobre
Em suas opostas vidas
Tinham o mesmo valor
Diante Nosso Senhor
E a Virgem Mãe querida?
Seu Honorato sabia
Reconhecer a fraqueza
Daqueles que eram reféns
De sua própria natureza
Estendendo sempre a mão
Praticando o perdão
Sem astúcia ou sutileza.
Certo dia um empregado
Foi pego em contravenção
Roubando de suas reservas
Uma lata de feijão
E perdoou o empregado
Nos deixando como legado
Essa magnifica lição.
Porque viu no empregado
Necessidade e carência
E essa bela atitude
De exímia sapiência
Salvou o pobre ladrão
Da rotina dessa ação
Que corrompe a existência.
No ano de cinquenta e oito
Não choveu no meu sertão
E somente na mesa de poucos
Tinha um pedaço de pão
E com essa pobre gente
Seu Honorato sorridente
Dividia a refeição.
E muitos que apareciam
Vindos de todo lugar
Fugindo daquela sêca
Que só sabia matar
Na casa de seu Honorato
Sempre sobrava um prato
Para um pobre alimentar.
Seu destacado trabalho
Em sua luta diária
Sempre com muito afinco
Na lavoura e pecuária
Com a força que Deus lhe deu
Foi doutor que aprendeu
Um cultura extraordinária.
Não existe faculdade
No mundo civilizado
Que faça um caboclo da roça
Ser tão bem ajuizado
Foi o campo e a enxada
Em sua terra abençoada
Que lhe deu seu doutorado.
Francisquinha tinha estudo
E por isso compreendia
Que educar os seus filhos
Era a parte que lhe cabia
Enquanto o trabalho pesado
Da lavoura e do gado
Com disposição e alegria.
Seu Honorato fazia
Trazendo o pão para mesa
Seus filhos iam crescendo
Conhecendo a natureza
De seus pais que tanto amavam
E com todos se importavam
Para não verem a tristeza.
Entrar naquela morada
Feita com muito amor
Respeito e sinceridade
De um pai bom e protetor
E uma mãe carinhosa
Dedicada e bondosa
Fiéis a Nosso Senhor.
Esta é minha homenagem
Póstuma a este casal
Que dedicou para todos
Um grande amor fraternal
E hoje descansa em paz
No reino celestial.
PÁDUA DE QUEIRÓZ
BATURITÉ 14/12/2010
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