Neste ano de eleições, a preocupação maior, é a escolha daquele que irá administrar para o povo, a sua cidade.
O poeta cordelista, COLIBRÍ DA SERRA, nos apresenta o candidato mais comum, nesse período de eleições: o demagogo.
Leia e reflita. É esse o candidato ideal?
O DEMAGOGO
autor: Colibrí da Serra
Gente da minha terra
de novo sou candidato
e conto com o seu voto
pra exercer meu mandato
minha cidade merece
um prefeito que de fato.
Empunhe com segurança
a bandeira da verdade
pode confiar em mim
não sou filho da maldade
chega de tanto descaso
aqui na minha cidade.
Garanto que ninguém mais
vai andar mil léguas a pé
vou construir um trem-bala
ligando meu Baturité
até a bela cidade
do santo de Canindé.
E quem mora lá no alto
do bode e da igrejinha
farei escadas rolantes
pra não ver tanta velhinha
chegar em cima do alto
com cara de coitadinha.
E pra quem mora na serra
minha proposta é verdadeira
vai ter leite encanado
da vaca até a torneira
de preferência gelado
sem precisar geladeira.
Vai ter festa todo dia
isso eu garanto que vai
mas não será na pracinha
aquela que quase não sai
pois se chover muita gente
com certeza eu sei que cai.
Eu sou mesmo o candidato
para esse povo ideal
e não quero que aconteça
pra minha gente algum mal
se alguém quiser morrer
espere então o natal.
Antes não, eu peço a Deus
porque vai ter eleição
e eu preciso urgentemente
do voto do cidadão
que com certeza irá
dar-me a satisfação.
Por isso não me incomodo
se me chamam de canalha
eu vou até comprar voto
mas não perco essa batalha
eu sou mesmo demagogo
e não temo fogo de palha.
Já comprei uma remessa
de penico e rapadura,
lamparina e querosene,
chinela e até dentadura
que é para trabalhar
na minha candidatura.
Agora sou candidato
conforme o que já foi dito
eu vou vencer esse pleito
porque eu sou favorito
e quem em mim não votar
eu vou mandar para o Egito.
No dia da eleição
bote na sua memória:
vote em mim para prefeito
e me dê essa vitória
do jeito que tudo está
ninguém muda essa história.
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