Eu
sei que a vida vivida
É
um belo desafio
Pra
quem se propõe viver
Sem
da fé ter um desvio
Cinquenta
anos de luta
Tal
qual um perene rio.
Eu
comparo esta história
Que
em versos quero narrar
Com
um riacho pequeno
Que
noutro vai desaguar
Se
transformando num rio
Que
corre de encontro ao mar.
Por
onde este rio passa
Transforma
o seco sem vida
Em
uma bela paisagem
Verde,
multicolorida
Lágrimas
de felicidade
É
a mão de Deus estendida.
Hoje
é cinco de Junho
Dia
do Meio Ambiente
E
de Silvanar Soares
Um
exemplo para gente
Afilhado
de São João
Filho
de um cabra decente.
Chamado
Chico Soares
Que
viveu mais de cem anos
Hoje
certamente está
Ao
lado do Soberano
Feliz
por este seu filho
Magnifico
ser humano.
Cinquenta
anos de luta
Pode
anotar no caderno
Silvanar
está completando
Com
as bençãos do Pai Eterno
Vivenciou
no sertão
Chuva e escassez de inverno.
Dona
Luzia Pereira
Foi
uma mãe amorosa
De
Silvanar, Luciano
E
Itamar, orgulhosa
Dos
filhos e com amor
Criou
sem nenhuma prosa.
A
infância dos meninos
No
ambiente sertanejo
Eu
imagino o cenário
E
imaginando eu vejo
Saindo
em busca de água
E
a imagem vem num lampejo.
Duas
horas da manhã
Um
jumento e dois menino
Mais
de uma légua de estrada
E
um açude era o destino
Tarefa
cotidiana
Na
vida do nordestino.
E
ao chegarem no açude
Um
passava a encher
A
ancoreta de água
Pra
cozinhar e beber
E
o outro ia pro mato
Juntar
manga pra comer.
E
já amanhecendo o dia
Para
casa então retornava
Os
dois meninos e o jumento
Que
no lombo carregava
A
água e o saco de manga
O
pobre jegue penava.
Eu
não sei se por vingança
Ou
até mesmo fingimento
Para
se livrar do peso
Que
levava no momento
Deitou-se
então no caminho
O companheiro Jumento.
Os
meninos agoniados
Tentando
em vão levantar
O
jumentinho e sua carga
O
remédio era esperar
Passar
naquele caminho
Um
adulto pra lhe ajudar.
Outra
cena da infância
Desse
nosso cinquentão
Cabe
aqui um registro
Contado
por seu irmão
Quando
os dois moendo milho
Moeram
foi uma mão.
Silvanar
socava o milho
Colhido
de seu roçado
Ao
lado de Itamar
Que
moía animado
De
repente ouviu um grito
E
ficou aperreado.
A
mãozinha de Silvanar
Por
descuido escapuliu
Pra
goela do moinho
Que
depressa engoliu
Mas
a mão de Silvanar
Toda
amassada saiu.
Um
aluno nota dez
Era
nosso personagem
Que
sacrificou um ano
De
estudo, foi coragem
Pra
cuidar de pai e irmãos
Nessa
triste passagem.
De
sua vida que não era
Um
sonho de uma criança
Porém
Silvanar Soares
Com
muita perseverança
Ficou
em casa cuidando
Da família com esperança.
De
ver voltar do hospital
Sua
mãe admirável
Com
a mesma disposição
Alegre
e sempre saudável
“Silvanar
não tem parêa
Oh,
macho vei formidável.”
Puxou
égua com arado
No
roçado com seu pai
E
foi pai de seus irmãos
Que
do seu lado não sai
Hoje
com cinquenta anos
Não
escorrega e nem cai.
Continua
o mesmo cabra
Da
lagoa de São João
Sempre
ao lado de seu povo
Um
matuto cidadão
Hoje
no rádio defende
A
cultura do sertão.
Nossa
região hoje tem
Uma
divida com esse sujeito
Que
lutou com dignidade
Por
trabalho e direito
Homenagear
em vida
É
uma forma de respeito.
Eu
sei que o tempo passou
Passou
e não volta mais
E
Silvanar continua
Trabalhando
até demais
Hoje
o que vemos no campo
Tem
as suas digitais.
Quando
temos fé em Deus
Podemos
realizar
Cinquenta
anos de história
E
assim sem medo contar
Para
a filha Maria Rita
Dona
Silvinha, e é bonita
A
vida de Silvanar.
Pádua de Queiróz – 05.06.2021
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