14/07/2009

Poesias de autoria de Lourde Neves Cúrcio

Lourdes já deu um pontapé no nosso blog, abrindo seu coração, enviando poesias para que publicassemos.
Claro Lourdes, teremos o imenso prazer em públicar suas poesias. Convidem seus amigos poetas e peçam para que eles encaminhem suas poesias, que inspiram belos sentimentos.
Não importa de que forma deseja expressar seus sentimentos. Vale a inspiração!

Eis a mensagem na íntegra da leitora do Blog Lourde.

Boa tarde! Estou encaminhando poesias de minha autoria para publicação no blog, caso haja possibilidade.
Desde já agradeço.
Abraços.
Lourdes Neves Cúrcio


A CHAVE DA FELICIDADE

A felicidade é um tesouro
Trancado dentro de um cofre
Cuja chave se procura
Em todos os cantos se vasculha
Numa busca incessante
Por muitos e muitos anos
Às vezes, a vida inteira
E não se consegue encontrar.
O motivo do insucesso
É que a busca é sempre feita
Em meio à riqueza e ao poder
Entre a fama e o prazer
Ou entre o luxo e o dinheiro,
O que ao final sempre gera
A decepção, o vazio...
Pois a chave, na verdade,
Está noutra direção:
Está em meio ao amor
À renúncia, ao perdão
À doação, à humildade
À paz, à simplicidade
À arte de compartilhar
De servir e de ajudar
De louvar e agradecer
De relevar e esquecer
O mal que nos atingiu.
Nisso consiste o segredo
De encontrar na realidade
A chave de um grande tesouro
Chamado felicidade!

* * *
A EXTINÇÃO DA FAUNA

Cadê a ararinha-azul?
Foi extinta da natureza
Por ação dos caçadores,
Temidos depredadores
Que simplesmente a venderam
Para colecionadores.
Cadê o mico-leão-dourado?
Ainda ontem foi capturado
Para ser comercializado.
Cadê a onça-pintada?
É espécie ameaçada,
De algumas regiões
Já foi totalmente extinta,
Teve a pele retirada
Ou talvez esteja acuada
No alto de alguma árvore,
Ou talvez até quem sabe
Tenha perdido seu habitat
Por conta do desmatamento
De forma indiscriminada.
Cadê os outros grandes felinos?
O tigre, o leão e o leopardo
Também já foram abatidos
Ou vivem ameaçados
Sem chance de sobrevivência,
Assim como os gatos selvagens:
A onça-parda e a jaguatirica.
Cadê os insetos e répteis?
Foram vitimas do contrabando,
Da biopirataria
Ou talvez da poluição.
Carnívoros, aves, baleias...
Golfinhos e tartarugas
Sendo extintos com frieza
Pelas mãos do próprio homem
Matando e capturando,
Depredando a natureza.

* * *
SAUDADE

A saudade traz de volta
Momentos outrora vividos
Lembranças que não se apagam
Sonhos jamais esquecidos,
Alegrias e tristezas
Inquietudes e incertezas;
Às vezes aperta o peito
Provocando a dor e o pranto
Diante do desencanto
De um sonho ontem desfeito.

Mas traz também a magia
Dos sentimentos mais puros
Que um dia estiveram presentes
Entre beijos e sussurros,
Agora resta a lembrança
E o coração não se cansa
Descompassado a bater
Diante da felicidade
Razão de toda a saudade
Que hoje ronda o meu viver.

Saudade que traz de volta
Momentos de amor intenso
Ao mesmo tempo é amarga
Contrariando o bom senso;
Da desilusão sinto o gosto
E o pranto rola em meu rosto
Vindo à tona sentimentos
Que brincaram lado a lado
Em momentos alternados
De amor e de tormento.

* * *
S.O.S. PLANETA

Poluição, desmatamento...
É o planeta em perigo
Por ação do próprio homem
Que ao invés de usufruir
Da terra, do verde e do mar,
Degrada o meio ambiente
Ameaça o ecossistema,
Comprometendo a existência
De animais e vegetais
Acuados, indefesos...
Sem meios de sobrevivência.

Tudo dentro do universo
Vive em plena sintonia:
A árvore procura o sol
Os animais buscam plantas
O homem depende da terra
E todos carecem de água;
Pura expressão de harmonia
Entre todo ser vivente
Que coabita o planeta.

A água e o solo perecem
A terra pede socorro!
Enchentes, calamidades...
Espécies em extinção;
O céu se tornou escuro
As águas não são cristalinas
As matas já não são verdes
O ar deixou de ser puro.
São efeitos, com certeza,
Do grande descaso do homem
Para com a natureza.

* * *
APENAS UM SONETO

Eu pensei em demonstrar o meu amor
Exprimi-lo nas estrofes de um poema
Transmiti-lo com eloquência e ardor
Permitir que a emoção fosse seu tema.

Eu pensei em expressar meu sentimento
Na cadência das sílabas em simetria
Flutuar por seus sonhos e pensamentos
Nas asas imaginárias da poesia.

Vi, porém, que o meu amor vai muito além
Dos quartetos e tercetos de um soneto
Tamanha a grandiosidade que ele tem!

Amor imenso como o meu não caberia
Na extensão de um só texto em verso ou prosa,
Pois descrevê-lo inteiro eu não conseguiria.

* * *
MÃE


Para ti, mãe, escrevi este poema
É muito pouco para expressar o que sinto
Talvez seja um grão de areia no oceano
Não traduz todo o meu amor tão profundo
Diante do que para mim fostes no mundo!

A ti devo o que sou e o que tenho
Deste-me a vida, o carinho, a mão amiga
Hoje sei que estás de mim muito distante
Mas enquanto nesta vida eu existir
Tu estarás sempre comigo a cada instante!

Apesar de não poder mais te abraçar
Nem tuas mãos e teus cabelos afagar
Trarei sempre viva em mim tua lembrança
Pude estar ao teu lado desde criança
Em meu peito hás de sempre ter lugar!

Desde a tarde de domingo em que partistes
Dói a saudade e o meu ser se entristeceu
Dentro de mim deixastes imenso vazio
Que faz a lágrima brotar dos olhos meus
Mas reconforta-me, mãe, a grande certeza
De que no céu vives feliz junto de Deus!

* * *
GAIVOTA

Pudera eu cruzar o céu qual gaivota
Voar livre por todo esse imenso mar
Ver o reflexo do sol sobre essas águas
Pelo vento incerto me deixar levar!

Sem destino certamente eu voaria
Tendo o azul do céu e o mar como limite
Por uma aura de paz eu me envolveria
Para trás todo o lamento eu deixaria!

Pudera eu então de vez desvencilhar-me
De tudo aquilo que extenua o meu ser
Bater as asas num gesto de liberdade
Extravasar num grito a dor e a saudade!

Gaivota, com você quero voar
Bailar ao ritmo das ondas desse mar
Imitar a tua graciosidade
Desfrutar de toda a tua liberdade!

Ave marinha, eu teria a singeleza
Da cor branca que envolve tua plumagem
E ao pousar na areia eu adormeceria
Agraciada pela emoção da viagem!

Gaivota, abriga-me em tuas asas
Quero viver esse momento alucinante
Aventurar-me nesse azul exuberante
E contigo voar para bem distante!

* * *
MEU SONETO

O poeta retrata a felicidade
O amor, a ilusão, o sofrimento...
Em palavras transforma seu pensamento
Em poesia transforma a realidade

Insiste sempre em poetizar a vida
Em decantá-la aos quatro cantos do universo
Deixando um pouco de seu ser em cada verso
Extravasando sua emoção reprimida

Lá vai ele solitário em seu mundo...
Na bagagem transportando devaneios
E na alma os sentimentos mais profundos

No caminho sempre encontra seguidores
Com os quais vai partilhando seus anseios...
Risos, prantos, amores e desamores

* * *
LUA

Rasgando o negro véu da noite surge a lua
Eterna musa inspiradora dos poetas
Que o acompanha pelas noites solitárias
Com seus intentos rapidamente se entrosa
Somente para ser cantada em verso e prosa.

Lua discreta que desponta sorrateira
E a face oculta da noite vai descobrindo
Com as estrelas tem grande cumplicidade
Flagram juntas o que é feito às escondidas
Enquanto o sol a sono solto está dormindo.

Lua silente, testemunha dos amantes
Ouvidora de suas juras e sussurros
Conhecedora de seus velados segredos
E de seus tantos devaneios incessantes.

Lua que brinca de se esconder do sol
E ao redor da terra gosta de viajar
Lua atraente que o homem busca alcançar
Para um por um de seus mistérios desvendar.

Lua que é tema de inesquecíveis canções
Violeiros por ela são inspirados
Há quem diga que ela acalenta sonhos...
Há que afirme que ela é dos namorados.

Irresistível tomar um banho de lua
Apreciar o belo luar do sertão
Dedilhar a viola enluarada
Deixar a lua se transformar em canção.

Lua que rege, que governa, que domina...
Que embriaga, que inspira e que seduz,
Seja crescente, cheia, nova ou minguante
Seja do ébrio, do poeta ou dos amantes.

* * *
UM SONETO À NATUREZA


Quero ver de novo o verde dessas matas
Ver essas águas abundantes, cristalinas,
Poder banhar-me nesses rios e cascatas
Saciar a minha sede nessas minas.

Quero banir essa cortina de fumaça
Que deprecia o azul do céu e do mar
Ver preservadas essas imensas geleiras
Garantindo a vida do urso polar.

Quero ver flores adornando esses canteiros
Peixes, baleias e golfinhos resguardados
A arara azul liberta do cativeiro.

Pena que o homem ainda não tenha consciência
Do patrimônio que a ele foi confiado
E não lute em prol da sobrevivência.

* * *
SONETO DA PRIMEIRA ESTRELA


No horizonte desponta a primeira estrela
Despertando sonhos e reavivando a esperança
Impossível olhar o céu sem percebê-la
Sem comprazer-se ante esse clima de bonança

Primeira estrela, flamejante e alvissareira
Faça reinar a paz no mundo conturbado
Que os homens vivam a irmandade verdadeira
E que o amor entre eles seja cultivado

É o que te peço, estrela, neste momento
Em que precedes tantas outras que virão
Para adornar o manto azul do firmamento

Sei que recebes, minha estrela, mil pedidos
Pois dessa abóbada celeste és florão
A deixar nossos corações enternecidos

* * *
O BRASIL QUE EU VI DE PERTO

Percorri parte desse imenso Brasil
E ficaram registradas na memória
Suas paisagens de beleza exuberante
Suas riquezas, sua cultura e sua história!

Desembarcando no Rio Grande do Sul
Porto Alegre, litoral, serra gaúcha...
Suas hortênsias e sua vinicultura
Sua bela e peculiar arquitetura!

Avistei a capital catarinense
Revestida do azul do céu e do mar
Preciosidades litorâneas e serranas
Com a neve lá no alto a deslizar!

Curitiba, Ilha do Mel, cataratas...
É o Paraná reverenciando a natureza
Serra do Mar vista da janela do trem
Que a cada curva exibe o tom verde da mata!

Apreciando o panorama paulista
Visitei estâncias hidrominerais
Lá na serra a Suíça Brasileira
Litoral com Ilhabela e muito mais!

Alcancei assim que prossegui viagem
A costa verde e as mais fascinantes ilhas
Rio de Janeiro, sua orla, suas nuances...
Sua cadência envolta em mil maravilhas!

Encontrei nas terras de Minas Gerais
Expressivas raridades culturais
Suas montanhas a abrigarem relíquias
E copiosas fontes de águas minerais!

Posteriormente, rumo ao Espírito Santo
Enveredei-me enfim pela rota do sol
Vendo o azul predominando aos quatro cantos!

Viajando em direção a Goiás
Profusão de atrativos naturais
Observei a aconchegante Caldas Novas
E as mais puras nascentes de águas termais!

Fui chegando na Capital Federal
A obra-prima de Niemeyer conferi
As trilhas da arte e da cultura percorri!

Em Bonito eu me encontrei com a natureza
Em suas águas cristalinas mergulhei
E a fauna aquática de perto admirei!

Já no Nordeste conheci o Sul da Bahia
Perfazendo a rota do descobrimento
Porto Seguro e sua alegria dominante
Suas praias e seus ricos monumentos!

Um pouco adiante ouvi o som dos tambores
Entre atabaques, afoxé e candomblé
Descortinei Salvador com sua magia
E seu cenário que a todos contagia!

Recife e Olinda mais além eu avistei
Entre folguedos, frevo e maracatu
Com seus corais, águas tranqüilas, mar azul!

Mais fortemente eu percebi brilhar o sol...
Coqueiros, mangues e mares ao meu redor
Lá estava eu na exuberante Maceió!

Quando enfim cheguei à Cidade do Sol
Eu me inseri no mais lindo cartão postal
Em meio às dunas deslumbrantes de Natal!

De repente eu me senti no paraíso
Pensei mesmo que acordada eu sonhava:
Eram as praias do Ceará que eu avistava!

* * * *
(direitos autorais Lourde Neves Cúrcio

2 comentários:

PÁDUA DE QUEIROZ, CORDEL E ARTE disse...

Meu prezado poeta Pádua de Queiróz, bom dia! Agradeço imensamente sua gentileza na publicação de minhas poesias. Parabéns pelo blog!
Um grande abraço.
Lourdes

PÁDUA DE QUEIROZ, CORDEL E ARTE disse...

A ARTE É VIVER MUITO MAIS DO QUE UM SIMPLES INSTANTE...MAIS UMA VEZ OBRIGADO POR ESSE ETERNO INSTANTE DE PURA ARTE.