O DOUTOR DO REPENTE
In memoria de ORLANDO TEJO
Como é que o cabra vai
E ao mesmo tempo fica?
Só quem gosta de poesia
Sabe rimar com alegria
E rimando então explica.
Vai o homem e fica o nome
E nem a morte consome
Quem com a arte se identifica.
Jornalista apaixonado
Pelas coisas do sertão
Hoje eu o homenageio
Porque acho muito feio
Esta tal de ingratidão.
Este gênio eu não invejo
Pois falar de Orlando Tejo
É muita satisfação.
Nasceu em Campina Grande
Este amante do repente
No interior Paraibano
Trinta e cinco era o ano
Parecia um pingo de gente.
Porém aquele nordestino
Não era um simples menino
Tinha algo diferente.
Veja só como é a coisa
Veja como a coisa é
Desde pequeno a poesia
Do repente e a cantoria
Ele abraçou com fé.
Que cedo foi trabalhar
Onde pôs – se a divulgar
Na rádio CATURITÈ.
Com quinze anos de idade
Ao conhecer ZÉ LIMEIRA
Tamanho foi seu encanto
Que para ouvir seu canto
Saiu pela estradeira
Começou a pesquisar
E um acervo organizar
Sobre o poeta do Teixeira.
Foram longos quatro anos
De amizade vivida
O poeta do absurdo
Com a história fez chafurdo
E chafurdou sua vida.
Orlando ficou marcado
Pelo jeito desassombrado
Da poesia atrevida.
Que Zé Limeira cantava
E ele queria aprender
Era um poeta fantástico
E também inigmático
Tamanho era o saber.
E depois que seu amigo
Partiu, ele disse consigo:
Este jamais vai morrer.
Eu vou escrever sua historia
Para deixar registrado
Assim o sertão não esquece
Que Zé Limeira merece
Para sempre ser lembrado!
E por essa iniciativa
A esta mente criativa
Eu digo: muito obrigado!
Obrigado Orlando Tejo
Por tamanha devoção
A poesia popular
E por tão bem preservar
As raízes do Sertão.
Neste primeiro de Julho
Eu senti um forte orgulho
Porque o “pai da Criação.”
Lhe recebeu com certeza
Com o seu amor divino
E a festa ficou completa
Com você e o poeta
Conforme quis o destino.
Neste dois mil e dezoito
Você chegou mesmo afoito
Tal qual um bom nordestino.
Seu Orlando simplesmente
Aqui ficou um vazio
Mas fale ai com Jesus
Iluminar com sua luz
Quem enfrenta o desafio
E com muita desenvoltura
Defende a nossa cultura
No nordeste do Brasil.
Pádua de Queiróz - Baturité/CE 02.07.2018
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