18/10/2018

ESCOLA RISCO E RABISCO - RABISCANDO MEU CORDEL

Pádua DE Queiroz está com Padua De Queiroz Borges.
FINAL DA SEGUNDA ETAPA: RABISCANDO O MEU CORDEL(09/10/2018) Risco Rabisco Risco Rabisco
O DESAFIO DE Pádua DE Queiroz com Lucas de Brito Barreto
aluno do 5ºano - escola Risco Rabisco Risco Rabisco
Lucas de Brito:
Já faz mais de uma semana
Que um cordel quero fazer
Eu não sei no que vai dar
Mas ousado eu sei ser
Eu espero o sucesso
Nesse meu novo entender.
Pádua DE Queiroz:
No desafio do verso
Não me falta adrenalina
Eu nasci no Putiú
E ser poeta é minha sina
Eu vim dar uma lição
Mas hoje você me ensina.
Lucas de Brito:
Para falara da escola
É preciso Estudar
Pois não sou um bom poeta
Tenho muito a melhorar
Para alcançar minha meta
Foi preciso me arriscar.
Pádua DE Queiroz:
Pra que foi que eu fui mexer
Com o brio desse menino
Que traz no sangue a arte
Do poeta nordestino
É melhor ficar calado
Ou vou selar meu destino.
Lucas de Brito:
E não foi tão absurdo
Vou logo profetizar
Quem sabe mais adiante
Sem ter medo de errar
Me torne mais atuante
Na arte de prosear?
Pádua DE Queiroz:
Me diga pequeno poeta
Com o português rimado
Como eu faço nesta escola
Para ser mais destacado?
E qual a mais pura verdade?
Não se faça de rogado.
Lucas de Brito:
Se quiser ser destacado
Na escola todo dia
Seja amigo sem maldade
Respeite sem zombaria
E a mais pura verdade
É viver com alegria.
Lucas de Brito/Pádua DE Queiroz
RABISCANDO O MEU CORDEL
Risco Rabisco Risco Rabisco - PUTIÚ - BATURITÉ

DO PRIMEIRO AO NONO ANO
DE PENSAMENTO LIGEIRO
EU VI PEQUENOS POETAS
E FIQUEI TÃO PRAZETEIRO
GANHEI ABRAÇO APERTADO
AINDA ESTOU EMOCIONADO
SENTIMENTO VERDADEIRO.
LEMBREI DE LAURA VICUNÂ,
E DA ESCOLA BETEL
ESTEVÃO ALVES DA ROCHA
QUE RECEBERAM O MEU CORDEL.
ATÉ HOJE EU NÃO ESQUECI
O QUANTO EU APRENDI
RABISCANDO NUM PAPEL.
EM FORMA DE POESIA
POPULAR, SEMPRE RIMANDO
AMOR FRATERNO COM ESCOLA
APRENDENDO E ENSINANDO.
O TRABALHO CONTINUA
TIREM O POETA DA RUA
A CULTURA ESTÁ CLAMANDO.
SÓ QUEM GANHA É O PAÍS
E O FUTURO AGRADECE
EU TRANSMITO PARA CRIANÇA
PORQUE EU SEI QUE ELA MERECE
CULTURA E EDUCAÇÃO
TRABALHO E DEDICAÇÃO
SÓ O AMOR PREVALECE.
PARABÉNS Risco Rabisco Risco Rabisco
ESCOLA DE REFERÊNCIA
DOS PRINCÍPIOS DA VIRTUDE
E DAS LIÇÕES DA CIÊNCIA
A CULTURA POPULAR
SÓ TENDE A HOMENAGEAR
PELA SUA COMPETÊNCIA.
RABISCANDO O MEU CORDEL
ESCOLA Risco Rabisco Risco Rabisco - BATURITÉ/CE

SPECIAL LANCHES - O AMIGO DAS CRIANÇAS (BATURITÉ)

"UM DIA ESPECIAL COM SPECIAL LANCHES".
COMUNIDADE DA MANGA - BATURITÉ/CE
REALMENTE FOI UM DIA ESPECIAL COM SPECIAL LANCHES.... A SENSIBILIDADE DESTA FAMILIA, OLHANDO PARA AS CRIANÇAS COM UM OLHAR DE CARINHO E DE AMOR, ME FEZ SENTIR "BATURITÉRIZADO", ISTO É, COM A ESPERANÇA RENOVADA, DE QUE UM DIA NA MINHA CIDADE, ALGUÉM IRÁ OLHAR PARA ESSAS CRIANÇAS COM A MESMA ATENÇÃO DA JOVEM ESTUDANTE DE ADVOCACIA(QUASE FORMADA), Victoria Queiroz, SPECIAL LANCHES E SUA ESPOSA Luiza Irisvan.... OBRIGADO MEUS PRIMOS, QUANTO ME SINTO HONRADO EM FAZER PARTE DESTA FAMÍLIA. "SE É QUEIRÓZ, É BOM!".

III SEMANA DA GASTRONOMIA - IFCE (CAMPUS BATURITÉ)

III SEMANA DA GASTRONOMIA - IFCE/Bté
Quero pedir nesta hora
A meu Deus sabedoria
E a Musa inspiradora
Peço o dom da poesia
A gastronomia local
E também a regional
É o assunto do dia.
Eu acordei bem cedinho
E desci a serra a pé
Pra rever Temilson Costa
Aqui no IFCE
Querido por populares
Também Lourival Soares
Do Campus Baturité.
É verdade, minha gente
Feliz fico neste meio
Onde eu aprendo a viver
E sem nenhum aperreio
Um dia mamãe me disse:
A tristeza é tolice
Pra quem tá com bucho cheio.
E aqui nesta região
Eu não deixo pra depois
Um copo de caldo de cana
Um prato de baião de dois
Ou então um feijão verde
Acompanhado com peixe
E uma pratada de arroz.
Também tem o sarrabulho
Comida bem preparada
Um cuscuz de milho quente
Ou também uma panelada
É a culinária cearense
Que só o cheiro convence
E eu não troco por nada.
Eu já fui ao Amazonas
Quase tive uma ressaca
Comi pato no tucupi
E pirarucu de casaca
Garapa de tucumã
Comi também matrixã
Assada em riba duma casca.
Como ver tinha fartura
Muita fartura por lá
Mas eu vou dizer porque
Eu arribei para cá
Porque ali ninguém pode
Comer uma carne de bode
Que só tem no Ceará.
Eu sou um cabra matuto
Nascido no Putiú
Não dar pra se acostumar
Com caldo de candiru
Na primeira refeição
Para o povo do sertão
Tem tapioca e beijú.
Um cafezinho bem puro
Desse que só tem na serra
Ai pega a tapioca
Lasca manteiga da terra
Vixe, Maria! Oxente
É tanta coisa boa gente
Que por aqui não se encerra.
A cachaça é especial
É puríssima e destilada
Tem a cachaça branquinha
E também a amarelada
A cachaça boa anima
Mas te digo não combina
Com volante e estrada.
A nossa gastronomia
É rica, é de primeira
Doce de caju, banana,
E bolo de macaxeira
Castanha de caju assada
Banana cristalizada
Culinária verdadeira.
A inovação é o segredo
Ingredientes nós temos
E quanto mais estudamos
Muito mais nós aprendemos
A região do maciço
É riquíssima, e por isso
Mais amamos, mais queremos.
FIM – Pádua DE Queiroz 17.10.18

03/07/2018

ORLANDO TEJO - O DOUTOR DO REPENTE


O DOUTOR DO REPENTE

In memoria de ORLANDO TEJO 


Como é que o cabra vai
E ao mesmo tempo fica?
Só quem gosta de poesia
Sabe rimar com alegria
E rimando então explica.
Vai o homem e fica o nome
E nem a morte consome
Quem com a arte se identifica.

Jornalista apaixonado
Pelas coisas do sertão
Hoje eu o homenageio
Porque acho muito feio
Esta tal de ingratidão.
Este gênio eu não invejo
Pois falar de Orlando Tejo
É muita satisfação.

Nasceu em Campina Grande
Este amante do repente
No interior Paraibano
Trinta e cinco era o ano
Parecia um pingo de gente.
Porém aquele nordestino
Não era um simples menino
Tinha algo diferente.

Veja só como é a coisa
Veja como a coisa é
Desde pequeno a poesia
Do repente e a cantoria
Ele abraçou com fé.
Que cedo foi trabalhar
Onde pôs – se a divulgar
Na rádio CATURITÈ.

Com quinze anos de idade
Ao conhecer ZÉ LIMEIRA
Tamanho foi seu encanto
Que para ouvir seu canto
Saiu pela estradeira
Começou a pesquisar
E um acervo organizar
Sobre o poeta do Teixeira.

Foram longos quatro anos
De amizade vivida
O poeta do absurdo
Com a história fez chafurdo
E chafurdou sua vida.
Orlando ficou marcado
Pelo jeito desassombrado
Da poesia atrevida.

Que Zé Limeira cantava
E ele queria aprender
Era um poeta fantástico
E também inigmático
Tamanho era o saber.
E depois que seu amigo
Partiu, ele disse consigo:
Este jamais vai morrer.

Eu vou escrever sua historia
Para deixar registrado
Assim o sertão não esquece
Que Zé Limeira merece
Para sempre ser lembrado!
E por essa iniciativa
A esta mente criativa
Eu digo: muito obrigado!

Obrigado Orlando Tejo
Por tamanha devoção
A poesia popular
E por tão bem preservar
As raízes do Sertão.
Neste primeiro de Julho
Eu senti um forte orgulho
Porque o “pai da Criação.”

Lhe recebeu com certeza
Com o seu amor divino
E a festa ficou completa
Com você e o poeta
Conforme quis o destino.
Neste dois mil e dezoito
Você chegou mesmo afoito
Tal qual um bom nordestino.

Seu Orlando simplesmente
Aqui ficou um vazio
Mas fale ai com Jesus
Iluminar com sua luz
Quem enfrenta o desafio
E com muita desenvoltura
Defende a nossa cultura
No nordeste do Brasil.

Pádua de Queiróz - Baturité/CE 02.07.2018


02/04/2018

MESSIAS HOLANDA - CABRA BOM DE MISSÃO VELHA - PÁDUA DE QUEIRÓZ


MESSIAS HOLANDA


Chegou lá de Missão Velha
Trazendo um estilo novo
Um forró bem debochado
E caiu no gosto do povo
Mariá, Pra tirar Côco
Forró do Bom, Coma ovo.

Manuel Messias Holanda
No qual eu tive o prazer
De sentar-me a seu lado
Ouvir cantar e conhecer
Seu trabalho, sua história
Que jamais vou esquecer.

Nasceu no mês de Janeiro
Do ano quarenta e dois
Na cidade de Missão Velha
Mas cinco anos depois
Se mudou pra Fortaleza
Conforme o destino impôs.

Trabalhou de camelô

Foi menino de recado
Para não deixar faltar
Na sua mesa o bocado
E o jovem do Carirí
Sempre andava animado.

Com sua cearenssidade
Desinibido e inovador
Decidiu cantar pro povo
Nordestino, sofredor
Canções com aquela pintada
De irreverencia e humor.

Na Ceará Radio Club
E na Radio Iracema
A voz de Messias Holanda
Com seu humorado tema
O ouvinte exigia
Em cartas e telefonema:

Pescaria em Boqueirão,
Vendedora de rapé,
Mariá, Chico Preguiça,
E a Cantiga do Guiné,
Eu queria ser bananeira,
E Forró em Baturité.

No meado dos anos sessenta
A Jovem Guarda ditava
A moda, o estilo de música
Mas isso não ofuscava
O forró “levanta Poeira”
Que Seu Messias  cantava.

E na década de setenta
Os artistas brasileiros
Cantavam musicas em inglês
Tinham nomes de estrangeiros
Morris Albert, Mac David,...
Mas não eram forrozeiros.

O riscado que o povo
Gostava mesmo de ouvir
Era o Forró forrado
Pra dançar, se divertir
Tomar cachaça amarela
A noite toda e não cair.

Veio os anos oitenta
Com o Rock Nacional
Um tal de Ultraje a rigor,
Etecetára , coisa e tal
Mas trepar num Pé de Côco
Era o assunto atual.

Toda essas novidades
Com o tempo passaria
Mas na virada do Século
Talvez até por ironia
O destino quis calar
A voz do grande Messias.

Adicionaram ao forró
Guitarra elétrica e teclado
Era o tal Ôxente  Music
O Forró Estilizado
Que chegou pra substituir
O forrozão do passado.

Faltou palco, faltou loja
Para o forrozeiro antigo
A moda da moda eram bandas
E o artista sem abrigo
Ficou preso a historia
E é por isso que eu digo.

Que a desgraça, minha gente
É a tal da ingratidão
Monstruosamente burra
Que se nega a dar a mão
Pra caminhar lado a lado
Com as raízes do sertão.

Veja só o resultado
A música sem harmonia
É uma batida só
Sem letra, sem poesia
Chegou o forró eletrônico
E foi embora a alegria.

Eu mesmo não perco tempo
Para ouvir tanta besteira
Mas tratam a nossa cultura
Com desdém, dessa maneira:
O que está velho, tá velho
Na vida tudo é passageiro!

Discordo, tenho o direito
O direito de discordar
Messias Holanda morreu
Porém outro igual não há
Sozinho ele era maior
Que todos no Ceará.

Mas respeito o pensamento
De quem pensa diferente
Nem todo gosto é igual
Varia de gente pra gente
Me sinto até constrangido
Neste momento presente.

Fazer esta homenagem
Em memoria de alguém
Homenagem a gente faz
Em vida porque faz bem
Digo isso porque sei
Que assim pensava também.

O homem de Missão Velha
Que nos trouxe algo novo
E hoje eu sinto saudades
E também pena do povo
Que não ouviu Mariá
E nem tampouco Coma ovo!

Poeta Pádua de Queiróz
Baturité/CE 01.04.2018



22/03/2018

O VALOR DA GRAMÁTICA - LITERATURA DE CORDEL - PÁDUA DE QUEIRÓZ

O VALOR DA GRAMÁTICA
ONTEM EU TIVE UM SONHO
MEU CARO AMIGO LEITOR
EM MEU SONHO VI DOIS LIVROS
DISCUTINDO SEU VALOR
DE UM LADO A MATEMÁTICA
E DO OUTRO A GRAMÁTICA
E EU ERA O MEDIADOR.
A GRAMÁTICA TÃO FALANTE
FOI LOGO PARA MIM DIZENDO:
A FONÉTICA É A MÃE DE TODAS
AS PALAVRAS QUE ESTÃO LENDO
A LETRA É O SÍMBOLO GRÁFICO
NESTE MUNDO TÃO FANTÁSTICO
E FIQUE VOCÊ SABENDO...
QUE O FONEMA É O SOM
DA LETRA NESSE MUNDÃO
UMA A UMA VIRAM SÍLABAS
E ASSIM A COMUNICAÇÃO
PRONUNCIADA E ESCRITA
TORNA A PALAVRA MAIS BONITA
DE ACORDO COM A REGIÃO.
PORQUE HÁ VARIEDADES
LINGUISTICAS E VOU LHE DIZER,
DE NORTE A SUL DO PAÍS
É PRECISO COMPREENDER
QUE O IDIOMA FALADO
NEM SEMPRE É PRONUNCIADO
TAL QUAL FORMA DE ESCREVER.
É AÍ QUE A ORTOEPIA
OU MELHOR A ORTOÉPIA
PARA NINGUÉM COMETER
O PECADO DA CACOÉPIA
TRATA DA PRONÚNCIA CERTA
ENSINANDO O POETA
E SUA LÍNGUA SERELÉPIA.
POIS NÃO É CERTO ESCREVER
E TAMPOUCO PRONUNCIAR
BANDEIJA, BENEFICIENTE,
PRÓPIO,REINVINDICAR,
LARGATIXA, MANTEGUERA,
ESTRUPO E ATÉ MANGUERA,
PRAZEIROSO E CONZINHAR.
PORÉM A PRONÚNCIA CORRETA
EU VOU AGORA MOSTRAR:
BANDEJA, BENEFICENTE,
PRÓPRIO, REIVINDICAR,
LAGARTIXA,MANTEGUEIRA,
ESTUPRO, E AGORA MANGUEIRA
PRAZEROSO E COZINHAR.
A PROSÓDIA É IMPORTANTE
E TRATA DA ACENTUAÇÃO
TÔNICA DE CADA PALAVRA
E QUEM ERRAR, MEU IRMÃO
COMETE UMA SILABADA
E PODE LEVAR PALMADA
PARA APRENDER A LIÇÃO.
PÂNTANO, ÔMEGA, ZÊNITE,
PÁDUA, GRÁCIL, REFÉM,
TÊXTIL, ÂMAGO, SÂNSCRITO,
ÁLCOOL, CÁFILA, HARÉM,
OXÍTONAS, PAROXÍTONAS
E AS PROPAROXÍTONAS
ESTUDE E ESCREVA BEM.
A GRAMÁTICA NÃO PARAVA
DE FALAR UM SÓ MOMENTO,
DITONGO, TRITONGO, HIATO
E TODO TIPO DE ACENTO,
ENQUANTO A MATEMÁTICA
OUVIA ATENTA E ESTÁTICA
OS BELOS ENSINAMENTOS.
CONFESSO QUE EU TAMBÉM
ME QUEDEI MARAVILHADO
E O VALOR DA GRAMÁTICA
ESTAVA ENTÃO COMPROVADO.
DE REPENTE A BIOLOGIA,
A HISTÓRIA E A GEOGRAFIA
SENTARAM-SE BEM A MEU LADO.
PARA OUVIR E APRENDER
AQUELA BELA LIÇÃO,
E PARA A MINHA SURPRESA
ESTENDENDO A SUA MÃO
A MATEMÁTICA LHE DISSE:
EU JÁ PENSEI EM TOLICE
MAS SÓ CALCULO A RAZÃO!
NO MUNDO DA ECONOMIA
EU POSSO TER MEU VALOR
MAS AQUI TIRO O CHAPÉU
PRA QUEM É MERECEDOR,
ATÉ ME M.D.C
NADA VALE SEM VOCÊ
"ESPADA DO PROFESSOR!"
CADA PALAVRA SUA
É MESMO PROPORCIONAL
COM A NOSSA LÍNGUA-MÃE
QUE NASCEU EM PORTUGAL
POR ISSO EU QUERO FALAR
QUE EU TENHO QUE CONCORDAR
COM GÊNERO, NÚMERO E GRAU.
FOI UMA SALVA DE PALMAS
QUE SURGIU DE TODO LADO,
ATÉ O LIVRO DE INGLÊS
FALOU MUITO EMOCIONADO
COM UM ARREGALADO LOOCK:
"YES, YES MY BOOK!"
E NINGUÉM MAIS FICOU CALADO.
ENTÃO CHEGOU NO RECINTO
UM LIVRO MUITO ANTIGO,
DIZENDO: EU SOU O LATIM.
E EU SEI QUE FOI COMIGO
QUE MUITA GENTE APRENDEU
HOJE O MUNDO ME ESQUECEU
MAS QUERO SER SEU AMIGO.
ATÉ UM LIVRO DE NOTAS
MUSICAIS FEZ SUA FESTA
TOCANDO MIL MELODIAS
COM SUA BELA ORQUESTRA.
E EU COM O MEU VIOLÃO
NAQUELE ENORME SALÃO
TAMBÉM FIZ MINHA SERESTA.
EM HOMENAGEM A GRAMÁTICA
MUITO PARECIA POUCO
PERDI O DOM DO FONEMA
CANTEI ATÉ FICAR ROUCO
DE REPENTE ME ASSUSTEI
QUANDO UMA VOZ ESCUTEI:
ACORDA MENINO LOUCO!
ESTÁS CANTANDO DORMINDO
JÁ É QUASE MEIO DIA!
ERA A VÓZ DE MINHA MÃE
QUE DISTANTE EU OUVIA.
QUE LOUCURA ESSE MENINO
O QUE PENSA DO DESTINO
QUER VIVER DE POESIA!
ERA UM SONHO,MEU LEITOR
E PARECIA TÃO REAL
MAS FOI UM SONHO, ACREDITE
UM SONHO GRAMATICAL
POR ISSO RESOLVI CONTAR
E EM CORDEL PUBLICAR
PORQUE SEI QUE AFINAL.
A GRAMÁTICA PORTUGUESA
É POR DEMAIS IMPORTANTE
E MERECE UMA ATENÇÃO
ESPECIAL NESSE INSTANTE
E NÃO É PRA SER GUARDADO
E FICAR EMPOEIRADO
NO ALTO DE UMA ESTANTE.
07.03.2004 - Pádua DE Queiroz

20/03/2018

JOSÉ LOURENÇO, O BEATO DO CALDEIRÃO - POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ - BATURITÉ/CE

JOSÉ LOURENÇO
O BEATO DO CALDEIRÃO
No povoado de Juazeiro
Do Padre Cícero Romão
No fim do século dezenove
O povo do meu sertão
Chegou pra ver o milagre
Que ocorreu na região.
Foi a prova que o Padre
Era mesmo milagreiro
E abarrotado de gente
Ficou o seu Juazeiro
E os visitantes ficaram
Conhecidos por romeiros.
Chegou gente do Rio Grande
Do Norte e de Alagoas
De Sergipe, Pernambuco
Que acreditavam na pessoa
Do Padre Cícero Romão
Que a todos abençoa.
Ex-escravos que libertos
Não tinham onde morar,
Homens do campo sem terra
Que não tinham onde plantar
O Santo do Juazeiro
Recebeu sem protestar.
Os retirantes da seca
Homens de bem perseguidos
Homens rudes e homens dóceis
jagunços e foragidos
Na Méca do Cariri
Todos eram bem vindos.
Quem chegava tinha terra
Pra fazer sua plantação
Mas devia obediência
E a crença na religião
Não se tolerava vícios
Ou qualquer desunião.
Uma nova chance na vida
Padre Cícero oferecia
mas tinham que respeitar
Ao padre e a Virgem Maria
O fim do sofrimento
E Juazeiro crescia.
Em mil oitocentos e noventa
O Padre foi procurado
Por um paraibano que era
Filho de escravos alforriados
Chamava-se José Lourenço
E logo foi encarregado.
Em liderar uma missão
Que para o Padre era santa
Na cidade do Crato
Lá no sítio Baixa Dantas
A terra era muito árida
Porém só colhe quem planta.
Então vários flagelados
O Padre Cicero enviou
Aos cuidados de Lourenço
Que aquela causa abraçou
E em pouco tempo as terras
Do sítio então prosperou.
Isso despertou a fúria
Dos fazendeiros dali
Devido a facilidade
Que passou a produzir
Legumes de todo jeito
Milho, arroz, fava e pequi.
José Lourenço cuidava
Com muito zelo de um boi
Que o Padre Cicero lhe dera
E bem cuidado ele foi
Mas espalharam um boato
E prenderam Lourenço depois.
Por fazer naquele sitio
O pecado da idolatria
Cultuar um boi é pecado
Era mais que heresia
Dizer que o boi era santo
E até milagre fazia.
José Lourenço ficou
Conhecido por “beato”
Não sei se por sua fé
Ou por causa daquele fato
E do Sítio Baixa Dantas
Partiu pro rumo do mato.
Levando toda a sua gente
Com a mesma intensão
Plantar a terra e depois
Dividir com seu irmão
Se instalaram na localidade
Chamada de Caldeirão.
Pertencia ao Padre Cicero
Homem “santo, admirável”
E o Caldeirão se tornou
Logo autossustentável
Porém as perseguições
Já estava insuportável.
Mesmo com a proteção
Do Santo do Juazeiro
Que doou aquelas terras
Para o beato romeiro
Sempre eram atacados
Por ordem dos fazendeiros.
Quando em mil e novecentos
E trinta e quatro morreu
Cicero Romão Batista
O pior aconteceu
Mais um inimigo do povo
Na questão apareceu.
Eram os Salesianos
Da mesma congregação
Do Padre Cicero e herdeiros
Que exigiram ação
Do governo federal
No caso do Caldeirão.
Já que o beato não tinha
A documentação da terra
A justiça simplesmente
Sem dar ouvidos encerra
As negociações com o povo
Iniciando uma guerra.
Pois alegava o governo
Que após um logo estudo
Temiam que o Caldeirão
Tornasse uma nova Canudos
Invadiram o Caldeirão
Para acabar de vez com tudo.
Foi no ano trinta e sete
Pela a terra e pelo ar
O governo federal
Botou para massacrar
Utilizando aviões
Pra de vez exterminar.
Mais de mil seres humanos
Brutalmente assassinados
O governo de Getúlio
Mais uma vez foi machado
Com o sangue de inocentes
Naquele solo encharcado.
José Lourenço não foi
Morto como conselheiro
Fugiu para Pernambuco
Sem comida e sem dinheiro
Por dedicar a comunidade
Seu trabalho e caridade
E a fé no Santo Romeiro.

Poeta Pádua de Queiróz
BATURITÉ/CE 20.03.18
Com afeto e gratidão ao amigo Jorge Portela aluno do Curso de História da UECE(Universidade Estadual do Ceará)