04/01/2011

LAMPIÃO E MARIA BONITA - PÁDUA DE QUEIROZ

LAMPIÃO E MARIA BONITA E AS MULHERES DO CANGAÇO
Com aféto e gratidão para MARIA QUEIRÓZ
Pádua de Queiróz
Tenho São Miguel Arcanjo
Dentro do meu coração
Tenho força e alegria
Tenho a Santa Proteção
Tenho uma fé inesgotável
Minha mão magra e incansável
Sempre escreve Lampião.

Em mil novecentos e trinta
Em meados de Fevereiro
Lampião necessitando
Os serviços de sapateiro
Para concertar as cangas
E encomendar bugingangas
Apetrechos cangaceiros:

Apragatas, barbicachos,
Cinturões de cartucheiras,
Bruacas, chapéus e tiras,
Embornais e bandoleiras...
E mandou que Luis Pedro
Fosse de manhã bem cedo
Com mais dois da cabroeira.

Como estavam acampados
No raso da Catarina
Vendo os quimbembes velhos
Totalmente em ruinas
Aproveitaria o descanso
No cenário seco e manso
Naquela dura rotina.

E Luis Pedro Partiu
Naquele seco caminho
Ladeado por Cambaio
E por Vicente Marinho
Encomendar o serviço
E depois pagar por isso
Se fosse rápido e certinho.

O sapateiro escolhido
Diziam: tudo remenda!
Chamava-se, Zé de Neném
Seria dele a encomenda.
E Zé tinha em sua casa
Um lindo Anjo sem asa
Uma verdadeira prenda.

Seu nome, Maria Alina
Apelido, Maria de Déia
Que casada há oito anos
Sonhava com uma epopéia,
Coisa talvez ipossível
Pois seu marido insenssível
Desprezava essa idéia.

Só pensava em bater sola
Porque era seu ofício
E viver naquele Sertão
Já era um sacrifício
Sua mulher simplesmente
Já pensava diferente:
Aquilo era um desperdicio!

Homem era Lampião
Que combatia e dançava,
Em Carira e Sobradinho
E em Aquidabã mandava,
Bandido de coração nobre
Fiél protetor dos pobres
Que todo Sertão respeitava!
Luis Pedro, ouviu tudo
E contou pra Lampião
Que assim disse: meu compadre,
Com essa eu não bulo não
E toda mulher casada
Deve é ser respeitada
Não mudo de opinião!

E Luis disse: Vá lá,
Somente pro Senhor ver
Essa mulher que eu falo
Juro não vai esquecer,
Aquele rosto tão belo
Parece um Anjo singelo
Que no Sertão foi viver!

E continuou Luis Pedro:
O marido nem dá bola!
Ela até me confessou
Que a noite ele não consola,
Sua solidão de mulher
Porém se o Senhor quiser
Na estrada mete sua sola.

Lampião falou: seu cabra
Vamos deixar de conversa,
Não se fala mais no assunto
Eu não entro numa dessa
Tá na hora de dormir
Amanhã vamos sair
Mas pra ir buscar as peças.

No Raso da Catarina
O Sol nasceu diferente,
E depois de muito tempo
O Nordeste, sorridente.
Tudo então parecia
Que a Paz e a Harmonia
Triunfava novamente.

Com um uniforme impecável
Lenço em volta ao pescoço,
Perfumado e barbeado
Parecia até mais moço
Lampião apareceu
E com o jeito só seu
Ordenou sem alvoroço:

Compadre Luis vá chamar
Bem ligeiro, Beija-Flor!
Pensativo Luis disse:
Isso é mesmo o amor.
O nosso Rei a tardinha
Vai conhecer sua Rainha
E ele é merecedor!

E ao chegar na porteira
Da casa do sapateiro
Nem deu tempo desmontar
O chefe dos cangaceiros,
Quando apareceu cheirosa
A mais bela e mais formosa
Do Nordeste brasileiro.

Lampião adimirado
Nem queria acreditar,
Seria mesmo verdade
Ou estava a sonhar.
E sorrindo de contente
Viu ali na sua frente
O verdadeiro amor brotar.

Que, que Ma, Maria Bonita!
Ele falou gaguejando.
E lhe estendendo a mão
Num gesto comprimentando.
Era só felicidade
Que sem ter dificuldade
Rápido foi desmontando.

E pra sentar-se a sombra
Ela então o convidou,
E para ouvir a conversa
Até o tempo parou.
Maria falava tudo
E Lampião semi- mudo
Criou coragem e falou:

É verdade que você
Tem coragem de ír comigo?
Ela respondeu: vou sim,
E não temo o perigo.
E se o Senhor quiser
Eu serei sua mulher
E vou embora contigo!

Lampião disse: mulher
Casada que já tem dono...
Ela interrompeu dizendo:
Eu vivo no abandono.
Quero viver a seu lado
Como dois apaixonados,
Esse sim é o meu plano!

Dona Déia que estava
Espiando na janela,
Inspirou aliviada
Vendo sua filha tão bela
Ao lado de Lampião
Governador do Sertão
Totalmente escravo dela.

E convidou o casal
Pra ír comer na cozinha.
Enquanto Zé de Neném
O seu trabalho mantinha.
Com certeza receioso
Nem sentia o cheiro gostoso
Do queijo, café, farinha,...

Mesmo espiando tudinho
Que estava acontecendo
Zé de Neném só olhava
E a sola ía batendo.
Lampião despreoculpado
Por Maria apaixonado
Viu o Sol se escondendo.

Voltou para o acampamento
Mas antes disse a Maria:
Amanhã bem cedo eu volto
Antes do nascer do dia.
Você vai morar comigo
Vou enfrentar o perigo
Mas na sua companhia!

Nem bem o dia raiou
Lampião já estava lá,
Na porta do sapateiro
E antes de dizer, olá.
Maria veio correndo
E pra ele foi dizendo:
Eu não fico mais por cá!

Zé de Nenem que tomava
Seu mingal de Carimã,
Parecia um agricultor
Ouvindo o som da Acauã.
Enquanto lá fora a harmonia
Dos primeiros raios do dia
Embelezava a manhã.

Zé olhou para a janela
E falou com a vóz serena,
Até mesmo a escolta
De Lampião sentiu uma pena.
Maria, tu vai me deixar?
E Lampião, sem se importar
Partiu com sua pequena.

Porém deixou uma carta
Escrita com a própria mão,
Pra que todo mundo soubesse
Que ele não era ladrão,
Relatando que Maria
Foi pra sua companhia
Por sua própria opção.

Com uma grande festança
Lampião comemorou,
Xaxado, xote e polca
Naquela noite dançou,
Com sua Maria Bonita
Toda enfeitada de fita
Virgulino se Casou.

Já era nove da noite
A peitica e o bacural
Entretidos espiavam
De cima de um pé de pau.
Quando Lampião e Maria
De fininho escapulia
Para noite nupcial.

Com a entrada de Maria
Na rotina do cangaço
Quem possuisse mulher
Oficializasse os laços
Lampião deu o direito
A todos no mesmo leito
Ocupar o mesmo espaço.

Algumas eu tenho em mente
Eis aqui a relação:
Sila com Zé Sereno,
Maninha com Gavião,
Rosinha com Mariano,
Lídia com Zé Baiano,
E Leolina com Azulão.

Maroca com Mané Moreno,
Aldina com Paturí,
Catarina com Sabonete,
Dussanto com Alecrim,
E o tempo ía passando
E a tropa aumentando
Maria com Jurití.

Lilí com Moita Brava,
Veronquinha com Beija-Flor,
Entre tantas que aprenderam
A enfrentar o terror,
Mocinha mulher de Medalha
Não fugia da batalha
Defendendo o seu amor.

Foram mulheres que o amor
Moldou para aquele cenário
Neném foi de Luis Pedro,
Adília foi de Canário,
Dora foi de Arvoredo
E desconhecia o medo
Do cangaço ex-solitário.

Enfrentavam uma luta,
Não temiam uma abordagem...
Por isso a essa mulheres
Eu presto a minha homenagem.
Apesar da triste sorte
Muitas encontraram a morte
Mas morreram com coragem.

AUTOR: PÁDUA DE QUEIROZ
paduadebaturite@hotmail.com

02/01/2011

PÁDUA DE QUEIRÓZ

para VARNECI NASCIMENTO
que definiu com muita propriedade a literatura de cordel:
"....dificil de escrever, porém fácil de entender."


LAMPIÃO EM SERGIPE - 1929

No ano de vinte e nove
Virgulino, o Lampião
Provou porque era mesmo
"O Governador do Sertão"
Quando passou em Sergipe
Simplesmente, acredite
Sem disparar um rojão.

Com o seu grupo formado
De nove "cabras"valentes:
Volta Seca e Ezequiel,
Moderno e Arvoredo na frente,
Fortaleza e Gavião,
Zé Baiano,Gato e Mourão
Chegaram então de repente.

Lá na pequena Carira
E escreveu ao delegado
Felismino Dionisio
Mostrando ser educado
Pedindo autorização
Mas o delegado, em vão
Já havia se ausentado.

Seis soldados possuia
Todo destacamento
Da pequena Carira
Então naquele momento.
Mas somente dois ficaram
Os demais se debandaram
Fugindo daquele evento.

Quando Lampião ficou
Sabendo do acontecido
Elogiou a coragem
Dos soldados destemidos
E foi ele pessoalmente
Parabenizar,com presentes
Aos seus novos protegidos.

Porque um homem valente
Não se devia matar
Era preciso viver
No Sertão para honrar
A fama de "cabra macho"
Cabra de coragem e facho
Era pra cria botar.

E ali o povo sem medo
Foi conhecer Lampião
Que sob salva de palmas
De toda população
Seguiu meio desconfiado
O seu rumo intencionado
Sumindo na escuridão.

Pernoitou naquela noite
Na casa de um fazendeiro
Que acolheu sem protesto
O grupo de cangaceiros
Que de manhã bem cedinho
Rumou para sobradinho
Agradecendo ao "coiteiro".

Na entrada da Cidade
Sergipana, entrincheirou
Lampião todo o seu bando
E por um portador mandou
Um bilhete ao Intendente
Solicitando urgente
E assim ele relatou:

"Se quiser que eu entre em paz
Por favor venha até aqui.
Se não vier entro a bala
E acabo com tudo ai..."
A Cidade apavorada
Ficou com as mãos atadas
Tendo Lampião ali.

O Prefeito comunicou
Ao delegado a questão
Que respondeu:Tu tá doido,
Vá receber o Capitão!
O destacamento fugiu
No meio do mato sumiu
Com medo de Lampião!

Ele nem mesmo pensou
Duas vezes no assunto
Chamou o dito emissário
E com ele partiu junto
Para a entrada da Cidade
E disse sem autoridade:
O que queres,lhe pergunto?

Lampião, disse:Prefeito,
Me escute afinal.
Vocês diz que sou bandido
Mas não ando fazendo mal
A quem mal não me faz
Por isso fique em paz
E bote no meu embornal.

Vinte conto de réis
Somente pra me ajudar.
Que eu prometo Prefeito
Nenhum estrago causar,
A vida de Cangaceiro
Sem comer,bala e dinheiro
Não tem como se sustentar!

E o prefeito lhe alegou
Não possuir tal quantia,
O comércio enfraquecido
Com a seca que consumia.
E Lampião sem demora
Retroncou na mesma hora:
Também vivo essa agonia!

São quatorze anos de seca
Sendo nove de Cangaço,
Me dê ao menos seis contos
Não me cause embaraço.
Para tudo tem um jeito
Me ajude, seu Prefeito
E mal nenhum eu lhe faço!

E sairam em comissão:
O prefeito e o delegado,
O padre e o telegrafista
Em busca do solicitado.
Nos comércios e fazendas
Arrecadaram a renda
Conforme o estipulado.

A receber o dinheiro
Com muita satisfação,
Agradeceu comovido
Dizendo assim Lampião:
Eu sei que foi de bom grado
Por isso muito obrigado
Gente de bom coração!

E na madrugada partiu
Seguindo pra Aquidabã
Chegando nessa Cidade
Com o Sol da Alta manhã
Onde foi bem recebido
Nem parecia um "bandido"
Arrodiado de fã.

O prefeito e o juiz,
E o povo todo festeiro
Prestaram grande homenagem
Ao maior dos Cangaceiros,
Que rumou para Bahia
Levando como dizia:
"Coragem,bala e dinheiro!"

inn memória de PEDRO CHAVES PITOMBEIRA.

POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ

30/12/2010

MEU AMIGO VENTO

Obrigado irmão vento por me dar neste momento
este presente tão lindo.
Obrigado meu irmão por devolver-me a inspiração
que eu havia perdido.

Vou pedir poema a Lua e com a canção que é tua
vou compor um hino ao amor.
Ao amor e aos animais, as crianças e a paz
para espantar a dor.

A dor de um mundo sangrento, pois tu meu amigo vento
tu sabes do que eu falo agora.
Tu vagueias sem destino, sopra o rosto do menino
que abandonado chora.

Apague o fogo da terra aceso pela tal guerra
que divide a humanidade.
E espalhe este meu canto, ao negro, ao índio e ao branco
porque amar é liberdade.

E mostre também a harmonia que o nascer de um novo dia
nos proporciona sem imposto.
Vá meu amigo vento, não deixe que a dor e o tormento
molhe mais meu jovem rosto.

Autor: poeta Pádua de Queiróz.

O SOLDADO ATOR

AS PESSOAS ME PERGUNTAM
COMO SE EU FOSSE UM RÉU:
VOCÊ É CONTRA MILITARISMO
E POR QUE VIVE NUM QUARTEL?
EU RESPONDO: SOU ATOR!
SÓ ESTOU FAZENDO O MEU PAPEL.

E ME FAZEM MAIS PERGUNTAS
QUE ROUBAM MINHA ALEGRIA:
VOCÊ FALA EM IGUALDADE
E VIVE NA HIERARQUIA,
COMO PODE ALGUÉM VIVER
DO CONTRÁRIO QUE QUERIA?

EU RESPONDO: SOU ATOR!
E NÃO BRINCO COMO UM MENINO.
EU SÓ REPRESENTO UM ATO
DA PEÇA DO MEU DESTINO.

Pádua de Queiróz - do livro "PÁTRIA AMADA" - 1995

A PAZ


A PAZ



NÃO POSSO ESCUTAR A CANÇÃO QUE A BOMBA ENTOA

NÃO POSSO ACEITAR O SOFRIMENTO DE OUTRA PESSOA

NÃO POSSO VIVER NESTE MUNDO SANGRENTO E TRISTE

ENQUANTO EU NÃO ENTENDER, O POR QUE, QUE A GUERRA EXISTE.



EU JÁ FUI SOLDADO

E ARMADO APRENDI A MATAR

UM INIMIGO POSSIVEL

QUE INVISIVEL NÃO PUDE ODIAR.

HOJE SOU POETA

E POR CERTA NÃO SEI MAIS LUTAR

NÃO TENHO INIMIGOS

E OS AMIGOS ME ENSINAM A AMAR.



EU QUERO DIZER QUE A PAZ É AINDA MAIS IMPORTANTE

E QUE A ARTE É VIVER, MUITO MAIS DO QUE UM SIMPLES INSTANTE.

EU POSSO FAZER MEU IRMÃO SE SENTIR MAIS SEGURO

SEM NUNCA ESQUECER QUE A PAZ NOS GARANTE O FUTURO.



Pádua de Queiróz.

29/12/2010

PROFESSOR PINHEIRO - O AMANTE DA CULTURA

POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ E O ENTÃO VICE GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ PROFESSOR PINHEIRO - POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO CODEL "PROFESSOR PINHEIRO POESIA E GRATIDÃO"(MARÇO/2010)JÁCOME PASTORE(TV CEARÁ), POETA PÁDUA DE QUEIROZ, PROFESSOR PINHEIRO(VICE GOVERNADOR) E O DIRETOR DA TV FORTALEZA.

Poeta Pádua de Queiróz






Um certo amigo me disse


e eu fiquei pensando bem


o futuro a gente faz


se apostarmos em quem


sabe dizer sem demora


o valor que o voto tem.






Sou poeta e eleitor


e vou dar minha opinião


Jácome Pastore, amigo


eu sei você tem razão


Porque só caça com gato


quem não possue um cão.






Por isso não vendi meu voto


e não troquei com ninguém


apostei no professor


que de cór sabe também


que o poder da decisão


no dia da eleição


é o valor que o voto tem.






Com o professor Pinheiro, eleito deputado estadual, ouvi do poeta Herminio campos o seguinte comentário:" poeta Pádua de Queiróz, agora a nossa cultura popular, já tem representatividade na assembléia lesgislativa, nome melhor poderia haver." Ainda conversando com meu amigo e colega poeta falei ainda: "imagine, poeta se o "homem" fosse secretário da cultura."


Deus com toda certeza estava ouvindo aquela nossa conversa, porque no dia seguinte o PROFESSOR PINHEIRO foi nomeado como o novo SECRETARIO DA CULTURA DO ESTADO CEARÁ. com toda certeza, agora teremos vez, voz e grafia. PARABENS PROFESSOR PINHEIRO!!!

O PAI DE UM NOVO DIA


Quem traçou a linha do horizonte,
Dividindo assim o Céu e o mar?
Quem acendeu o Sol tão escaldante,
Que ao nascer dar mais vida ao meu lugar?
Quem guia perdido Navegante,
Que num Porto seguro deseja atracar?
Quem inspira o poeta nesse instante,
Para em versos e prosas perguntar:
Quem é este ser tão importante,
Que nos fez tão somente para amar?


Fez o amor,
E do amor ele fez a vida
E da vida fez a PAZ e a HARMONIA.
Mas será que exista quem duvida
Que DEUS É O PAI DE UM NOVO DIA?

autor: Pádua de Queiróz


Desejo de todo coração a todos aqueles que me ajudaram e continuam me ajudando, nesta lida maravilhosa de escrever poesias, um FELIZ 2011, repleto de realizações... pense em tudo o que é bom, e tudo o que é bom se realizarar.
FELIZ ANO NOVO, MINHA MARIA QUEIRÓZ!!!

PRECE A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - PADROEIRA DO BAIRRO VILA MANUEL SÁTIRO

* Letra de música composta por PÁDUA DE QUEIRÓZ - exclusivamente para a festa da padroeira no Bairro de Vila Manuel Sátiro, em Fortaleza.... Sucesso absoluto!!!

PRECE A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ
Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe da gente
Hoje eu canto alegremente
E eu vou dizer porque:
Não tenho medo de seguir o meu caminho
Porque eu nunca estou sozinho
E confio em Você.
Felicidade, hoje mora em meu peito
Com você tudo é perfeito
Minha fé é grande assim
Faz muito tempo eu ainda era criança
Que eu tenho a confiança
Que Você cuida de mim.
Salve Rainha, Avé-Maria me proteja
Sob o teto dessa igreja
Minha casa de oração.
Onde eu espero minha Graça alcançar
Diante de seu Altar
Eu peço por meu irmão,
Que agora vive por aí abandonado
Pelas DROGAS escravizado
Sem saber que seu amor
Também liberta, porque foste MÃE DILETA
De Meu Mestre, Meu Profeta,
Meu JESUS, Meu Salvador!
Nossa Senhora das Graças
Eu levo no coração.
E minha Comunidade
Tem a sua proteção.

16/04/2010

REDE BAHIA REVISTA DIA 18 DE ABRIL - JONY TORRES SOBRE LITERATURA DE CORDEL

Uma reportagem de Jony Torres sobre Literatura de Cordel vai ser exibida neste domingo, 18 de abril, no programa "Rede Bahia Revista". Horário: às 23h30 (logo depois do seriado "SOS Emergência"). Entrevistados: Bule-Bule, Antônio Barreto, Leandro Tranquilino, Jotacê Freitas e Wladimir Cazé

22/02/2010

CARNAVAL DE SALVADOR

CARNAVAL DE SALVADOR

Antonio Barreto, cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.

Dei uma de jornalista
Em Salvador da Bahia
E fui consultar o povo
Pra comentar a folia
Que se chama Carnaval
Uma festa cultural
Que declina a cada dia.

Busquei a neutralidade
Sem fazer intervenção
Apenas eu transformava
Com muita dedicação
Tudo em versos de cordel
E anotava no papel:
Conforme vocês verão:

— O carnaval tá careca
E fingindo que tem trança !
Muitos a ganhar dinheiro
Engordando sua poupança
E o pobre do folião
Precisa de um dinheirão
Pra poder entrar na “dança”.

— O carnaval era público
Porém tornou-se privado.
Toda a espontaneidade
Acabou-se com o mercado
De gente gananciosa
Prepotente e vaidosa:
Um esquema bem fechado.

— Hoje o clima é de apartheid
Feito o Muro de Berlim.
De um lado o povo simples
E do outro Camarim:
Criação de uma elite
Que passou a dar palpite
E fazer coisa ruim.

— Agora ninguém me engana:
Já não podemos pensar
Neste Carnaval baiano
Como festa popular
Já que a praça, que é do povo
Tem agora um “Kartel novo”
Pra excluir, pra faturar !

— Já existe fazendeira
Empresário, explorador
Donos de rede de hotel
Gente vil, bajulador
Matando essa bela festa
Que o mundo inteiro atesta:
Carnaval de Salvador.

— No Recife prazenteiro
Não tem corda ou escravidão.
Ninguém paga pra brincar
Lá quem manda é o folião
Mas aqui em Salvador
Não há ética nem pudor:
Tudo é privatização.

— Os artistas e empresários
Que comandam o carnaval
Eu não vou citar os nomes
Dessa prole tão banal
Figuras tão conhecidas
Porém não comprometidas
Com o lado social.

— Em perfeito e alto astral
Fico com Moraes Moreira
Artista conceituado
Que enxergou a baboseira:
A ganância, a hipocrisia
Dessa gente da Bahia
Prepotente e ‘aberteira’.

— Vai morrendo a tradição
Da nossa rica cultura
Pouco a pouco os blocos-afros
Caem na “rua da amargura”
Porque a força do mal
Que comando o carnaval
Já domina a Prefeitura.

— O empresário fatura
Sem visar o social.
Já criou-se um apartheid
Nesse belo carnaval
Que em vez de ser do povo
Já pertence a esse novo
Megaesquema industrial.

— Na perda da tradição
Lá se vão o afoxé,
O sambinha, o ijexá,
A magia, o candomblé
Que perderam seu espaço
Para o tal do “pagodaço”
E a elite do axé.

— Logo eu estarei em Marte
Longe de tanta artimanha.
Veja agora que o Rei Mono
Não precisa ter mais banha !
O processo é político
De prefeito paralítico
Que só pensa em barganha.

— Cada um compra seu “lote”
No circuito Barra-Ondina
Monopolizando espaço
Que logo terá piscina !
Camarotes suntuosos
Dos artistas vaidosos
Cuja luz não me fascina.

— Aumentando a hipocrisia
Criaram os tais “cordeiros”
Pessoas submetidas
Aos blocos de interesseiros
Que fazem do pobre: escravos
E lhes dão alguns centavos
Para serem seus obreiros.

— Quem ousar cortar o mal
Da Máfia pela raiz
Logo será destruído
Vai ser mais um infeliz
Pois o “plano” é muito forte:
Eles sabem dar o corte
Porque são pessoas vis.

— Muitas cenas de mau gosto
São vistas à luz do dia
Em cima dos Camarotes
Onde rola a mordomia
Das grandes “celebridades”
As famosas “majestades”
Do Carnaval da Bahia.

— Mas também há folião
Que não tem discernimento
E acaba endeusando
Certo bando de ‘jumento’
Que faz música sem critério
Só leva o dinheiro a sério
Visando enriquecimento

— Cadê a preservação
Da cultura africana
Que muito contribuiu
Pra essa festa baiana?
Perdemos nossa beleza
E o critério, com certeza
Por causa da ratazana.

— Na voz dos ‘grandes artistas’
Desse nosso carnavá
Essa estória de dizer:
“ onde tem povo tô lá”:
Isso é mentira pura
Eles vão pela usura
De ganhar muito bambá !

— As ruas e avenidas
Estão sendo dominadas
Por blocos e trios elétricos
Das estrelas ”endeusadas”.
E os afoxés da gente
Raiz afrodescendente
Desfilam nas madrugadas.

— Não me venham com lambança
Ainda sou pipoqueiro
Folião independente
Não quero ser chicleteiro.
Tenho cérebro, não sou besta
(segunda nunca foi sexta !)
Tampouco sou pagodeiro.

— E da forma que prossegue
Essa louca trajetória
No futuro não se assuste
De um Carnaval sem glória
Que ficará registrado
E muito pouco lembrado
Nas páginas da nossa história.

— Os empresários têm manha
Pra matar a tradição...
Antes era o Carnaval
Festa da população
Hoje é tudo demarcado
Pelo tal Poder Privado:
Que se lasque o folião !

— Gosto mesmo é de Gerônimo
Tapajós, Ilê, Missinho
Luiz Caldas, Olodum
Dez mil vezes Armandinho
Botando pra rebentar
Trilhando Dodô e Osmar
Com Aroldo, André e Betinho.

— Sou Muzenza, Sarajane
A Mudança do Garcia
Filhos de Gandy, Ara Ketu
Walter Queiroz: poesia !
Apaches e muito mais:
Carnaval de glória e paz...
Quem jamais esqueceria ?!

— Só queria um por cento
Da riqueza de Guanaes
De Sangalo, de Chiclete
Etecéteras e tais...
Êta indústria de dinheiro
Deste Carnaval fagueiro
Alienante demais !

— 60 anos de Trio
Nós precisamos louvar
Porque os nossos heróis
Chamados Dodô e Osmar
Tão chorando lá no céu
Diante do escarcéu
Que acabaram de instalar.

E aqui Barreto encerra
Esses versos de cordel
Desejando que essa Festa
Tenha mais sabor de Mel
E a praça do povão
Volte a ter animação
Sem a onda do “Kartel”” !

FIM

Salvador, Carnaval de 2010

30/09/2009

ACONTECEU! A PALESTRA FOI UM SUCESSO E EM DOSE DUPLA!

No último dia 29 de setembro de 2009, segui de Fortaleza para Baturité, minha cidade natal.
O coração acelerado só de pensar que iria rever minha cidade natal.
Ufa!!!! Suor, inquietação...
O tempo todo na estrada foi esse desabafo e essa inquietação (risos).
Finalmente cheguei a Baturité (estação de Putiú). Logo veio as lembranças maravilhosas dos anos em que vivi em Baturité. Infância, juventude, adolescência, enfim...
Aquele ar puro, aquela serra lá longe. A casa de meus avós. Que felicidade de retornar a minha terra natal.
Como poeta que sou, veio logo em minha mente a letra da música de Roberto Carlos "O Portão" que diz mais ou menos assim:
"... Eu voltei, aqui é meu lugar..."
...
Tudo estava igual
Como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei
E voltei!...
A palestra do liceu de Baturité, foi melhor do que esperado. Ocorreu tão bem, que fui convidado para uma segunda sessão na parte da tarde. Dobradinha.
Somente a juventude daquela cidade poderia me proporcionar tamanha satisfação.
Logo disponibilizarei o relatório mais completo, porque senão não a palestra a tarde poderá se atrasar .

17/09/2009

HOMENAGEM AO CORDELISTA BAIANO, ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA BARRETO

Devemos sempre prestigiarmos nossos cordelistas brasileiros. Nós cordelistas devemos sempre estarmos unidos para fortalecer nossa cultura brasileira.

Na atual situação política em que passa o Brasil, Antonio Carlos de Oliveira Barreto, natural de Santa Bárbara no estado da Bahia, escreveu recentemente a literatura de cordel que retrata um pouco da nossa política, com o título "José Sarney último coronel à moda antiga".

De muita qualidade seu trabalho e assim Pádua de Queiróz presta esta homenagem.


contato com Barreto através dos endereços:
acobar@bol.com.br; abarretocordel@hotmail.com
http://www.barretocordel.blogspot.com/

08/09/2009


Esse selinho dedicado ao Blog Padua de Queiroz, Cordel e Arte simplesmente é muito gratificante.

Sabemos que nos esforçamos muito para manter um blog com coisas boas, porque outros asfazeres nos prende. Mas ainda assim eu adoro o Blog Padua de Queiroz e o Toca das Informacoes que está sempre dando a maior força. Como principiante na blogsfera, vou inserir o selinho e dedicar a todos os blogueiros e agradecer a http://tocadasinformacoes.blogspot.com
.

31/08/2009

HOLOCAUSTO JUDEU

HOLOCAUSTO JUDEU - POR PÁDUA DE QUEIRÓZ

In memória de todos que pereceram nos campos de concentração
antes, durante e depois da Segunda Grande Guerra.


Vou fazer um estudo detalhado
Pra você compreender a minha dor.
É dificil para um limitado escritor
Relatar essa cena triste do passado...
Já estou com meus olhos encharcados
Com uma vontade imensa de chorar,
Minhas mãos estão querendo fraquejar
Só porque fui mexer nessa história,
Mas não é justo apagar a memória
De quem morreu sem ter chaces de lutar.

Toda vida que existe no planeta
Nós sabemos que somente a Deus pertence,
Numa guerra só o bem no final vence
Sem canhão, sem fuzil e sem baionêta...
Foi assim que aconteceu com o Capêta
Na extraordinária Batalha Celestial,
Quando os Anjos do bem veceram o mal
sob o comando do Arcanjo São Miguel,
Lúcifer foi expulso lá do Céu
E decadente transpôs triste o Umbral.

Essa crença da Batalha lá no Céu
É o primeiro registro de uma guerra,
Lúcifer, derrotado hoje erra
Envenenando a mente do incréu,
Ser humano que é figura mais fiel
de Deus Pai, Onipotente e Criador.
Mas persistente o principe do terror
Sem matéria utiliza o Ser humano,
Pre ferir Deus Eterno e Soberano
Sempre avesso a paz e ao amor.

Á Alexandre deu a Falange Invencível
E a César uma Legião de Sanguinários,
À Gêngis Khan um poder extraordinário
Em sua conquista expansionista tão incrível...
E essa força tão maléfica e invisível
Nunca vence e mesmo assim nunca desiste,
Só se alegra quando ver o mundo triste:
Seus ditadores ditando à própria sorte,
Combatentes se entregando para a morte
Que impiedosa leva tudo o que existe.

Quando o mundo ainda se recuperava
Da primeira e sangrenta grande guerra,
Na Alemanha, diziam que na Terra
Todas as raças o Ariano suplantava...
Em Wansee, um nazista maquinava
A mais louca e macabra perversidade,
Nem os Bárbaros e suas barbaridades
Que venceram Roma e seus Generais,
Foram assim, tão lunáticos e irracionais
Naquela fase histórica da humanidade.

Quem não fosse Ariano natural
Ou germânico como queira entender,
No Espaço Vital para viver
Era impossível e Inconstitucional...
Seu lider dizia que o grande mal
Era viver com essas raças inferiores:
Judeus e Eslavos não tinham valores
E não possuiam nada de bom,
Discursava ele em alto e forte tom
Iniciando seus planos de horrores.

Os sindicatos foram todos suprimidos
Criando então uma frente trabalhista,
Partido político, somente o NAZISTA
Os demais foram extintos e perseguidos,
O culto cristão foi então substituído
Pelo culto à tal raça Ariana,
Mas a atitude mais cruél e desumana
Praticada por esse lider louco alemão,
Foi de todas autorizar a construção
De fábricas pra ceifar vidas humanas.

Essas fábricas construidas, meu irmão
É o motivo maior de minha dor,
O Ariano concentrava o terror,
O abandono, o medo e a inanição...
Era o fim de quem não fosse alemão
Ou que fosse homossexual ou rebelado,
A maioria eram Judeus que maltratados
Naqueles campos tinham sempre o mesmo fim,
Tal qual dito na CONFERÊNCIA DE WANSEE
Quando o genocídeo foi oficializado.

Com a oficialização da SOLUÇÃO FINAL
O holocausto era a única solução:
Os prisioneiros morreriam de exaustão
Naqueles campos dominados pelo mal,
Onde os nazistas de uma forma natural
Se orgulhavam daquele crime praticado,
Alguns prisioneiros seriam dissecados
Ainda vivos para estudos, sem piedade,
Por Josef Mengelle, que na verdade
Era por Anjo da Morte apelidado.

O processo era perfeito tecnologicamente
Descreverei aqui, esse terror tamanho,
Eram informados que iriam tomar banho
E em filas conduziam aquele pobre gente...
Fechavam as portas herméticamente
Para que ninguém tentasse fugir,
Dos chuveiros começava então sair
Um venenoso e mortífero gás letal,
Em AUSCHWITZ, em um só dia era normal
Vinte mil vidas deixarem de existir.

Eu agora pergunto sem ter medo,
Mas será que alguém vai me responder?
Onde estava o Papa e seu poder
Que em Roma assistia tudo em segredo?
Por que não interferiu no enrêdo
Para socorrer aquele povo Judeu?
Como pode um representante de Deus
Se omitir ante um fato alarmante?
Como pode deixar seu semelhante
Pagar por um crime que não cometeu?

Mas os alemães que se julgavam imbatíveis
Conheceram sua primeira grande derrota,
Os russos, em Stallingrado fecharam a porta
Realizando feitos quase que impossíveis...
Na Normandia proezas tão incríveis
Os aliados em um único dia realizaram,
Em Berlim, os nazistas se acantonaram
Sob o fogo das tais raças inferiores,
que mostraram aos Arianos seus valores
Que humilhantemente se entregaram.

Eu não pretendo esquecer o que passou
Pra não deixar este caso impunimente,
O Holocausto que ceifou vidas de gente
É o mais triste exemplo que ficou...
Auschwitz, Dachaw, Treblinka e Sobibor
São lugares que jamais vou esquecer,
Se na época o maior crime era viver
vou viver nestas linhas este passado,
E com meu povo bastante envergonhado
Que prefere olvidar pra não sofrer.

Se você prefere esquecer tal fato
Eu prefiro lembrar aquele povo,
Pra não mais acontecer de novo
A imagem bizarra do retrato...
Seres humanos vivendo como ratos
Sem aféto, abrigo ou algo mais,
Ainda hoje, meu irmão, há quem faz
Seu semelhante sofrer a mesma dor,
É por isso que eu digo sem temor:
RECORDAR É PRECISO, PARA A PAZ.

PÁDUA DE QUEIRÓZ
FORTALEZA, 28/08/2009



PADUA DEQUEIRÓZ - CORDEL POR ENCOMENDA
ME CONTE A SUA HISTÓRIA QUE EU A ESCREVO
NUMA LINGUAGEM SIMPLES E GOSTOSA DE SE OUVIR.
RUA AMÉRICO ROCHA LIMA, 535 - VILA MANUEL SÁTIRO
FORTALEZA - CEARÁ
CEP:60713 - 240
TELEFONE P/CONTATO:85.87924575

18/07/2009

O BARBEIRO DE CHAGAS

O mais novo cordel de Pádua de Queiróz foi feito em homenagem ao Centenário da Descoberta da Doença de Chagas. Vejam o resultado da publicação.









(clique em cima da imagem que ampliará)
Cordel escrito exclusivamente para o Projeto Ciência na Estrada Educação e Cidadania, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz na Bahia ciencianaestrada@bahia.fiocruz.br

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O BARBEIRO DE CHAGAS

Triatoma Infestans
É o meu nome verdadeiro
Mas tenho várias alcunhas
Por esse Brasil inteiro
Bicudo, Procotó, Fincão
Chupança ou mesmo Chupão
Sou o famoso barbeiro.

Por isso eu peço a você
Que leia com atenção
Este trabalho importante
Para a sua orientação
A minha existência propaga
A tal doença de Chagas
Que aflinge a População.

Vou começar essa história
Recordando o passado
Para você no presente
Ficar melhor informado
Para viver no futuro
Se sentindo mais seguro
Saudável e desassombrado.

No Instituto de Manguinhos
Oswaldo Cruz já havia
Erradicado várias doenças
Com as pesquisas que fazia
E já era naquele tempo
Referência e exemplo
De um país que evoluía.
1
Caminhando lado a lado
Com a Ordem e Progresso
Desbravando os Sertões
Vislumbrando o sucesso
Na construção de uma Ferrovia
Algo estranho acontecia
E vou relatar em meus versos.

Os operários da Obra
Sabiam que já não dava
Trabalhar sob a ameaça
Da malária que ceifava
A vida de quem vivia
Na área da ferrovia
Que aos poucos avançava

A malária é uma parasitose
Transmitida pelo mosquito
E também tem vários nomes
Que eu acho esquisito
É paludismo, é maleita
E pra acabar esta desfeita
Procuraram um perito.

Porque existia um homem
Capaz e extraordinário
Para diagnosticar o mal
Que maltratava os operários
Oswaldo cordialmente
Prometeu aquela gente
O que fosse necessário
2
Oswaldo Cruz confiante
Pensou: agora é a vez
Do amigo Carlos Chagas
Que em Mil Novecentos e três
Conseguiu seu doutorado
Após ter demonstrado
Discernimento e sensatez.

Seu Mestre o conhecia
E com muita confiança
Lhe confiou esta empreitada
Como faz uma liderança
E para o Rincão Mineiro
Carlos Chagas, prazeteiro
Partiu cheio de esperança.

Em Mil Novecentos e Sete
No histórico lugarejo
Lassance, Minas Gerais
Ambiente sertanejo
Alojou-se num vagão
Seu Lar a partir de então
Onde mostrou seu desejo.

Mesmo longe da família
E do aconchego do Lar
Seu desejo e pensamento
Somente era Trabalhar
Carlos Chagas aplicado
Logo viu o resultado
De seu trabalho brotar.
3
Em sua faxina diária
Higienizava o ambiente
Tratava de várias pessoas
Que apareciam doentes
Mas ao notar um raro sintoma
Foi fazendo a sua soma
Onde chegou simplesmente.

A essa feliz conclusão
Carlos era mesmo esperto
Notou que muitos chegavam
Picados por um inseto
Bem maior que um mosquito
Porem muito esquisito
Com certeza estava perto.

Catalogou minha espécie
Estudou minha rotina
Porque ele tinha certeza
Que eu causava a ruína
Pra FIOCRUZ fui enviado
Com perícia dissecado
E veja só que Triste Sina.

Acharam em meu intestino
Um tipo de PROTOZOÁRIO
Um ser vivo microscópico
De hábitos parasitários
Eu era um simples vetor
E não o maior causador
Da doença dos operários.
4
E de Trypanosoma cruzi
Carlos Chagas batizou
Em homenagem aquele
Que um dia lhe confiou
Essa intricada missão
Naquele distante Sertão
Que com coragem abraçou.

Em Mil Novecentos e Nove
Uma menina doente
Chamada Berenice
Foi a primeira paciente
A Carlos Chagas apresentada
E carinhosamente tratada
Por ele pessoalmente.

E dividiu a doença
Causada pelo parasita
Em fases, aguda e crônica
Como um bom parasitologista
Diagnosticando a tempo
Facilitando o tratamento
Dessa doença esquisita.

E notou que a fase aguda
Poderia ser tratada
Enquanto a fase crônica
Não podia fazer nada
A não ser a prevenção
Como única solução
Ou melhor, uma caçada.
5
A mim que chupo sangue
E que durmo o dia inteiro
E saio somente a noite
Como faz um bom Barbeiro
Que mora em todos lugares
Casas de tijolos e lares
De pau-a-pique e galinheiro.

Naqueles tempos passados
Onde tudo era absurdo
Carlos Chagas publicou
Este seu brilhante estudo
Seu trabalho redobrado
Hoje em dia é um legado
Para o Brasil e o mundo.

Não recebeu o Premio Nobel
Conforme foi indicado
Mas a sua descoberta
Foi a soma do resultado
De uma mente brilhante
Com um trabalho incessante
De alguém capacitado.

As pesquisas avançaram
Conforme passaram os anos
E como reconhecimento
A este médico Sul-Americano
Em homenagem ao doutor
Que mostrou o seu valor
E respeito e ao ser humano.
6

7
Chamaram doença de Chagas
Este mal que tenho em mim
Mas não é minha picada
Que faz o homem ter fim
E sim as fezes que eu deixo
No rosto de quem eu beijo
Que adoece mesmo assim.

Hoje, Cem anos depois
Eu ando mais prevenido
Já não ataco somente
O pobre desprotegido
Vitimo a todo momento
Quem mora em apartamento
Quando eu sou atraído.

Para lugares que gosto
De fazer minha moradia
Frestas de paredes ôcas
Ou móveis sem serventia
Em todo lugar que eu chego
Já faço o meu aconchego
E minha prole se cria.

Lá em Santa Catarina
E em Belém aconteceu
No preparo de alimentos
Um Barbeiro primo meu
Foi sem ser percebido
Com cana e açaí moído
E muita gente adoeceu.
8

9
É importante lembrar
Que a FIOCRUZ hoje faz
O mesmo trabalho que outrora
Carlos Chagas foi capaz
Do Rio até Salvador
Vigilantes a esse vetor
Não dão trégua e nem paz.

A exemplo da Bahia
Que eu tenho o conhecimento
Pesquisam nessa doença
Testando medicamentos
O trabalho suplanta a morte
E eu sinto a minha sorte
Se esvaindo no momento.

Só recebe homenagem
Quem trabalha, quem merece
E quem não tem competência
Nem mesmo se estabelece
O bem com o bem se paga
E eu sei que CARLOS CHAGAS
O Brasil jamais esquece.

Um dia na FRIOCRUZ
Ainda ponho minhas patas
Como o último Barbeiro
Que teve a missão ingrata
De ser o único vetor
Fiel e proliferador
Desse mal que tanto mata.

Pádua de Queiroz – 14/03/2009
http://paduadequeirozcordelearte.blogspot.com

SOBRE O AUTOR:
Nada melhor do que o “Barbeiro de Chagas” para contar sua trajetória. Pádua de Queiróz, natural de Baturité – Ceará. Compositor, poeta e cordelista. Por ter reconhecido que a literatura fazia parte de sua vida, dedicou-se a escrever tronando-se um grande cordelista. Possui inúmeros cordéis abordando temáticas variadas, tendo como clássico “Os Quinze e Outras Conquistas”, em homenagem a Raquel de Queiróz e “Quem Acendeu Lampião”, um estudo sócio-político do nordeste brasileiro, na época “CANGACERÍSTICA”.
Faz palestra, compõe músicas e cordel por encomenda. Pádua tem em mente que, o que torna um poeta de coração vivo, é o reconhecimento dos seus trabalhos.
HTTP://paduadequeirozcordelearte.blogspot.com

CAPA E ILUSTRAÇÕES;

Ângelo Roberto, nascido em Ibicaraí (Ba), é cidadão Soteropolitano com título agraciado pela Câmara Municipal de Salvador. Cursou a Escola de Belas Artes da UFBA, sendo artista plástico mestre no bico-de-pena, além de dominar as técnicas de desenhos para cartoons e caricaturas. Autor de dezenas de capas de livros, ilustrador de jornais e revistas, realizou inúmeras exposições na Bahia, no Brasil e no exterior, mais recentemente em Lisboa, na “Casa da América Latina e na Universidade de Coimbra.

Distribuição gratuíta

paduadequeiroz@gmail.com
padua.dequeiroz@hotmail.com
(85)87924575

15/07/2009

VALDEMAR CARACAS - O PIONEIRO

VALDEMAR CABRAL CARACAS - O PIONEIRO


NASCI EM CIMA DA SERRA
ONDE CANTA O VERDELINO
E CRESCI FAZENDO VERSOS
COM TEMAS BEM NORDESTINOS
SOU AMANTE DA HISTÓRIA
E PRESERVAR A MEMÓRIA
É MINHA META E DESTINO.

APESAR DE SER COSTUME
CULTIVADO NO BRASIL
QUE SOMENTE HOMENAGEIAM
MORTOS QUE A PÁTRIA SERVIU
EU QUERO FALAR DA VIDA
INTENSAMENTE VIVIDA
DE QUEM FEZ E CONSEGUIU.

VALDEMAR CABRAL CARACAS
É MEMÓRIA VIVA DA GENTE
POR ISSO PRESTO HOMENAGEM
NAS LINHAS DE MEU REPENTE
A ESTE CABOCLO SERRANO
EM SEUS CENTO E DOIS ANOS
QUE COMPLETA NO PRESENTE.

01

É UM GRANDE CEARENSE
E NÓS TEMOS A OBRIGAÇÃO
DE FALAR A TODA HORA
DE LEMBRAR SUA ATUAÇÃO
NO ESPORTE E NA POLÍTICA
O PIONEIRO CRONISTA
CUMPRIU BEM SUA MISSÃO.

ERA NOVE DE NOVEMBRO
DE MIL NOVECENTOS E SETE
QUANDO TUDO COMEÇOU
E AGORA A MIM COMPETE
FAZER UM RÁPIDO RESUMO
E PRA NÃO PERDER MEU RUMO
PESQUISEI NA INTERNET.

E ENCONTREI SUA HISTÓRIA
PARA A MINHA ALEGRIA
DESDE O PRIMEIRO ENDEREÇO
ATÉ A ATUAL MORADIA
POR ISSO PRESTE A ATENÇÃO
PARA ESTA NARRAÇÃO
QUE EU FAÇO EM POESIA.

02

NA PEQUENA PACOTI
NASCEU O GRANDE VALDEMAR
LÁ NO SÍTIO PAU DO ALHO
SEU BERÇO E PRIMEIRO LAR
E POR FALAR EM PRIMEIRO
OS SEUS FEITOS PIONEIROS
É O QUE EU PRETENDO FALAR.

O SEU PRIMEIRO EMPREGO
NA SAUDOSA R.V.C
NÃO TINHA QUINZE COMPLETO
MAS QUERIA APRENDER
COMEÇOU SUA LABUTA
TRANSFORMANDO SUA LUTA
EM EXEMPLO DE VIVER.

COM A MENTE CRIATIVA
DE VEZ EM QUANDO ESCREVIA
VERSOS E ATÉ PARÓDIAS
TRANSMITINDO ALEGRIA
PARA TODOS OS SEUS AMIGOS
MAS RECEBEU UM CASTIGO
APÓS COMPOR CERTO DIA.

03

UMA PARÓDIA BRINCANDO
E SEU CHEFE ERA O ENREDO
VAlDEMAR CARACAS QUASE
QUE PERDEU O SEU EMPREGO
E POR CONTA DA BRINCADEIRA
FOI ENTÃO DESSA MANEIRA
TRANSFERIDO SEM SEGREDO.

PARA UMA AGITADA CIDADE
DO INTERIOR DO CEARÁ
ONDE CANGACEIROS CRUÉIS
ERAM FÁCEIS DE ENCONTRAR
VALDEMAR ERA OBRIGADO
A ANDAR SEMPRE ARMADO
PRA SUA VIDA PRESERVAR.

ERA UM TEMPO DE ALVOROÇO
NA CAPITAL E NO SERTÃO
NO SERTÃO ERA O CANGAÇO
NA CAPITAL REVOLUÇÃO
EM MISSÃO VELHA ELE ESTAVA
ATENTO E NÃO VACILAVA
PROS CABRAS DE LAMPIÃO.

04

E ESSE PERÍODO DE SERTÃO
LOGO FICOU PARA TRÁS
VALDEMAR CARACAS AINDA
ERA UM BELO E JOVEM RAPAZ
E NA CAPITAL FORTALEZA
MOSTROU COM MUITA FIRMEZA
O QUE ELE ERA CAPAZ.

COMO SEMPRE ERA O PRIMEIRO
EM SUA VIDA TÃO ATIVA
NA CEARÁ RÁDIO CLUBE
FOI NA CRÔNICA ESPORTIVA
REPORTER E COMENTARISTA
DESTACADO NOTICIARISTA
DE GRANDE PERSPECTIVA.

FOI TAMBÉM CORRESPONDENTE
DE JORNAIS DE OUTRO ESTADO
AINDA NOS ANOS TRINTA
DEIXOU PRA NÓS SEU LEGADO
AO COLOCAR SUA MÃO
NA HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO
DO FERROVIÁRIO AMADO.

05

POLÍTICA EM TRINTA E NA SEIS
FOI ELEITO VEREADOR
MAS O GOLPE MILITAR
O SEU MANDATO CASSOU
E A DITA DITADURA
NAQUELA ÉPOCA OBSCURA
CONTRA O POVO SE POSTOU.

NO ANO DE QUARENTA E CINCO
SAGROU-SE ENFIM CAMPEÃO
DO FUTEBOL CEARENSE
COMANDANDO O SEU FERRÃO
E SOMENTE ESSE GUERREIRO
QUE NASCEU PRA SER PRIMEIRO
PODERIA SER ENTÃO.

COMANDANTE DE ZÉ DIAS,
CARANGEJO E BENEDITO,
DONDOCA,CHINÊS E OSVALDO
E VENCEU POR JOGAR BONITO
TOINHO SEGUNDO E ARACATÍ
CHARUTINHO,ALMEIDA E PIPÍ
ERA O ESCRETE FAVORITO.

06

VENCEU FÁCIL O MAGUARY
TRÊS A UM FOI O PLACAR
DEU DE QUATRO NO FORTALEZA
SÓ NÃO DEU NO CEARÁ
POR QUE ESTAVA AFASTADO
OU SERIA DERROTADO
PELO FERRIM DE VALDEMAR.

SEU VALDEMAR FOI PIONEIRO
NA LUTA SOCIALISTA
O PSB HOJE É FRUTO
DE SUA VIDA E CONQUISTA
EM QUARENTA E SETE FUNDOU
O PARTIDO QUE SONHOU
PRA BANCADA CONGRESSISTA.

VALDEMAR CARACAS É DE PAZ
E VIVE COM FELICIDADE
EM SUA VIDA TÃO VIVIDA
LUTOU PELA LIBERDADE
SEU VALDEMAR EU SÓ PEÇO
QUE ACEITE OS MEUS VERSOS
FEITOS COM SIMPLICIDADE.

07

POÉTA PADUA DE QUEIROZ

Padua.dequeiroz@hotmail.com
paduadequeirozcordelearte.blogspot
30/12/2010

Poeta Pádua de Queiroz,é natural

Poeta Pádua de Queiroz,é natural
De Baturité,Ceará
Este poeta,através de sua arte, já faz
Parte da história da nossa gente.
A história contada por esse poeta, é uma viagem no tempo.
Eu já li O 15 E OUTRAS CONQUISTAS, A MARAVILHOSA HISTORIA DA AVIAÇÃO, A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL, O JUMENTOCÍDEO, QUEM ACENDEU LAMPIÃO?, O INDIGENISTA, ALMIRANTE TAMANDARÉ, TRAIDORES E TRAÍDOS.
Entre outros, que me apresentaram.
Personagens brilhantes como, Rachel de Queiroz, Alberto Santos Dumont, Leandro Gomes de Barros, Luiz Gonzaga Virgulino Ferreira da Silva, Jeovah Mendes, Joaquim Marques Lisboa, e tantos vultos de nossa história que agora em nosso tempo vivem esqueci-dos. Mas a poesia de Pádua de Queiroz vem com o propósito de resgatar a memória e os feitos de quem fez da própria vida uma lição de vida.

MARIA MARLI – POETISA CEARENSE

14/07/2009

Poesias de autoria de Lourde Neves Cúrcio

Lourdes já deu um pontapé no nosso blog, abrindo seu coração, enviando poesias para que publicassemos.
Claro Lourdes, teremos o imenso prazer em públicar suas poesias. Convidem seus amigos poetas e peçam para que eles encaminhem suas poesias, que inspiram belos sentimentos.
Não importa de que forma deseja expressar seus sentimentos. Vale a inspiração!

Eis a mensagem na íntegra da leitora do Blog Lourde.

Boa tarde! Estou encaminhando poesias de minha autoria para publicação no blog, caso haja possibilidade.
Desde já agradeço.
Abraços.
Lourdes Neves Cúrcio


A CHAVE DA FELICIDADE

A felicidade é um tesouro
Trancado dentro de um cofre
Cuja chave se procura
Em todos os cantos se vasculha
Numa busca incessante
Por muitos e muitos anos
Às vezes, a vida inteira
E não se consegue encontrar.
O motivo do insucesso
É que a busca é sempre feita
Em meio à riqueza e ao poder
Entre a fama e o prazer
Ou entre o luxo e o dinheiro,
O que ao final sempre gera
A decepção, o vazio...
Pois a chave, na verdade,
Está noutra direção:
Está em meio ao amor
À renúncia, ao perdão
À doação, à humildade
À paz, à simplicidade
À arte de compartilhar
De servir e de ajudar
De louvar e agradecer
De relevar e esquecer
O mal que nos atingiu.
Nisso consiste o segredo
De encontrar na realidade
A chave de um grande tesouro
Chamado felicidade!

* * *
A EXTINÇÃO DA FAUNA

Cadê a ararinha-azul?
Foi extinta da natureza
Por ação dos caçadores,
Temidos depredadores
Que simplesmente a venderam
Para colecionadores.
Cadê o mico-leão-dourado?
Ainda ontem foi capturado
Para ser comercializado.
Cadê a onça-pintada?
É espécie ameaçada,
De algumas regiões
Já foi totalmente extinta,
Teve a pele retirada
Ou talvez esteja acuada
No alto de alguma árvore,
Ou talvez até quem sabe
Tenha perdido seu habitat
Por conta do desmatamento
De forma indiscriminada.
Cadê os outros grandes felinos?
O tigre, o leão e o leopardo
Também já foram abatidos
Ou vivem ameaçados
Sem chance de sobrevivência,
Assim como os gatos selvagens:
A onça-parda e a jaguatirica.
Cadê os insetos e répteis?
Foram vitimas do contrabando,
Da biopirataria
Ou talvez da poluição.
Carnívoros, aves, baleias...
Golfinhos e tartarugas
Sendo extintos com frieza
Pelas mãos do próprio homem
Matando e capturando,
Depredando a natureza.

* * *
SAUDADE

A saudade traz de volta
Momentos outrora vividos
Lembranças que não se apagam
Sonhos jamais esquecidos,
Alegrias e tristezas
Inquietudes e incertezas;
Às vezes aperta o peito
Provocando a dor e o pranto
Diante do desencanto
De um sonho ontem desfeito.

Mas traz também a magia
Dos sentimentos mais puros
Que um dia estiveram presentes
Entre beijos e sussurros,
Agora resta a lembrança
E o coração não se cansa
Descompassado a bater
Diante da felicidade
Razão de toda a saudade
Que hoje ronda o meu viver.

Saudade que traz de volta
Momentos de amor intenso
Ao mesmo tempo é amarga
Contrariando o bom senso;
Da desilusão sinto o gosto
E o pranto rola em meu rosto
Vindo à tona sentimentos
Que brincaram lado a lado
Em momentos alternados
De amor e de tormento.

* * *
S.O.S. PLANETA

Poluição, desmatamento...
É o planeta em perigo
Por ação do próprio homem
Que ao invés de usufruir
Da terra, do verde e do mar,
Degrada o meio ambiente
Ameaça o ecossistema,
Comprometendo a existência
De animais e vegetais
Acuados, indefesos...
Sem meios de sobrevivência.

Tudo dentro do universo
Vive em plena sintonia:
A árvore procura o sol
Os animais buscam plantas
O homem depende da terra
E todos carecem de água;
Pura expressão de harmonia
Entre todo ser vivente
Que coabita o planeta.

A água e o solo perecem
A terra pede socorro!
Enchentes, calamidades...
Espécies em extinção;
O céu se tornou escuro
As águas não são cristalinas
As matas já não são verdes
O ar deixou de ser puro.
São efeitos, com certeza,
Do grande descaso do homem
Para com a natureza.

* * *
APENAS UM SONETO

Eu pensei em demonstrar o meu amor
Exprimi-lo nas estrofes de um poema
Transmiti-lo com eloquência e ardor
Permitir que a emoção fosse seu tema.

Eu pensei em expressar meu sentimento
Na cadência das sílabas em simetria
Flutuar por seus sonhos e pensamentos
Nas asas imaginárias da poesia.

Vi, porém, que o meu amor vai muito além
Dos quartetos e tercetos de um soneto
Tamanha a grandiosidade que ele tem!

Amor imenso como o meu não caberia
Na extensão de um só texto em verso ou prosa,
Pois descrevê-lo inteiro eu não conseguiria.

* * *
MÃE


Para ti, mãe, escrevi este poema
É muito pouco para expressar o que sinto
Talvez seja um grão de areia no oceano
Não traduz todo o meu amor tão profundo
Diante do que para mim fostes no mundo!

A ti devo o que sou e o que tenho
Deste-me a vida, o carinho, a mão amiga
Hoje sei que estás de mim muito distante
Mas enquanto nesta vida eu existir
Tu estarás sempre comigo a cada instante!

Apesar de não poder mais te abraçar
Nem tuas mãos e teus cabelos afagar
Trarei sempre viva em mim tua lembrança
Pude estar ao teu lado desde criança
Em meu peito hás de sempre ter lugar!

Desde a tarde de domingo em que partistes
Dói a saudade e o meu ser se entristeceu
Dentro de mim deixastes imenso vazio
Que faz a lágrima brotar dos olhos meus
Mas reconforta-me, mãe, a grande certeza
De que no céu vives feliz junto de Deus!

* * *
GAIVOTA

Pudera eu cruzar o céu qual gaivota
Voar livre por todo esse imenso mar
Ver o reflexo do sol sobre essas águas
Pelo vento incerto me deixar levar!

Sem destino certamente eu voaria
Tendo o azul do céu e o mar como limite
Por uma aura de paz eu me envolveria
Para trás todo o lamento eu deixaria!

Pudera eu então de vez desvencilhar-me
De tudo aquilo que extenua o meu ser
Bater as asas num gesto de liberdade
Extravasar num grito a dor e a saudade!

Gaivota, com você quero voar
Bailar ao ritmo das ondas desse mar
Imitar a tua graciosidade
Desfrutar de toda a tua liberdade!

Ave marinha, eu teria a singeleza
Da cor branca que envolve tua plumagem
E ao pousar na areia eu adormeceria
Agraciada pela emoção da viagem!

Gaivota, abriga-me em tuas asas
Quero viver esse momento alucinante
Aventurar-me nesse azul exuberante
E contigo voar para bem distante!

* * *
MEU SONETO

O poeta retrata a felicidade
O amor, a ilusão, o sofrimento...
Em palavras transforma seu pensamento
Em poesia transforma a realidade

Insiste sempre em poetizar a vida
Em decantá-la aos quatro cantos do universo
Deixando um pouco de seu ser em cada verso
Extravasando sua emoção reprimida

Lá vai ele solitário em seu mundo...
Na bagagem transportando devaneios
E na alma os sentimentos mais profundos

No caminho sempre encontra seguidores
Com os quais vai partilhando seus anseios...
Risos, prantos, amores e desamores

* * *
LUA

Rasgando o negro véu da noite surge a lua
Eterna musa inspiradora dos poetas
Que o acompanha pelas noites solitárias
Com seus intentos rapidamente se entrosa
Somente para ser cantada em verso e prosa.

Lua discreta que desponta sorrateira
E a face oculta da noite vai descobrindo
Com as estrelas tem grande cumplicidade
Flagram juntas o que é feito às escondidas
Enquanto o sol a sono solto está dormindo.

Lua silente, testemunha dos amantes
Ouvidora de suas juras e sussurros
Conhecedora de seus velados segredos
E de seus tantos devaneios incessantes.

Lua que brinca de se esconder do sol
E ao redor da terra gosta de viajar
Lua atraente que o homem busca alcançar
Para um por um de seus mistérios desvendar.

Lua que é tema de inesquecíveis canções
Violeiros por ela são inspirados
Há quem diga que ela acalenta sonhos...
Há que afirme que ela é dos namorados.

Irresistível tomar um banho de lua
Apreciar o belo luar do sertão
Dedilhar a viola enluarada
Deixar a lua se transformar em canção.

Lua que rege, que governa, que domina...
Que embriaga, que inspira e que seduz,
Seja crescente, cheia, nova ou minguante
Seja do ébrio, do poeta ou dos amantes.

* * *
UM SONETO À NATUREZA


Quero ver de novo o verde dessas matas
Ver essas águas abundantes, cristalinas,
Poder banhar-me nesses rios e cascatas
Saciar a minha sede nessas minas.

Quero banir essa cortina de fumaça
Que deprecia o azul do céu e do mar
Ver preservadas essas imensas geleiras
Garantindo a vida do urso polar.

Quero ver flores adornando esses canteiros
Peixes, baleias e golfinhos resguardados
A arara azul liberta do cativeiro.

Pena que o homem ainda não tenha consciência
Do patrimônio que a ele foi confiado
E não lute em prol da sobrevivência.

* * *
SONETO DA PRIMEIRA ESTRELA


No horizonte desponta a primeira estrela
Despertando sonhos e reavivando a esperança
Impossível olhar o céu sem percebê-la
Sem comprazer-se ante esse clima de bonança

Primeira estrela, flamejante e alvissareira
Faça reinar a paz no mundo conturbado
Que os homens vivam a irmandade verdadeira
E que o amor entre eles seja cultivado

É o que te peço, estrela, neste momento
Em que precedes tantas outras que virão
Para adornar o manto azul do firmamento

Sei que recebes, minha estrela, mil pedidos
Pois dessa abóbada celeste és florão
A deixar nossos corações enternecidos

* * *
O BRASIL QUE EU VI DE PERTO

Percorri parte desse imenso Brasil
E ficaram registradas na memória
Suas paisagens de beleza exuberante
Suas riquezas, sua cultura e sua história!

Desembarcando no Rio Grande do Sul
Porto Alegre, litoral, serra gaúcha...
Suas hortênsias e sua vinicultura
Sua bela e peculiar arquitetura!

Avistei a capital catarinense
Revestida do azul do céu e do mar
Preciosidades litorâneas e serranas
Com a neve lá no alto a deslizar!

Curitiba, Ilha do Mel, cataratas...
É o Paraná reverenciando a natureza
Serra do Mar vista da janela do trem
Que a cada curva exibe o tom verde da mata!

Apreciando o panorama paulista
Visitei estâncias hidrominerais
Lá na serra a Suíça Brasileira
Litoral com Ilhabela e muito mais!

Alcancei assim que prossegui viagem
A costa verde e as mais fascinantes ilhas
Rio de Janeiro, sua orla, suas nuances...
Sua cadência envolta em mil maravilhas!

Encontrei nas terras de Minas Gerais
Expressivas raridades culturais
Suas montanhas a abrigarem relíquias
E copiosas fontes de águas minerais!

Posteriormente, rumo ao Espírito Santo
Enveredei-me enfim pela rota do sol
Vendo o azul predominando aos quatro cantos!

Viajando em direção a Goiás
Profusão de atrativos naturais
Observei a aconchegante Caldas Novas
E as mais puras nascentes de águas termais!

Fui chegando na Capital Federal
A obra-prima de Niemeyer conferi
As trilhas da arte e da cultura percorri!

Em Bonito eu me encontrei com a natureza
Em suas águas cristalinas mergulhei
E a fauna aquática de perto admirei!

Já no Nordeste conheci o Sul da Bahia
Perfazendo a rota do descobrimento
Porto Seguro e sua alegria dominante
Suas praias e seus ricos monumentos!

Um pouco adiante ouvi o som dos tambores
Entre atabaques, afoxé e candomblé
Descortinei Salvador com sua magia
E seu cenário que a todos contagia!

Recife e Olinda mais além eu avistei
Entre folguedos, frevo e maracatu
Com seus corais, águas tranqüilas, mar azul!

Mais fortemente eu percebi brilhar o sol...
Coqueiros, mangues e mares ao meu redor
Lá estava eu na exuberante Maceió!

Quando enfim cheguei à Cidade do Sol
Eu me inseri no mais lindo cartão postal
Em meio às dunas deslumbrantes de Natal!

De repente eu me senti no paraíso
Pensei mesmo que acordada eu sonhava:
Eram as praias do Ceará que eu avistava!

* * * *
(direitos autorais Lourde Neves Cúrcio

11/07/2009

DOIS PRIMOS SONHADORES

ASSIM COMEÇA O TRABALHO
DE DOIS PRIMOS SONHADORES
UM QUE EXPRIME NA ARTE
OS SEUS SONHOS, SEUS AMORES
OUTRA QUE ALAVANCA O MUNDO
MOSTRANDO A CADA SEGUNDO
COMO COLHER BELAS FLORES.

MARIA VOCE MERECE
TUDO DE BOM QUE EXISTE
E ESSE TUDO DE BOM
É AQUILO QUE ESPANTA O TRISTE
HOJE EU ME SINTO FELIZ
PORQUE MEU O CORAÇÃO DIZ
MARIA - SINONIMO: PERSISTE

Pádua de Queiróz

09/06/2009

O BLOG DO POETA PÁDUA DE QUEIROZ PUBLICA SUA POESIA QUE FALA DE AMOR, DE SAUDADE, DE ECOLOGIA...

Você é poeta? Tem poesias?
Envie sua poesia que num momento de reflexão você escreveu e depois guardou dentro de um caderno ou até mesmo dentro de uma gaveta.
Sei que quando bate aquela inspiração, nosso coração se abre e logo vem poesias românticas, ecológicas, poesias de saudades, enfim...
Então, abra aquela gaveta velha, barulhenta e retire aquele papel meio amarelado e que tem uma linda poesia.
Não fique lendo essa poesia por várias vezes. Então! O que está esperando! Envie para cá que divulgaremos e daremos seu crédito devido.
Nossos emails para receber a sua poesia paduadequeiroz@gmail.com ou padua.dequeiroz@hotmail.com
Estamos no aguardo. Todas serão analisadas e posteriormente publicadas neste Blog.


Abraços Pádua de Queiróz

03/06/2009

DIAGNÓSTCO GLOBAL

DIAGNÓSTICO GLOBAL

O futuro cada dia está mais quente/
o planeta está doente e hoje padece de insonia.
O que era verde já não tem a mesma cor/
o homem devastador descoloriu a Amazonia.
A economia que administra a humanidade/
não tem dó nem piedade do verde que era natural/
porque o verde que no bolso prevalesce/
é o mesmo que aquece o ambiente Global.
Tudo na vida dizem que tem o seu preço/
será mesmo que mereço pagar tão caro assim?
sem horizonte, sem estrelas, sem poesias/
sem animais, sem alegria com certeza é o fim.
Chega de guerras, sangue e armas Nucleares/
ou tudo irão pelos ares e ninguém poderá ver
no mar as ondas, no firmamento o brilho/
no lar sorrindo seu filho que só deseja viver.
Plante uma árvore ao invés de derruba-la/
a Natureza não fala e calada sofre em vão
pois o futuro cada dia está mais quente/
o planeta está doente, diagnóstico: DEVASTAÇÃO.

para Maria Queiróz, com afeto e gratidão. POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ

23/05/2009

O JUMENTOCÍDIO

JUMENTOCÍDIO
ESCRITOR: POETA PÁDUA DE QUEIRÓZ


CARO AMIGO LEITOR
NÃO VAMOS CRUZAR OS BRAÇOS
FAÇAMOS IGUAL TONY PRADO
QUE SEM NENHUM EMBARAÇO
COM MUITA PROPRIEDADE
EM UM JORNAL DA CIDADE
OCUPOU UM GRANDE ESPAÇO

PARA FAZER A DENÚNCIA
DE UM TRISTE ACONTECIMENTO
ESTÁ MORRENDO ABANDONADO
O NOSSO AMIGO JUMENTO
O SÍMBOLO DO MEU SERTÃO
EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
RECEBE O SEU PAGAMENTO

POR TER AJUDADO AO HOMEM
POR TER TRABALHADO DURO
NA CONSTRUÇÃO DE AÇÚDES
ESTRADAS, CASAS E MUROS
POR ALIMENTAR SEU DONO
HOJE VIVE AO ABANDONO
NO SOL QUENTE E NO ESCURO.

01

ESTE ANIMAL QUE JÁ FOI
COMPANHEIRO IMPORTANTE
NA VIDA DO SERTANEJO
NUM PASSADO NÃO DISTANTE
DIZEM: AGORA É UMA PRAGA
QUE NA BEIRA DA ESTRADA
AMEAÇA O VIAJANTE.

AO PERAMBULAR NA ESTRADA
TENTANDO EM VÃO EXISTIR
POR NÃO TER MAIS SERVENTIA
E NEM LUGAR PARA DORMIR
PRA PIORAR A REALIDADE
AS NOSSAS AUTORIDADES
AGORA TENTA EXTINGUIR.

O DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES
E RODOVIAS DO ESTADO
RECOLHE EM SUAS ESTRADAS
O JUMENTO ABANDONADO
PARA ABANDONAR NO CURRAL
O TÃO SOFRIDO ANIMAL
PARA SER MAIS MALTRATADO.

02

NO CEU SETE MEIA
A MORTE FAZ MORADIA
NA FAZENDA EM QUE O DER
O POBRE JUMENTO ENVIA
É LÁ EM SANTA QUITÉRIA
A MORADA DA MISÉRIA
QUE ACONTECE HOJE EM DIA.

É FOME, É SEDE, É DOENÇA
DESCASO E DESNUTRIÇÃO
CADÁVERES A CÉU ABERTO
URUBÚS E PODRIDÃO
É O FIM DAQUELE QUE UM DIA
LUIZ GONZAGA DIZIA:
O JUMENTO É NOSSO IRMÃO.

ENQUANTO O ADMINISTRADOR
DESSE ORGÃO ESTADUAL
PRA SE LIVRAR DA VERGONHA
DESSE CRIME AMBIENTAL
CULPA O ANTIGO DONO
QUE JOGA AO ABANDONO
O SEU INÚTIL ANIMAL.

03

O TRABALHO DO JUMENTO
NA BÍBLIA ESTÁ ESCRITO
QUANDO HERODES PERSEGUIA
O RECÉM-NASCIDO CRISTO
O PROFETA DE NAZARÉ
COM MARIA E COM JOSÉ
REFUGIARAM-SE NO EGITO.

MONTADO NO DORSO DELE
CRUZARAM TODO DESERTO
QUANDO JESUS PRECISOU
O JUMENTO ESTAVA PERTO
E AO VOLTAR A JERUSALÉM
JESUS MONTAVA TAMBÉM
NO SEU ANIMALZINHO ESPERTO.

MESMO COM BELOS SERVIÇOS
PRESTADOS A CRISTANDADE
INFELIZMENTE HOJE EM DIA
É TÃO TRISTE A REALIDADE
EM TODO SERTÃO NORDESTINO
O NOSSO CITADO ASININO
SOFRE A PERVERSIDADE.

04

EM TRADICIONAIS CORRIDAS
PARA VENCER NÃO IMPORTA
OS MÉTODOS SOFRIDOS POR ELE
OUTRO ANIMAL NÃO SUPORTA
CIGARRO ACESO NA ORELHA
DISPUTANDO A TAL PARELHA
O JEGUE CORRE E SUFOCA.

AS CUTUCADAS DE ESPORAS
CHICOTE DE ARAME FARPADO
PARA SUPRIR A GANÂNCIA
DE SEU DONO ESCRAVIZADO
PELA FORÇA DO DINHEIRO
NÃO SE IMPORTA O BRASILEIRO
COM O JUMENTO MALTRADO.

DESDE O SÉCULO PASSADO
QUE O HOMEM CRIAM LEIS
DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS
EU RECORDO MAIS DE SEIS
MAS O DOUTOR LOGO ESQUECE
E O JUMENTO PADECE
OS MALTRATOS OUTRA VEZ.

05

HÁ ALGUM TEMPO ATRÁS
NA CIDADE DE QUIXADÁ
FIZERAM ENTÃO UMA DENÚNCIA
A POLÍCIA MILITAR
QUE ESTAVA SENDO VENDIDA
CARNE DE JEGUE MOÍDA
PARA O POVO DO LUGAR.

E A POLÍCIA CEARENSE
TRABALHOU PARA PUNIR
OS CULPADOS DE TAL CRIME
QUE REALIZARAM ALÍ
MAS O CEARÁ É BRASIL
E NO BRASIL QUEM JÁ VIU
UM CRIMINOSO CUMPRIR:

PENA POR DERRUBAR ÁRVORE
PENA POR ROUBAR DOS POBRES
PENA POR MATAR JUMENTO
QUEM TEM DINHEIRO ENCOBRE
NO PAÍS DA IMPUNIDADE
PREVALESCE A INIQUIDADE
OURO É OURO E COBRE É COBRE.

06

HOJE A LEI ESTÁ ESCRITA
MAS PARECE BRINCADEIRA
PORQUE O JUMENTOCÍDIO
QUE DENUNCIOU PADRE VIEIRA
HÁ QUARENTA ANOS ATRÁS
AINDA HOJE SE FAZ
DAQUELA MESMA MANEIRA.

JÁ LEVARAM PARA HOLANDA
PARA BÉLGICA E O JAPÃO
O JUMENTO ENLATADO
PRA SUA ALIMENTAÇÃO
CARNE MUITA APRECIADA
LEGALMENTE EXPORTADA
DE NAVIO E DE AVIÃO.

O PANTANAL BRASILEIRO
PROTEJE O SEU JACARÉ
NO AMAZONAS A ONÇA
PROTEGIDA HOJE É
E EM BELÉM DO PARÁ
O PEIXE-BOI E O TRACAJÁ
TEM DEFENSORES DE FÉ.

07


A VIDA É PRA SER VIVÍDA
POR ISSO DEUS FEZ O MUNDO
MAS O QUE LEVA UMA VIDA
O HOMEM ACABA NUM SEGUNDO
VAMOS POR NA CONSCIÊNCIA
DEFENDER A EXISTÊNCIA
DO JUMENTO MORIBUNDO.

EU NÃO SEI SE OS MEUS NETOS
PODERÃO UM DIA VER
TOCAR OU MONTAR NUM JEGUE
COMO CANSEI DE FAZER
NA AURORA DE MEUS ANOS
NO MEU CHÃOZINHO SERRANO
FELIZ NO MATO A CORRER.

EU DEDICO ESTES VERSOS
COM AFÉTO E GRATIDÃO
EM MEMÓRIA DO PADRE VIEIRA
E LUIZ REI DO BAIÃO
AO REPORTER TONY PRADO
EU DIGO MUITO OBRIGADO
O JUMENTO É NOSSO IRMÃO.

FORTALEZA
16/03/2008

O CORDEL NA ESCOLA



Antonio de Pádua Borges de Queiroz, grande compositor, poeta cordelista e membro do site da Câmara Brasileira de Escritores.

Por nascer com a sensibilidade da arte escorrendo em suas veias, se tornou um eterno amante das composições, que chegam num passe de mágica a sua mente.
A poesia faz sua companheira, do cordel é amante e recitar é sua arte.
Pádua se destaca por ministrar oficinas de córdeis e pelas composições de córdeis, por encomendas.

Com um desejo enorme de chegar ao topo do mundo tem levado seus escritos para os apaixonados e para os enamorados e amantes da poesia e do cordel.


A pedido de uma aluna do COLEGIO JUSTINIANO DE SERPA em Fortaleza, nasceu o trabalho maravilhoso que se intitula O CORDEL NA ESOLA, escrito pelo então grande poeta, compositor e cordelista, Pádua de Queiroz.

O CORDEL NA ESCOLA

Eu não sou passarinho
Que canta e sabe voar
Mas vôo cantando versos
Com o pensamento no ar
Deus quando fez o mundo
Me deu naquele segundo
O dom de saber rimar.

Fez o céu, a terra e o mar
Planeta e constelação
Animais de varias espécies
Minério e vegetação
Quadrúpede, bípede e aquático
Um mundo belo e fantástico
Fez o Pai da Criação.

E é com prazer e alegria
Cheio de satisfação
Que eu volto a escrever
Em prol da educação
Essa é minha labuta
Minha vida, minha luta
Minha adorada missão.

01

Eu sou Pádua de Queiroz
O poeta da juventude
Enquanto eu faço poesia
Eu peço a Deus que ajude
A escola que é importante
E proporciona ao estudante
Saber, cidadania e saúde.

Lá o professor ensina
Com tanto esclarecimento
Que o aluno aprende
Sem duvidar um momento
E o aluno deslumbrado
Viaja bem confortado
No carro do pensamento.

Rumo ao mundo das ciências
Química, física, biologia
História geral, português
E a nossa geografia
No colégio Justiniano
De Serpa eu não me engano
O cordel tem o seu dia.

02

O cordel é uma ferramenta
De entretenimento e didática
É tão simples, mas no entanto
Tem a sua sistemática
Pra sentir sua energia
Não adianta a teoria
É mais importante a prática.

Mas as vezes me pergunto
Porém fico sem resposta
Em um País tão imenso
Porque estreitaram as portas
No passado onde a cultura
Tinha na literatura
A sua maior proposta?

Hoje esta maneira de arte
Vinda do meio do mato
Cultivada por um povo
Sem tendência ao literato
Entrou com propriedade
Na escola e universidade
Comprovando ser de fato.

03


Digna de todo respeito
Como está acontecendo
E eu como cordelista
Vou compondo e agradecendo
Aos alunos e educadores
Fiéis colaboradores
Que vão sempre aparecendo.

E como agradecimento
Por essa iniciativa
O poeta cordelista
Com sua mente criativa
Também presta homenagem
Com sua simples linguagem
Poética e educativa.

Aos alunos dessa escola
Que leva o nome de quem
Trabalhou e com o trabalho
Foi na sua área além
De um grande Jurista,
Escritor e Jornalista
Em tudo que fez, fez bem.

04


Mesmo nascido na terra
Que pouco brota do chão
Na história brasileira
Foi notável sua atuação
Quantos doutores formados
Por ele foram orientados
Pra exercerem a profissão.

Justiniano de Serpa
Bom político e orador
Na Faculdade de Direito
Foi um grande professor
Destacado deputado
No Pará e em nosso Estado
Também foi governador.

Em mil novecentos e vinte
Assumiu a liderança
Como presidente do Estado
Munido de esperança
No período republicano
Destacou-se Justiniano
Com fibra e perseverança.

05


Não concluiu seu mandato
Como era um sonho seu
A morte que tudo leva
Seu governo interrompeu
E esse grande jurista
De afinado ponto de vista
Em vinte e três faleceu.

Justiniano de Serpa
Deixou seu nome gravado
Nas páginas de nossa historia
Nos deixou o seu legado:
Trabalho e dedicação.
Mostrando a toda Nação
O valor de nosso Estado.

É por isso que eu peço
A juventude de agora
Estude, aproveite a vida
Não jogue esse dom fora
Ultrapasse as barreiras
E empunhe a bandeira
Que ele empunhou outrora.

06

Só assim os nossos filhos
Se orgulharão de todos nós
E no futuro viverão
Bradando em uníssona voz:
Viva os nossos antepassados
Que não foram derrotados,
Pela ignorância feroz!

Não espere que alguém
Vá fazer a sua parte
Dedique-se mais a escola
Estudar também é arte
Faça você sua historia
Preservando a memória
Ninguém nasce pra ser mártir.

Eu preciso da escola
Como a semente do chão,
A escola é o berço
Onde nasce o cidadão
Para viver mais feliz
Construindo um país
De paz, amor e união.

07


Escrito em Fortaleza, 16/05/2009

PÁDUA DE QUEIRÓZ
GRANDE POETA, COMPOSITOR E CORDELISTA
Contato: (85) 86467264
Email padua.dequeiroz@hotmail.com; paduadequeiroz@gmail.com
http://paduadequeirozcordelearte.blogspot.com/
LHK CORDEL & GRÁFICA
Email: lhk_2007@hotmail.com